Vi duas canecas na prateleira daquela loja,
em tons de cinza e azul-escuro
ambas em fosca cerâmica
ambas em fosca cerâmica
Pensei naquelas possibilidades
acordando de manhã
a luz do sol depois de uma noite de felicidades
Aquela conversa normal
de toda manhã
como passou a noite?
Essa conversa é nosso ritual
sabemos como foi a noite
abraçados de forma carinhosa e habitual
Mas são apenas e tão somente isso
como se eu estivesse sob efeito
de algum misterioso feitiço
Esses pensamentos, ou sonhos,
devaneios enquanto olhava uma caneca
de pé naquela loja, com o rosto num pequeno riso
Eu lembrei da distância
dos quilômetros e
de toda minha insignificância
Dei uma última olhada para as duas canecas
na prateleira daquela loja
em azul-escuro e cinza de fosca cerâmica
Fui-me embora
enquanto uma das canecas ficou
a outra apertei com um aperto no coração.
Acho que esses versos ficariam melhor em prosa. E a minha vida também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário