segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Assinatura Sobre a Pele Branca


Não negarei jamais que isto seja inveja,
vaidade das vaidades

Não nego afirmar que meus olhos desejam
aqueles corpos perfeitos
atraindo a si todos os olhares
bem como todos os olhares almejam

Seu torso é daquela força 
que a todos força a vista
os mamilos, embora não como os de mulher
saciam cobiçosos lábios de cor rubra

Desce a língua ávida daquela carne tenra
encontra terra plana
onde semeiam o gozo farto
a efusão nívea dos amantes

Perdem-se às costas lábios e dedos
percorrem pradarias e marcam as terras
beijam e aram com unhas e dentes
naquela noite que, ao cair da aurora, será apenas segredo

Uma vez mais desce em busca da promessa
encontra aqueles montes de deleite
aqueles que também atraem a si
olhares que não escondem a vontade travessa

Sorriem nos amplexos dos amados
antes de os lábios ruborados
entregarem-se apenas aquela exploração
cujo destino encontraram apenas uns poucos abençoados

Das pernas fortes encontram a branca pele
avermelhadas a deixam ao amanhecer
como assinatura do artista que contempla 
a obra concebida que como torrente expele

Não nego que isto seja inveja,
vaidade das vaidades

O desejo que trago por entre semblantes
cabisbaixos e opacos
escondendo como cristalina fonte
a real violência daquela água amante

Não nego que isto seja inveja,
vaidade das vaidades
mais do querer ter, queria ser
aquele que os outros a companhia íntima almeja.

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