quinta-feira, 31 de março de 2016

A brisa que balança meu cabelo

E é ao som do disco Study in Brown de Clifford Brown e Max Roach que inicio esse post, sob leve efeito de um Lexotan, devo avisar. Foi um dia deveras cansativo, vale lembrar, e acho que como bom filho de Deus que sou mereço uma pequena dose de Bromazepan nas veias pra relaxar.



Como não poderia deixar de ser, o post de hoje continua a lamentável enxurrada de lamentações que costumo despejar aqui visto que não há lugar mais adequado. Estudo inclusive em alterar a visualização do blog e torná-lo público. Afinal, que mal poderia haver nisso? Não sou mais do Instituto, e não tenho mais obrigações morais em fingir ser algo que não sou. Mas temo em expor minha vida pessoal, e principalmente sentimental desse jeito. Enfim, vamo ver no que vai dar. Por hora vou deixar como está. Talvez tenha de editar alguns posts antes de tornar público. 

Vamos ao que interessa? 

O que era mesmo?

Ah, lembrei!

Bem, estou num período da vida que não sei definir por meio de palavras. Só o que consigo expressar é que estou dividido em pensamentos e absorto em possibilidades, o que, como era de se esperar de alguém com o meu grau de ansiedade resulta numa paralisia total e quase irreversível. Francamente, levanto da cama todos os dias simplesmente para evitar parecer uma fotografia. Do contrário ficaria ali, observando o teto o dia inteiro.

Conversando com a mãe de um crush pelo WhatsApp outro dia (sim, cheguei a esse nível) eu percebi o quanto minha vida parece uma novela mexicana. Em poucas palavras, resumi a ela minha vida amorosa da seguinte forma: Estou namorando o ex do meu ex pois seu filho não me deu ousadia o suficiente para que eu investisse nele.

Obviamente não disse que se tratava do filho dela, embora eu tenha fortes motivos pra acreditar que ela já saiba disso muito bem. Bom, o fato é que ela inclusive insinuou que a possibilidade de eu ser apaixonado por seu filho era presente e real. Medo.

Daí comecei a me questionar e a tentar organizar os meus sentimentos. Claro que uma pessoa normal não faria isso sob o efeito de um remédio tarja preta, mas quem foi que disse que eu sou normal?

Estou apaixonado pelo meu namorado. Fato. Mas estou apaixonado pelo pequeno filho desta senhora também. E pelo priminho de uma colega que tem a habilidade de disgraçar minha cabeça também. E não posso dizer que esqueci completamente o pirralho que desgraçou minha vida um tempo atrás.  Estou apaixonado pelo meu namorado?

O Pequeno Filho da Senhora mexe muito comigo. Desde que sua mãe me procurou para que o colocasse na PJ ano passado eu me aproximei dele de uma forma que eu sabia que não seria saudável. Eu já havia notado antes. Via e fingia não ver. E deixei o sentimento chegar ao ponto que começou a atrapalhar minha vida. Exatamente como fiz anos atrás com aquele outro cerimoniário. Mas diferente de anos atrás, em nenhum momento ele demonstrou corresponder o que eu sentia. Muito pelo contrário, de forma discreta, mas dura, ele sempre negou as minhas investidas, o que fortalece a prova de que tudo foi algo da minha mente doentiamente masoquista.

Eu sou carinhoso por natureza com alguns amigos. Talves seja carência, mas eu sou. Gosto de mexer no cabelo dele, é macio e cheiroso, como uma brisa que sopra leve no rosto e balança o seu cabelo como uma carícia? Assim é a presença dele. Gosto de tocar o seu braço, e ele percebe isso, percebe o que significa pra mim. Não rechaça meu toque, mas também não o retribui. Provavelmente por educação, por ficar sem jeito em me rejeitar de forma mais direta sem magoar quem mais se aproximou dele nos últimos tempos. 

Essa aproximação também é delicada. Não sou como os outros meninos. Não consigo conversar com ele sobre futebol e nem seja lá o que os garotos da idade dele conversam. Mas sinto que ele se sente a vontade conversando comigo, isso é fato. Ele não passa horas falando sem parar com os outros meninos da paróquia. Sinto que comigo ele é quase ele mesmo. Que ele se esconde do mundo isso é fato claro pra todos. Comigo ele rompe um pouquinho dessa bareira. É um menino doce. Um pequeno príncipe de fato. Mas de forma alguma isso significa que ele sinta o mesmo. Isso me mata e me sufoca de um jeito que eu nem sequer consigo descrever. Sabe aquelas cenas de MVs em que o personagem profundamente destruido emocionalmente olha para a paisagem a sua volta de dentro de um trem ou ônibus enquanto explode em lágrimas que escorrem profusamente por sob o rosto? Pois é.

Mas isso não significa que eu menospreze o que estou tendo nos último meses com meu namorado. De forma alguma. Eu NUNCA. de novo: NUNCA me senti valorizado a tal ponto de alguém querer namorar comigo. E francamente, o **** é pra mim alguém que poderia ter qualquer pessoa que ele quisesse. Isso é algo que faz o meu coração querer explodir. Por mais que eu não o veja com a frequência que gostaria, quando estamos sozinhos, sem as frequentes interrupções da família dele ou da minha, sinto como se o tempo parasse. Ninguém nunca teve esse poder comigo. Digo, uma pessoa teve, mas terminou de forma trágica, e hoje ele namora a garota que na época era sua ex. Enfim. 

O Primo de minha colega é outro problema. Deus, por que raios criar uma criaturinha pra confundir tanto assim a cabeça de uma pessoa? Credo. Primeiro pareceu que queria algo comigo, Depois me negou brutalmente. Depois, quando comecei a namorar, veio atrás com claras intenções, mas tão logo voltou atrás ele reassumiu a antiga posição de hétero. Ou seja, só quer disgraçar meu psicológico já não muito bom. 

Pensando bem, to começando a pensar que 1 comprimido de Lexotan foi pouco. 

quarta-feira, 23 de março de 2016

A hora do encontro é também despedida

Bom, como já é de costume, venho aqui quando as pessoas a minha volta já não são mais suficientes para me ouvir. Eu me considero um bom ouvinte, escuto problemas de muitas, muitas pessoas. Mas esse número não é tão grande assim quando se trata dos meu problemas. Ta, também não quero ficar aqui lambendo as minhas próprias feridas, sentindo pena de mim mesmo. Só quero desabafar. 



Sim, é sobre o namoro. Não, não estou desiludido. O bom de contar certas coisas só aqui é que eu me sinto livre de certo preconceitos. Tipo, se eu dissesse pra qualquer amigo meu: "Ai, é o meu namorado, sabe o que é..." ele já pensaria que quero desistir do meu primeiro namoro assim, depois de pouco mais de 1 mês. O que não é verdade. A verdade é que eu só to chateado. Só isso. Até tomei um Lexotan pra ficar mais relaxado e felizmente ele não me deixou lerdo nem nada. Só calmo.

Então vamos aos fatos. Não é que o namoro esteja ruim. Ele só não está acontecendo. Nas ultimas semanas ele se viu tão atulhado de trabalhos que mal entra nas redes sociais pra conversar. Praticamente não conversamos mais por isso. Domingo agora fui a casa dele e mal ficamos, foi coisa de poucos minutos. E isso porque no fim de semana anterior também não tinhamos nos visto. Claro, quando nos vemos, é sempre pegação e tudo mais. Mas eu temo, e temo mesmo, tanto que relutei em escrever para evitar que se torne realidade, tenho medo que ele já não sinta o mesmo por mim. 

Vou explicar melhor: no inicio, quando ainda estavamos nos conhecendo, ele entrava nas redes sociais todos os dias. Sempre arranjava um jeitinho de falar comigo. Hoje sinto que não sou mais essa prioridade, e isso tem me tirado o sono. Também sou sensível a micro expressões, e a forma que ele escreve agora também é diferente, um pouco mais distante. Todas essas partes poderiam ser explicadas pelo cansaço e pelo esforço maior na escola, isso eu entendo, mas como bom neurótico que eu sou claro que já fico imaginando centenas de teorias da conspiração pelas minhas costas. Triste.

Ah, estou me recuperando de uma infecção nas amigdalas que semana passada praticamente me invalidaram. Sequer recebi uma mensagem perguntando se estava bem. Isso me deixou mal, pra caramba. 

Conversei um pouco com a cunhada dele sobre isso e ela disse que isso é coisa da minha cabeça, que não preciso levar as coisas tão a sério assim. Mas eu tenho medo. E além disso, tenho medo disso tudo ser coisa da minha cabeça e acabar por destruir o relacionamento por conta desse medo idiota. Mas na minha cabeça, há dias que não consigo pensar em outra coisaa além da letra de Encontros e Despedidas, e isso já vem martelando mais do que o normal para alguém anormal como eu.

Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar
Quando quero

Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir

São só dois lados
Da mesma viagem
O trem que chega
É o mesmo trem da partida
A hora do encontro
É também de despedida
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar...

E se a compositora tiver razão e a vida for exatamente assim, uma eterna repetição de encontros e despedidas?