domingo, 20 de julho de 2025

Falta

Hoje eu senti sua falta. 

Hoje eu senti tanto a sua falta. E isso não foi apenas para uma pessoa. 

Mas eu não devia. Eu devia, eu devo, eu preciso, aprender a fazer, aprender a ser sozinho. A comer sozinho, ir no cinema sozinho. Não mandar mensagem quando não correspondido. Mas eu continuo. 

Continuo. 

Continuo. 

E não devia. Mesmo estando e sendo sozinho há tanto tempo, eu ainda não sei. Hoje, de novo, eu senti sua falta. Ontem também. Amanhã provavelmente sentirei também. Mas eu não devia. Só que eu não sei ser diferente. Eu só sei sentir. Sentir sua falta. 

E por isso eu sinto muito.

Estou com aquela sensação de que nada vai bem. Meu corpo todo dói, reflexo de vários dias deitado por conta de um episódio depressivo mais forte que o normal, além de uma crise respiratória grave ontem que me deixou completamente acabado. E claro que, quando se passa muito tempo deitado, o coração encontra espaço na cabeça para plantar suas sementes, que nascem como pragas, brotando como esperança, essa terrível inimiga dos apaixonados. 

Então agora não sei se minha vontade é tomar um vidro inteiro de xarope ou uma meia garrafa de vinho de uma só, ou quem sabe ambos. Porque eu sei que, quando deitar, e ficar super consciente da dor e de todo desconforto, 

eu ainda vou pensar que senti sua falta. 

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