terça-feira, 31 de maio de 2016

Azul da cor do Mar...

- Mas Gabriel, seus posts são todos muito depressivos...
- Vai ler o site da Capricho então fofa! 

"Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir,
Tenho muito pra contar, dizer que aprendi.
E na vida a gente tem que entender,
Que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri...

Antes de mais nada, gostaria de dizer que estou em plena posse de minhas faculdades mentais e CONTINUO NÃO GOSTANDO DE MÚSICA NACIONAL. Dito isto, vamos a bagaceira desta tarde quente de terça-feira. Finghting!
Pra começo de conversa, dizer que estou em posse de minhas faculdades mentais é um exagero sem tamanho, jamais tive posse delas, e ultimamente percebi que até aquela fina e quase invísivel linha que que me dava a ilusão de segurança mental se rompeu desnudando a cortina de fantasias a que eu me prendia. Nossa, ficou até poético. Mas na prática é bem trágico. Como vi no Facebook outro dia: "Eu moro em mim mesmo, mas pensa numa casa bagunçada". Frase pra vida. Acho que já até disse ela aqui, mas não me lembro.

Seguindo o enterro...

Apesar de todos os apesares, essa música do Tim Maia mexeu comigo desde a primeira vez que ouvi, e a letra dela voltou a me tocar, por dois motivos: primeiramente, quando alguns amigos pediram que eu ouvisse há algumas semanas para que eu os ajudasse a cantar na festa da padroeira, ela mexeu comigo pois tinha acabado de terminar (não acabado exatamente, só mais recente do que é agora) e ainda estava bem chateado. depois, por estar obviamente carente, ela me fez notar o quanto é difícil conseguir alguém pra desabafar, literalmente um ombro pra chorar.

Ainda bem que essa fase deprê acabou e agora eu só desabao aqui. Ah, como este teclado é um ouvinte maravilhoso. #AmorEterno 

De qualquer forma, não sei se o Tim Maia mesmo escreveu essa música, penso que sim. Quem quer que tenha sido, entende bem do sofrimento do coração do homem. De fato, compreendo bem o que a letra diz agora. Realmente, penso muito nisso, principalmente nos últimos meses, e não falo somente dos meus problemas afetivos, enquanto todos a minha volta veem seus relacionamentos florirem e prosperarem, não. Falo principalmente daqueles que sofrem na solidão, na pobreza e na doença, enquanto o resto das pessoas felizes simplesmente não percebem o sofrimento alheio.

Traçarei então um paralelo entre essa observação e as obsevações que eu fiz quando reassisti a obra de Hideaki Anno, Neon Genesis Evagelion. 

Quando toco nesse assunto da cegueira quanto ao sofrimento do próximo, não o faço de maneira acusadora, como quem o faz de cima de um pedestal apontando para aqueles que, estando um patamar abaixo de mim, são inferiores. Não, me incluo nesse grupo antes de todos os outros, já que, por não conhecer o coração e a vontade de cada um, e justamente por estar cego demais com meu próprio sofrimento auto-infligido é que somente eu estou dentro desta categoria.

Não é difícil notar que o sofrimento dos outros recebe sempre menos nossa atenção do que os nossos, ainda que a diferença entre ambos seja gritante. Ora, olhando ao meu redor posso enumerar dezenas de pessoas que sofrem mais do que eu. Minha mãe por aguentar toda minha chatice enquanto cuida de meu avô doente, suporta os parentes chatos com uma paciência quase de ferro e ainda cuida da própria saúde para poder sempre cuidar dos outros. Meu pai, por estar sempre tão preocupado em não deixar que falte nada na nossa mesa... e por ai vai, a minha volta as pessoas sofrem muito mais do que eu. No entanto, quando me debruço sobre esse teclado pra escrever sobre algo, ou quando deito a cabeça no travesseiro ao fim de cada dia, não é nesses sofrimentos titãnicos que eu penso, não. Tampouco me ocupo em contemplar a paixão de Cristo, como forma de silenciar minha carne visto estar de frente com um sofrimento que ultrapasa o meu a uma distância de várias galaxias.  Os sofrimentos que eu me ocupo em contemplar são os meus. Como uma criança chorosa e mimada eu prefiro reclamar que meu brinquedo caiu e se quebrou, do que me levantar e tentar consertar. Essa é provavelmente a forma mais aproximada de me definir, uma criança mimada.

Isso se deve ao problema da minha consciência, ao meu Campo A.T., por assim dizer, usando daqui da expressão do mestre Anno. Minha consciência forma justamente esse escudo ao meu redor, e justamente por todas as pessoas do mundo possuirem esse mesmo escudo, é que não é possível uma aproximação verdadeira. As pessoas se aproximam umas das outras apenas a medida que lhes é permitido por suas consciências. Quanto mais expandido um Campo A.T, mais distante das outras pessoas. Ao contrário do que se possa imaginar, esse campo não tem como função principal a proteção, não, sua função principal é a investida ofensiva. E enquanto esse campo perdurar ao redor de todas as pessoas, elas nunca poderão verdadeiramente conhcer o que viver em união. Nunca.

Dessa forma, é essa mesma consciência que nos impede muitas vezes de perceber que a felicidade, independemente de eu ter ou não um sofrimento maior que o do meu vizinho, depende na verdade da minha própria vontade. Quantas pessoas encontram motivos pra sorrir nas pequenas coisas justamente por terem sofrimentos grandes demais e por isso aprenderam a apreciar as pequenas alegrias... oh, independemente de sofrer muito ou pouco, notar a felicidade do próximo não deve despertar em mim inveja, mas sim um desejo verdadeiro de ser feliz, desejo esse que se tornará realidade a medida que eu conseguir desfazer esse campo a minha volta. Isso sim, significa ter um sonho de verdade. 

Mas quem sofre sempre tem que procurar,
Pelo menos vir achar razão para viver.
Ver na vida algum motivo pra sonhar,
Ter um sonho todo azul,
Azul da cor do mar..."

Por fim, achei interessante o autor ter usado a expressão do sonho azul. Já que, para mim, não sei se para todos, o azul transmite tristeza. Penso que, mesmo sendo um "sonho triste", por estar maculado de tanto sofrimento, é que ele se torna um sonho bonito. Como o mar, que apesar de ser da cor da tristesa, consegue ser brilhante e aquecer o coração de todos quanto o olharem com os olhos do coração. Particularmente, eu gosto da cor azul, mesmo sendo fria, é uma das que aquecem meu coração com doces sonhos da cor do mar...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sonho

Escrevendo aqui pra me lembra de rezar o terço hoje antes de dormir, porque passar a noite sonhando com ex-namorado não pode ser obra de Deus. A menos que ele queira me ver louco, se for isso, tá quase conseguindo. 

Fui dormir nem era muito tarde, por volta da primeira hora da manhã, me demorei ontem terminando a primeira parte de Cavaleiros do Zodíado Hades - A Saga do Santuário, pretendo continuar hoje. Se bem que eu preciso terminar meus slides de apresentação do meu TCC e ainda botar a leitura em dias, porque tenho dezenas de livros na fila pra ler e ultimamente não tenho lido nem embalagem de Shampoo. 

Voltando ao sonho, não me lembro bem dos detalhes porque eu tava dormindo (jura?). Mas pelo que me recordo, ele me pediu pra vir aqui em casa, quando eu não estivesse em casa. E eu, pra sair fui pra onde? Pra casa dele. Simplesmente poderia ter IDO PRA QUALQUER LUGAR DESSE UNIVERSO RENEGADO, mas eu fui pra casa dele. Quando finalmente cheguei em casa meus pais disseram que ele só queria se apresentar como meu ex. Como sempre, quem escreve o roteiro dos sonhos parece que fumou maconha, porque fala sério. Ninguém merece. Preferiria simplesmente não ter sonhado nada, como acontece todas as noites, já que meu sono é pesado demais.

Seria bem melhor.

domingo, 29 de maio de 2016

Fruto proibido

Finalzinho de uma manhã fria de domingo. Acabo de terminar de limpar meu quarto, bem superficialmente, não tenho mais a mesma neura por limpeza de alguns anos atrás. Na playlist, o album ao vivo One Great Steps - Returns Live, do INFINITE. Grupo que admito, por muito tempo evitei ouvir por achar bem chatinho, mas que depois de parar para uma audição mais apurada, demonstrou fazer jus ao sucesso que é.

Cheguei da Santa Missa deste 9° Domingo do Tempo Comum a pouco tempo. Hoje foi até tranquilo. A missa. Eu já estava ligado no 220v desde as 4:30 da manhã. Pequeno barraco de família na casa da minha tia, com um primo que chegou bêbado quebrado tudo e gritando aos quatro ventos. Maior papelão. Ele não tem encarado bem a morte da mãe, a mais ou menos 6 meses, e sempre desconta na bebida, chegando em casa alterado e nervoso. Paciência. 

Enfim, mesmo sendo um acontecimento inesperado, não é isso que tem ocupado minha cabeça nessa manhã. Não, isso seria fácil demais, e como sabemos, o mundo não gosta de facilitar. Já sinto até os tentáculos gelados da minha alergia se aproximando do meu sistema respiratório, hoje vai ser um dia daqueles. Ontem só consegui dormir depois de uma dose de calmante, a dor de cabeça estava horrível, e pelo jeito, hoje não vai ser diferente. 

Tive de servir com um outro amigo cerimoniário hoje, tarefa que seria bem mais fácil se eu tivesse sustentado a promessa que eu fiz pra mim mesmo de não me apaixonar por ele. Falhei miseravelmente nessa. Então, estava de mal humor logo pela manhã por ter isdo mais uma vez rejeitado por ele ontem, quando o chamei pra sair, e ter de vê-lo de novo não é tarefa fácil. Sabe aquelas pessoas que tem medo de te magoar e por isso não são tão marcantes nas rejeições? Pois é. Claro, agradeço por ele não ser grosso nem nada, mas acho que ser todo legalzinho comigo não facilita pro meu lado. É tão bonito, dá vontade de grudar e não largar mais. Um verdadeiro fruto proibido. Argh.
Bem feito pra mim que não manti minha promessa. Aliás, nem sei porquê continuo prometendo esse tipo de coisa. Não cumpro mesmo. Conheço um menino simpático, se for bonito, melhor ainda, e logo começo a sentir alguma coisa. Ai eu digo "não vou me apaixonar", e XABLAU, eu me apaixono. Prevísivel como saber que o Sol vai nascer amanhã. Até um post do Facebook sabe exatemente o que se passa comigo, ele dizia: "Atores beijam a mesma pessoa 10 temporadas seguidas e não se apaixonam. Quando alguém segura pra mim eu já penso por uns 5 meses." É mais ou menos isso que acontece... 

Coisa de masoquista, já disse e repito. Falta de óleo de peroba pra passar nessa minha cara de pau de vir aqui e escrever sobre a mesma coisa desde que o blog começou a existir. Baita golpe na moral perceber que você não amadureceu em absolutamente nada de alguns anos pra cá. Mas, vida que segue.

Bem, agora de surpresinha, o Pe. Fábio de Melo acabou de twittar assim: "O amor próprio é o crivo para o discernimento. Se precisamos abrir mão dele para obter o que pretendemos, melhor rever as escolhas." Particularmente eu acho que ele como padre é um ótimo administrador de redes sociais. Enfim, pensando no que ele disse, acredito que seja parte do tapa na cara que mereço nesse momento. Ora, não é exatamente isso que tenho feito? Joguei na lama todo e qualquer amor próprio em função de um relacionamento que eu criei na minha cabeça e que nunca irá pra frente. Sem medir o quanto poderia me machucar, embarquei com tudo nesse beco sem saída e agora lamento por isso. Realmente, falta de vergonha na cara.

O fruto proibido que fez Eva desobedecer, mesmo sabendo que aquilo lhe seria prejudicial continua a fazer vítimas em plena sexta idade do mundo. Continua a arrastar para a lama a dignidade do homem e a coolocá-lo no mesmo patamar do outros animais, que vivem somente sob a força de suas vontades. E ainda fico me imaginando a me dedicar a uma pessoa que sequer pensa em mim para além das obrigações na igreja. Provavelmente nem como amigo sou considerado. Até mesmo um trecho de Carmina Burana pode exprimir as ânsias que tenho em me dedicar a esse sentimento doentio:
Ama me fideliter,
fidem meam nota,
de corde totaliter,
et ex mente tota,
sum presentialiter,
absens in remota,
quisquis amat taliter,
volvitur in rota.

Ama-me fielmente!
Vê como seu fiel,
Com todo o meu coração,
E com toda a minha alma,
Estou contigo.
Mesmo quando distante,
Quem quer que ame assim,
Gira a roda.
(trecho e tradução de Omnia Sol Temperat - Carmina Burana)

E o pior é que eu, assim como Eva, sei bem das consequências que me vão suceder se eu continuar insistindo nesta história. Mas, pelo conhecimento da original, posso garantir que a história vai tristemente continuar se repetindo. É como a roda da fortuna de que falei anteriomente, sempre se repete, sempre mudando, mas sempre cíclica, assim é a vida.

sábado, 28 de maio de 2016

Viver subtende-se plenitude: 50 perguntas. 50 respostas.

Bom, como hoje foi um dia em que fui completamente inútil, estava simplesmente entediado pensando no que não devia quando um amigo me enviou um post deveras interessante. Se tratava de 50 perguntas que vão libertar sua mente, que eu achei simplesmente fantástico. Disse a ele que iria resultar em vários posts aqui, então resolvi me desafiar a fazer justamente isso. Responder essas perguntas de forma a fazer um exame de consciência ou algo do tipo. Não sei se vou responder as 50, pois é pergunta pra caramba, mas vamo que vamo, vai ser bom pra desestressar... haha

Quanto anos você te daria se não soubesse sua idade?

Acho que uns 18... apesar de muita gente dizer que pareço mais velho, realmente não me acho tão velho assim. Ou talves seja reflexo do meu medo constante de envelhecer e ficar sozinho. provavelmente a segunda opção. 


O que é pior: aguentar a derrota ou nunca tentar?

Olha, baite pergunta difícil. Sempre me perguntei isso. Particularmente estou inclinado a pensar que não tentar é ainda pior. Ao menos que é derrotado, pode dizer que lutou. O outro simplesmente diz que fugiu da batalha. Claro, lutar quando se sabe que não pode vencer é tolice. Então creio que essa pergunta não tenha uma única resposta. Mas no geral, superar a derrota é melhor do que se acovardar e não tentar. 

Já que a vida é tão curta, por que fazemos tantas coisas chatas e tão poucas coisas legais?

Porque o homem é uma criatura triste. Perde sua vida inteira tentando conseguir dinheiro, e quando o consegue, perde todo o dinheiro tentando prolongar a vida que perdeu. Se preocupa tanto consigo mesmo que nunca se move pra ajudar o próximo, mas basta passar por uma provação que se lamente por ninguém ajudá-lo. O homem por algum motivo tende a se auto-destruir, em todos os sentidos. Basta olhar a nossa volta. Todos sabem que alimentos industrializados fazem mal, mas ainda assim a cada dia novos surgem no mercado. Todos concordam que a tecnologia afastou as pessoas, ao invés de aproximá-las, mas todos os dias novos aparelhos são lançados. Por fim, colocou o outro contra si, sentindo inseguro, inventou a arma de fogo para se proteger, anos mais tarde, inventou a lei do desarmamento pelo mesmo motivo. O homem é uma criatura triste.

Se o trabalho está acabado, tudo está dito e tudo está feito, no fim das contas houve mais palavras ou realizações?

Palavras. Temos a péssima mania de falar demais, criticar demais, planejar demais, e fazer de menos. Em todos os âmbitos da vida, passamos mais tempo falando sobre algo do que fazendo algo. Triste mesmo é notar que passamos mais tempo dizendo "Eu Te Amo" do que fazendo coisas que de fato provem isso. 

Se pudesse mudar apenas uma coisa no mundo, o que seria?

Traria de volta a capacidade que as pessoas tem de amar apaixonadamente e que parece ter se perdido em meio a tantas preocupações egoístas. 

Se a felicidade fosse moeda, que trabalho te faria milionário?

Ser professor *-* 

Você faz o que acredita ou tenta acreditar no que faz?

Faço o que acredito. Costumeiramente as pessoas me perguntam de minhas motivações para essa ou aquela atitude, sempre dou a mesma resposta: porque acredito que isso seja a coisa certa a se fazer. Se eu acredito que é assim, vou fazer mesmo que todos os outros pensem o contrário. 

Se a vida durasse 40 anos, o que você mudaria na sua para aproveitá-la ao máximo?

Bom, já estaria em mais da metade dela, então não acho que mudaria algum hábito a essa altura. Talves me preocupasse mais em simplesmente me fazer feliz, ao invés de procurar alguém que faça isso por mim, como lamentavelmente feito até hoje. 

Chove, você precisa que te levem pra casa e um carro para. Quem dirige?

Não faço a mínima. Provavelmente algum tarado ou alguém perdido, mas não alguém pra me dar carona. Iria pra casa a pé mesmo. Gosto de banho de chuva, é romântico e nostalgico, e lava a alma e o coração. 

O que mais te preocupa: fazer as coisas bem feitas ou corretamente?

Corretamente. Dificilmente consigo fazer bem feito mesmo...

Você está correndo com três pessoas de quem gosta e que respeita. Elas começam a criticar um amigo próximo sem saber que vocês são amigos. A crítica é humilhante e injusta. O que você faria?

Nada. Ouviria e depois diria a ele pra tomar cuidado com essas pessoas. Sim, seria o fofoqueiro da história, mas provavelmente quando ele quebrasse a cara com elas, seria eu reconhecido. 

Se pudesse dar apenas um conselho a uma criança, qual seria?

Não deseje crescer. É uma treta. 

Você seria capaz de infringir uma lei para salvar o seu amor?

Sim. Até mais de uma. 

Você viu loucura onde, depois, viu genialidade?

Toda vida. Na verdade, penso que ambos os conceitos são sempre apenas pontos de vista diversos de uma mesma coisa.

Na sua vida, o que você faz que te diferencia dos outros?

Insisto sempre nos mesmos erros, nas mesmas pessoas, nas mesmas paranóias. Isso sem dúvidas.

Como é possível que o que te faz feliz não faz feliz aos demais?

Ponto de vista. Da mesma forma, coisas que fazem os outros felizes, são verdadeiras torturas pra mim. Particularmente não preciso de muito para estar feliz. Basta ficar um pouco sozinho, ouvindo uma música boa. Para alguns, isso é depressivo, pra outros, entediante, pra mim, simplesmente sublime.

O que você quer fazer, mas ainda não fez? O que te impede?

Declarar meus sentimentos a um certo alguém;
Medo da rejeição iminente.

Você está preso a alguma coisa que deveria deixar ir embora?

Dezenas de coisas e pessoas. Sentimentos que já deveriam ter se desprendido e que simplesmente acabam por me amarrar cada vez mais a tristeza e a nostalgia. Já devira ter me livrado a muito.

Se te oferecessem mudar para sempre a outro país, aonde você iria e por que?

Coréia do Sul. Motivo? Música. Simplesmente. 
Já que me ofertaram uma coisa tão assim, imagino que os subsidios necessários a minha sobrevivência estão incluidos, então, depois de aprender o idioma e de garantir uma forma de susistência, iria com certeza.

Você aperta o botão para chamar o elevador mais de uma vez? Você realmente acha que ele virá mais rápido?

Não. Na verdade, dificlmente aperto esse tipo de botão. Acho nojento.

O que você gostaria de ser: um gênio neurótico ou um tonto feliz?

Um gênio, pois neurótico eu já sou... 

Por que você é você?

Porque se eu fosse outra pessoa não seria eu. Seria outra pessoa. *-*

Se você pudesse escolher entre ser ou não seu próprio amigo, você começaria a amizade?

Não. Não vejo motivos para me ter por perto, muito menos para me ter como amigo. Sou completamente dispensável.

Você chega em casa e tem uma visita inesperada. Quem é?

São Pio X. Seria inesperado, até porque ele já morreu há séculos.

O que te faz sentir agradecido?

Alguém se mostrar preocupado comigo.

PS.: Alguém que não seja minha mãe ou meu pai. Quando eles fazem isso, me irrita.

O que você prefere: perder todas as suas memórias ou não ter a possibilidade de ter novas?

Perder todas memórias. Ora, se eu tivesse algo realmente feliz para lembrar essa resposta seria diferente.

É possível conhecer a verdade sem se esforçar?

Não. 

O seu maior temor se transformou em realidade?

Repetidas vezes. O temor de ser enganado, de ser abandonado, principalmente. 

Você se lembra o que te fez sofrer há 5 anos? Isso continua tendo o mesmo significado?

Um amor não correspondido. Não, antes isso significava que eu era apenas azarado, hoje significa que sou idiota mesmo.

Qual a melhor lembrança da sua infância? Por que é uma lembrança feliz?

Brincar despreocupadamente no meu quarto. Porque eu não tinha preocupações.

Que acontecimentos do passado te fizeram sentir vivo?

Ainda não me senti vivo.

Se não é agora, quando?

Um dia talvez, ou nunca.

Se você ainda não alcançou o que quer, o que você pode perder?

Nada. nada a perder, tudo a conquistar.

Você já esteve com alguém sem falar nenhuma palavra e depois sentiu que foi a melhor conversa da sua vida?

Frequentemente. As pessoas não necessariamente precisam falar para se comunicar ou para se entender.

É possível saber o que está bem e o que está mal sem ter dúvidas?

Sim, quando está bem flui naturalmente, quando não, acaba por sempre surgir algum obstáculo.

Se te dessem um milhão de reais agora, você pediria demissão?

Não estou trabalhando. Mas se ainda estivesse no meu último trabalho, com toda certeza que sim.

O que te realiza mais: ter muito trabalho e ter a obrigação de fazê-lo, ou ter pouco trabalho, mas fazer o que gosta?

Ter pouco trabalho é justamente do que eu gosto.

Você tem a impressão de que o dia de hoje já se repetiu mais de cem vezes?

Não. Por mais que um dia seja sem graça, ainda assim, dificilmente tenho essa sensação.

Você pensa com a cabeça ou com o coração?

Coração. Que foi feito pra bombear sangue, não pra pensar, logo, não da pra exigir que as decisões sejam decentes.

Se todos os seus conhecidos morressem amanhã, quem você visitaria hoje?

Ninguém, passaria o dia com minha mãe mesmo.

Você trocaria 10 anos da sua vida para ser mais bonito e reconhecido?

Até 15 eu to negociando.

Qual a diferença entre viver e existir?

Viver subtende-se plenitude. Existir não.

Quando vai chegar o dia em que valerá a pena arriscar e fazer o que parece certo?

Quando finalmente conseguir uma coisinhas que desde pequeno meus pais falam bastante: vergonha na cara, o nome. 

Se aprendemos com nossos erros, por que temos medo de errar?

Porque aprender costuma ser doloroso demais.

O que você faria de outra forma se soubesse que ninguém iria te julgar?

Usaria roupas menos tradicionais. Sairia lindo de kimono e haori na rua...

Quando foi a última vez que você escutou o som da sua respiração, ou a batida do seu coração?

Ontem.

Você gosta de quê? As suas ações combinam com essas coisas?

Gosto de me sentir em paz. Não. Parece que busco justamente todas as formas possíveis pra me estressar.

Qual o valor do seu sofrimento?

Para mim? Tem o meu valor. Define quem eu sou. De nada vale para os outros.

As decisões devem ser tomadas aqui e agora. Quem toma as suas decisões?

Eu.

Qual a promessa mais importante que você já fez?

Que iria lutar para fazer um certo alguém feliz. Nem preciso dizer que não cumpri por ter sido rejeitado por essa pessoa. Vida que segue.

~

Olha olha, quem diria, respondi a todas e ainda tem pensamento borbulhando na minha cabeça. Não me estendi demasiado em cada resposta ou isso viraria um livro. Mas acho que está satisfatório... 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

As palavras que diziam "Eu Te Amo" sem cessar

Bem, como já era de se esperar, a noite cai e com ela, bate a bad. Claro, tem dias que ela espanca, noutros ela só marca presença, e em outros ela só deixa a gente inspirado a escrever coisas tristes na internet pra ninguém ler... De qualquer forma, essa madrugada de sexta para sábado, com uma playlist que vai desde Lily Allen a algumas músicas do Immortal Songs, pede um post inspirado pela mais profunda bad que este que vos escreve pode conceber sob o efeito letárgico de 1 Lexotan.

Vagando sem rumo pelo YouTube a gente se depara com todo tipo de coisa, desde mini-documentários interessantíssimos até as coisas mais inúteis do mundo que alguém teve a brulhante ideia de guardar. Bem, certamente meu alunos de daqui uns 30 anos terão muito orgulho de mim que, em meio a uma crise nacional, fico escrevendo sobre os meus sinceros sentimentos num blog que ninguém, e louvado seja Deus por isso, lê.


Bem, numa dessas andanças, resolvi certo dia baixar a música de um comercial da VIVO. Decorei a letra e joguei na internet. Se tratava da música "Somewhere Only We Know" da Lily Allen. Fiquei surpreso, não só por se tratar de uma cantora que eu há muito não ouvia, como também tudo referente a faixa é muito bonito. O MV é delicado e mostra a criação de um filme de animação que combina técnicas de CGI e Stop Motion, é simplesmente belíssimo e emocionante. Bom, isso já faz algumas semanas, e hoje, cruzei novamente com a música, mas dessa vez, numa daquelas montagens que apresentam a tradução junto com o clip, esse em especial, com cenas do filme "O Pequeno Príncipe." Quem liga se eu já tenho a música no computador? Fui ouvir de novo. E notei que em cada legenda, eu ficava pensando em coisas diferentes, e como o volume de pensamentos foi aumentando a medida que a música acabava, resolvi escrever parte dessas impressões aqui. Aproveitamento zero se alguém ler, mas pelo menos me livro dos pensamentos. Talvez colocar a faixa para tocar enquanto lê resulte numa boa experiência... repetindo então, a faixa é "Somewhere Only We Know" da Lily Allen.

Atravessei uma terra vazia
Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão
Eu senti a terra sob meus pés
Sentei-me junto ao rio e ele me completou

Gosto muito daquela expressão que diz "O caminho nunca é longo se tem um amigo caminhando por perto." Penso que seja verdadeiro. Ora, quem nunca se sentiu solitário mesmo num lugar conhecido? Seja dentro do próprio quarto ou, como diz a música, andando por um caminho bem conhecido. Me lembro agora de quando meu ex ainda morava na casa que dá para a esquina de minha rua, por onde passo para ir a igreja. Me lembro da dor que senti toda vez que passava e o via e era ignorado. Ou quando passava e ele me chamava, somente pra acenar e sorrir. Nunca entendi de verdade o que o motivou a se afastar de mim. Sou apenas inclinado a acreditar que, sendo bonito e cativante como ele é, encontrou alguém mais aos padrões dele.

Quem nunca sentiu-se necessitado de algo que nos completasse? O rio corre sem cessar, e assim como a água leva o que vê pela frente, talvez ele consiga nos completar justamente por carregar o peso que vem em nosso coração. Estamos vivos, sabemos disso pois ainda sentimos a terra sob nossos pés. Mas não é a rigidez da terra que nosa completa, é a fluidez da água, que corre como a vida, ora lenta e calma, ora impetuosa e devastadora.

Oh! Coisa simples, aonde você foi?
Eu estou ficando cansada e preciso de alguém em quem confiar

Nesse ponto me lembrei do meu namoro, terminado a pouco (não tão pouco assim, já devia ter superado, diga-se de passagem). Era simples, fácil, fluido, mas de repente tudo se tornou frio. As promessas se foram por entre meus dedos e as palavras de carinho, e até mesmo aquelas poderosas, que diziam sem cessar "Eu Te Amo", se mostraram vazias, completamente vazias. Pelo menos uma coisa eu aprendi, não devo confiar assim tão profundamente em alguém tão rápido assim. Também estou cansado, de ser tão "trouxa" como diz a linguagem popular da internet. Cansado de me iludir tão facilmente. E por fim, cansado de ser tão paranóico. Meu proximo relacionamento (se houver) deverá ser racional. Racional. Por isso também digo que preciso de alguém em quem confiar. Alguém que não vá desanimar depois do 1° mês de namoro. Alguém em quem confiar.

Me deparei com uma árvore caída
Eu senti os galhos dela olhando para mim
É este o lugar que costumávamos amar?
É este o lugar com que tenho sonhado?

O cair das arvores sempre me lembram que nada é para sempre. Mesmo elas que são sempre fortes, e imponentes, caem. Morrem. Assim também nossos sonhos e esperanças. Esperanças essas depositadas sempre nas pessoas erradas e sonhos contruidos com pessoas que não lutariam por eles como você; Assim como o lugar de amor e sonho da música está agora vazio e frio, olho para o pequeno estojo onde estão as alianas que até pouco tempo simbolizavam o nosso amor. Irônico, as alianças que significam que o amor não te fim, estarem agora novamente juntas justamente porque o "amor" acabou. Deveriam se juntar apenas quando nossas mãos se juntassem, em nenhuma outra ocasião. Um par de alianças tem essa missão: mesmo sendo um par, seu dever é viverem separadas, para simbolizar o amor daqueles que devem estar sempre juntos. 

Oh! Coisa simples, aonde você foi?
Eu estou ficando velha e preciso de algo em que confiar

Novamente me pergunto. Pra onde foi o nosso amor. Poderia aquilo ser chamado de amor? Talves atração, luxúria ou paixão sejam expressões melhores. Estou velho, cansado. Não no sentido literal da palavra, mas esse estado reflete o medo que agora carrego comigo de me decepcionar de novo.

E se você tiver um minuto por que nós não vamos
Falar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?
Isso poderia ser o final de tudo
Então por que nós não vamos
Para algum lugar que só nós conhecemos?
Algum lugar que só nós conhecemos

Todo casal tem suas próprias peculiaridades. Suas músicas favoritas, seus locais prediletos, e até alguns hábitos compartilhados. Penso que essas coisas refletem o mundo que é só deles, onde ninguém mais tem acesso. O mundo do amor que os une. 

Nesse momento, penso nas pessoas que ultimamente mexem com meu coração. Certamente se não tivesse tanto medo hoje, já teria de fato corrido atrás de alguém ou dado chance a outros. Mas tenho medo. O lugar que somente eu e ele conheceriámos seria um lugar de verdades, sem inibições. Mas pelo que aprendi da vida, até hoje estive sozinho nesse lugar.

Estaria mentindo se, no entanto, dissesse que não quero que mais alguém venha ter comigo nesse cantinho particular do coração. Sim, é meu desejo mais profundo que alguém em quem eu realmente possa confiar possa sim, entrar no meu coração e ali fazer sua morada comigo. 

Oh! Coisa simples, aonde você foi?
Eu estou ficando velha e preciso de alguém em quem confiar
Então me diga quando você vai me deixar entrar
Eu estou ficando cansada e preciso de algum lugar para começar.

Quando é que você vai me deixar entrar? Nesse momento, me lembro daquele que já a muito mexe comigo. Ele sabe disso, já deixei bem claro. Assim como os delicados sinais da rejeição também foram claros. Mas ainda não consegui desistir. Eis que estou a porta do seu coração, buscando abrigo em seu calor, mas só encontro a madeira fria a me repelir continuamente. Uma barreira intransponível. Só pode ser aberta por dentro. Mas não posso entrar se não estiver aberta, e o anfitrião parece não quere me receber. 

E se você tiver um minuto, por que nós não vamos
Falar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?
Porque isso poderia ser o final de tudo
Então por que nós não vamos
Para algum lugar que só nós conhecemos?
Algum lugar que só nós conhecemos.

Não consigo entrar, já cansado de bater, agora eu apenas chamo por você... Peço que saia, que possamos conversar, um lugar onde possamos ficar juntos. É o desespero final daquele que já entendeu que seu destino é a solidão da cela do autoconhecimento. Ainda assim eu continuo a chamar, continuo a gritar, por que nós não vamos para algum lugar que só nós conhecemos?

Post Missam

Eitaa, baita cansaço...

Ontem foi a Solenidade de Corpus Christi, e esse ano minha paróquia se juntou a outra pra tradicional pocissão com o Santíssimo Sacramento. Então a missa começou numa capela vizinha e viemos em procissão até aqui. Tudo durou pouco mais de 3 horas. Mas considerando que eu também servi aqui na missa da manhã e passei a manhã fazendo os tapetes, fiquei ao todo das 5:30 da manhã até 20h na igreja... cheguei bem cansado da procissão e com o braço dolorido por tocar o carrilhão o tempo todo.

Até que a ideia foi legal... mas infelizmente a comunidade não se dá com o padre da paróquia vizinha e ai acabamos que metade da multidão se desentendeu... fora isso tudo correu bem dentro do possível.

Olha, por incrível que pareça meus sentimentos estão até sob controle ultimamente. Acho que o mecanismo de bloqueio do sofrimento finalmente se ativou... haha, tava demorando. Bem, claro, ainda to abalado por um menino da igreja aqui e também por um amigo, mas nada comparado a lombra das últimas semanas. 

Graças ao cansaço eu acordei bem tarde hoje e já tomei meu Lexotan pra ficar bem relaxado... Estou agora conversando com um amigo, talvez dê pra irmos no cinema mais tarde. To precisando mesmo.

Então essa manhã de sexta está se movimentando bem lentamente... qual será as surpresas que o fim de semana nos guarda? Serão boas? Me sentindo meio ansioso não sei para o que inclusive...

Fui dormir ontem pensando nos meus atuais quase rolos. Gosto de dar esses nomes estranhos ao meus relacionamentos. Até aqueles que não aconteceram. Por exemplo, tem o meu ex-problema, pois ele só me deu problema, o ex-dor de cabeça (nem preciso explicar), e tem o ex-quase rolo, aquele que quando parecia que ia, não foi. E tem também os atuais quase rolos. Que parecem que vão, mas não vão também. Devia chamar esses de mulas empacadas. Faria mais sentido.


terça-feira, 24 de maio de 2016

A Roda da Fortuna

A vida tem umas coisas engraçadas, me recordo agora da Roda da Fortuna, expressão do codex Carmina Burana pra falar da vida. Sou apaixonado pela orquestração do Carl Orff para esses poemas. E é sobre a roda da vida que venho falar hoje... 

Me peguei procurando por figuras de linguagem que me ajudassem a transmitir os sentimentos desde dia e decidi que a roda da fortuna serve como uma luva. Pelo que pude entender, a vida segue um fluxo constante e cíclico, mesmo quando não percebemos, ela sempre volta a girar e as coisas tornam a acontecer. Claro, assim, como a água de um rio nunca passa duas vezes pela roda de um engenho, as coisas nunca acontecem da mesma forma, mas a roda também nunca para de girar. E é disso que se trata "Oh Fortuna", o primeiro poema dos Carmina Burana. Da sorte, que ora sopra a favor do homem, ora em favor da roda, fazendo a mesma girar. Variável e mutável como a lua, sempre nos surpreendendo com a sua imponência. Creio que aqui, a sorte se mistura com o conceito do destino, sempre mutável, seguindo uma lógica complexa e praticamente desconhecida. Se nosso destino é controlado por Deus, pelo acaso, ou por nossas escolhas, não sei ao certo, mas de uma coisa estpu convencio, há uma lógica poderosamente escondida no destino. Será que no final de tudo, a sabedoria é de fato a única herança que o destino pretende nos deixar. Penso que sim.


Tudo na vida nos serve de aprendizado. Se algo aconteceu e ainda não entendemos o motivo, provavelmente é porque ainda não adquirimos a maturidade necessária para se conseguir a perspectiva da compreensão. Perspectiva. Tudo depende desse ponto de vista pessoal que se molda através da nossa cruel sorte. Cruel pois nos rouba a única coisa que realmente possuimos: a nossa liberdade. A sorte então as vezes permite que coisas boas aconteçam, talves como prêmio por algo que a tenha agradado, ou simplesmente para se deleitar quando arrancar este prêmio da forma mais cruel e brutal que se possa imaginar. É como se ela lhe desse todo o dinheiro do mundo mas lhe proibisse de comprar qualquer coisa. 

E ela é implacável em suas decisões, move-se com a sutileza de uma serpente, mas com a força de um tsunami, deixando seu rastro irreparável por onde quer que passe. Mas, assim como uma civilização aprende a construir cidades mais fortes depois de um desastre natural, o homem insiste em se reerguer mais forte do que era de ser derrubado e logo se põe a cantar a vitória de ter adquirido sabedoria em sua própria destruição. Tolo. Só o faz para despertar a ira da sorte mais uma vez, que retorna décadas mais tarde para matar a prole do homem que se reergueu. Não ataca o homem diretamente, mas o faz de uma forma ainda pior. E o homem, cansado por ter lutado por sabedoria duante toda a vida, não tem outra opção senão observar seus filhos serem mortos um a um a sua frente, sem que ste possa sequer levantar-se para se lamentar as entranhas de seus filhos espalhada pelo chão de sua casa em restos mortais que gritam a risada macabra da sorte.

A vida, cheia de decepções, faz os homens virarem-se uns contra os outros e a lutarem cada um por seus próprios interesses. As vezes ela se mostra bondosa, lhe dá um amigo, um namorado, com quem você pode compartilhar algumas batalhas, mas só para que ela possa matá-lo a primeira oportunidade, bem a sua frente, antes do término da guerra. E assim, terminada a batalha da vida, a sorte se deleita da vitória incompleta do herói. E o faz sentada no trono conquistado. Trono este que se encontra vazio e frio, pois a conquista do reino não tem mais sentido se aquele guerreiro que lutou tanto ao seu lado não mais aqui. Não poderá mais se aproveitar do delicioso banquete da vitória e tampouco se divertir com os homens e mulheres, amantes e escravas, que são o prêmio de tão ardorosa conquista. Ah não, o melhor amigo do herói nunca o acompanha até o final de sua jornada. Ou morre tragicamente ou trai seu amigo, antes de ser morto pelo lado para o qual trabalhava desde o principio desse grande e desconhecido enredo. E a sorte se delicia com o desespero do coração do herói que acabou de conquistar uma vitória vazia. Uma vitória que só faria sentido se fosse compartilhada. Uma vitória que não tem fim em si mesma, mas que encontra sua plenitude apenas naquele raro sorriso entre o herói e seu amado, o herói e seu amigo, o herói e seu companheiro.

Mas seu amante já não caminha mais nesse mundo. E ainda que caminhe, não caminha mais ao seu lado, não. Ele nem sequer compartilha das pilhagens de sua vitória como tampouco lê estas linhas desesperadas que seu amigo lhe escreve. Ainda que essas linhas sejam tão dolorosas de se escrever quanto uma batalha corpo a corpo é dura de ser travada. Ainda que os espinhos de uma rosa possam estar encharcados de um veneno poderoso e mortal, disfarçado com o doce aroma da flor, possa ser uma arma terrivelmente mortal, a dor de perder um amigo é maior. É maior pois não se espera que isso aconteça. Se imagina que as vitórias serão compartilhadas um com o outro. Mas no momento da derrota, ele se foi. E no momento do contra-ataque desesperado, ele não está mais ali. E quando a vitória finalmente se revela espledorosa e gloriosa em resplandecentes vestes douradas, ela se esvai como a areia voa pelo deserto, arrastada para longe pelo furioso vento da sorte. E o amigo? se foi, levado pelo mesmo vento, e hoje é menos real do que a sombra das pessoas que passam por todos os lados compartilhando suas vitórias. É ai que o herói percebe que apenas seu amor fora tirado dele. Os outros ainda estão contentes. E ai é onde a sorte satisfaz toda sua perniciosa luxúria. e se contorce de prazer malicioso, em ver o herói se desperar em sua solidão. 

Por fim, sem ter mais sentido em prolongar sua vida, com suas conquistas no auge, mas sentindo-se tão vazio quanto no dia em que partira em sua jornada, o herói sucumbe nos braços miseráveis e femininos da morte. Essa que se mostra sensual em sua beleza mortal, mas nem assim desperta o interesse do herói que até no seu leito de morte, envenenado com seu próprio sangue, só consegue pensar naquele amigo, naquele amante, que o acompanhou em parte de sua jornada. Com a morte de nosso heróico imperador, bravo conquistador do trono, que tão gloriosamente arrancara a soberania do tirano que açoitava seu povo com julgo terrivelmente pesado, um novo e jovem cavaleiro sobe ao trono. Não é o filho de nosso herói. Este jamais se rebaixaria a dar-se a mulher alguma. Mas seu sobrinho. Ou filho de seu primo. Não importa, mas eis que surge um novo alvo para divertir a sorte, que entediada entregou seu último brinquedinho nos braços se sua amiga, a morte. Agora ela se ocupará do jovem aprendiz de herói. Dará a ele um novo amado, tão viril e belo que ele logo se entregará de corpo, alma e coração a esse amante irresistivel, somente para tirar dele de forma brutal como fizeram com seu último herói. Com vem fazendo a séculos, e como continuará fazendo por todo o sempre, tentando saciar seu desejo insaciável pelo sofrimento e pelo desespero do homem. E  mais uma vez a sorte gira sua roda da vida, para definir quais serão os artificios usados para destruir nosso belo, jovem e inesperiente herói. E nosso herói qua agora se encontra no passado, apagado pelo manto da morte, assiste ao triste fim de seu sucessor, assim como os heróis que o sucederam desde a a criação do mundo assistiram a sua humilhante derrota. Esperando ansiosamente pelo dia em que alguém, num golpe, arrancará a roda da vida das mãos dessa criança mimada que é a sorte, e a lançando no chão, destruirá esse circulo vicioso de alegrias e amarguras que é a jornada dos heróis.

O fortuna
Velut luna
Statu variabilis,
Semper crescis
Aut decrescis;
Vita detestabilis
Nunc obdurat
Et tunc curat
Ludo mentis aciem,
Egestatem,
Potestatem
Dissolvit ut glaciem.

Ó fortuna
És como a lua
Mutável,
Sempre aumentas
E diminuis;
A detestável vida
Ore escurece
E ora clareia
Por brincadeira a mente;
Miséria,
Poder,
Ela os funde como gelo.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Afinal de contas

Ai ai, climinha de mudança aqui... Minha mãe inventou de fazer mais um quarto na casa e eu troquei com ela, então agora estou no quarto maior, que fica de frente pra rua. Não que a casa seja muito grande, mas qualquer mudança pode vir pra bem se a gente souber como aproveitar. Alguns primos também vieram ajudar, então até que foi divertido. Uma segunda mais agitada do que eu esperaria. 

Esse quarto ficou engraçado, ainda não fiz a mudança da TV a cabo e nem tirei as antigas prateleiras das paredes ainda, mas até que ficou bem espaçoso, gostei. Só espero que o fato de ele ser de frente para a rua signifique que aqui eu vá ouvir muito barulho. E agora tenho porta, coisa que antes não tinha. Ponto pra mim.

No momento, terminei de baixar algumas músicas (na verdade, muitas músicas, pra ser mais exato, 30 CDs do Caetano Veloso. Detalhe: não gosto de Caetano Veloso) e estou conversando com 2 ou 3 amigos. Um deles, na verdade, me preocupa muito. Ele passa por um momento difícil em casa e nos relacionamentos, e com isso terminou com uma depressão bem pesada. O coitado agora chora quase que diariamente, enquanto é assolado por pensamentos constantes de inferioridade e suicídio, e eu venho acompanhando já à alguns meses, e infelizmente cada dia chego a conclusão que não há muito que eu possa fazer. Me sinto péssimo por isso. 

Ironicamente não pensei bobagem hoje e posso afirmar com certeza que das últimas semanas, hoje foi o dia mais tranquilo de se viver. Até bem agradável, na verdade. Acredito que a partir de agora as postagens caiam em tamanho e quantidade, a menos que algo extraordinário aconteça. 

Ainda tenho algumas em que me ocupar essa semana, como estudar para a prova de amanhã a noite, a última do meu curso de História, e preparar ainda alguns detalhes da Solenidade de Corpus Christi, que esse ano vai contar a união de duas paróquias para a procissão. Ou seja, ainda tenho muito com o que me chatear e voltar aqui pra lamentar haha. Afinal de contas, se não me lamentasse, não seria eu.

domingo, 22 de maio de 2016

O que significa amadurecer?

É isso ai, final de domingão, lembrei que não tinha postada nada ontem e hoje e decidi fazer um resumo do fim de semana: 
Foi basicamente isso. 

Não necessariamente só isso, mas acho que a imagem reflete bem. Vamos aos detalhes? Ok, ninguém pediu, mas eu to a fim de contar!

Sábado eu dei uma catequese pela manhã que fez eu perceber o quão surtado eu tô. Gent, eu falei descontroladamente sem parar e nem pra mim fazia sentido, imagina pras pobres crianças. Enfim, vida que segue. Eu basicamente vegetei o resto do dia ate acordar e ir pra reunião do CPP logo a noitinha.

O domingo começou até mais disposto que seu predecessor. Levantei cedo e fui pra missa. Logo mais fiquei meio acordado meio dormindo até umas 15h quando meu primo me pediu ajuda pra instalar uma antena. Voltei pra missa da noite e depois fui com alguns amigos da Pastoral da Juventude para um campo sintético próximo à igreja, onde alguns foram jogar futebol. Eu só fui ver os boys suados mesmo (me julguem).

Estou agora no escurinho de meu refúgio particular, vulgo meu quarto, ouvindo DAY6, Eric Nam e outras cositas más. Não. Não sei falar espanhol. 

Não me surpreendo em ver o quão entediante foi meu fim de semana, aposto que foi apenas um prenúncio do que será minha semana, e provavelmte um bom tempo da minha vida. Até eu conseguir sair dessa.

Vamos ao que interessa? Continuo pobre. Tchau.

Brincadeiras a parte, tenho me sentido meio que á deriva esses dias... Mais especificamente na última semana. Sabe quando você está em um lugar mas só de corpo presente, e a alma e a mente estão em outra dimensão lutando contra o mal com armas de laser, nomes engraçados e roupas colantes em tons primários? Pois bem!

Sabe quando parece que todas as pessoas estão em sintonias completamente diferentes? Como se você não se encaixasse em lugar nenhum? É mais ou menos assim. 

Sei que parece um drama bobo adolescente. E provavelmente é. Sei que na minha idade é comum encararmos as coisas com muita intesidade. E que amadurecer significa exatamente saber a que dar mais importância. Mas acredito que isso também seja necessário ao processo de amadurecimento. Digo, quebrar a cara no amor, tomar decisões erradas, essas coisas. 

Só tenho me preocupado de verdade com minha sanidade. As vezes acho que já nem sou mais humano. Sou apenas uma 'coisa' com uma casca de aparência humana, mas que por dentro é um monstrinho que se mostrar de verdade pra sociedade vai ser internado numa clínica psiquiatrica e nunca mais ver a luz do sol (não que eu goste de verdade da luz do sol, na verdade prefiro a sombra). É muita paranóia, eu sei.

Por isso mesmo me pergunto se talves esse não seja o motivo de eu não ter encontrado a pessoa certa pra mim ainda. Talves porque eu seja tão bizarramente diferente, de um jeito que eu nem sei mais descrever, que essa pessoa simplesmente não existe, ou se existe, está internada em alguma clínica por ai.

Sei que, quando estou perto de outras pessoas agora, eu vejo elas ali comigo. Até começo a prestar atenção e a entender o que estão dizendo, mas em pouco tempo eu sou raptado e não consigo mais ouvir. Vejo suas bocas se movendo, mas nçao consigo entender. E fico nervoso pois a presença delas começa a me irritar. Hoje mesmo foi um exemplo disso. Meu mau humor aparente nas duas missas. Na da noite, em que cantei, simplesmente estava irritado até com a presença da comunidade. Irritado com as músicas que não consigo cantar direito. Irritado com a banda que não consegue ensaiar. Irritado com o cerimoniário que nao ajeitou o microfone do padre direito. Já deu pra entender né?

Ai ai, quando essa fase passa e eu consigo amadurecer de verdade? Quando vou conseguir aprender o que de fato é importane pra minha vida e a que eu tenho de dar valor? Quando vou parar de me apaixonar sem critério algum? Sexta, no Globo Repórter. 

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Completamente maluco

Ta, antes de mais nada eu já aviso: sim, perdi todo e qualquer senso da realidade e estou completamente maluco. Obrigado.

Bom, pra começar, acho minha fixação por Neon Genesis Evangelion já ultrapassou as barreiras do ridículo. Revi a série toda em 2 dias. Já assisti a 4 filmes e tem mais 1 carregando na outra aba, que vou ver quando termianr aqui. E sério, qualquer uma que já tenha visto sabe que a carga neural desse troço não é pouca coisa. Eu to com a cabeça explodindo, com a cabeça trabalhando em um milhão e meio de teorias bizarras tentando entender a série, o mundo, o criador e tudo e tal. Haja Lexotan!!!

Não vou escrever mais um post falando sobre isso pois já seria demais pra qualquer um e só vai piorar minha doidera. 

Acho que estou precisando mesmo é de uns bons tapas na cara. Ou de um psicólogo. Ou de um psicólogo que me dê tapas na cara. Ou de um psicólogo novinho e gato que me dê tapas na cara enquanto... Opa, parei. 

De qualquer forma, não sei mais dizer se isso que estous entido é só preguiça generalizada ou torpor, primeiro estágio da depressão. Ando trocando os dias pelas noites. Me trancando no quarto por horas e mal to conseguindo fazer qualquer tipo de contato com o mundo lá fora. Isso é mal...

Tenho medo de falar com meus pais porque o povo daqui já tem muito com o que se preocupar. E minha mãe tem o péssimo hábito, de mãe, de se preocupar mais comigo do que com ela mesma, e a saúde dela e do meu avô já nao estão muito boas, então definitivamente não devo dizer nada. 

Bom, minha única preocupação é não conseguir sair dessa sozinho e virar mais um estorvo aqui em casa, e francamente falando, de estorvos, minha família já está cheia. Não tem espaço pra mim aqui. Acho que o jeito é tentar contornar a situação por enquanto. Tentar conseguir um emprego, e com isso ocupar minha cabeça. Daí adeus depressão, pois não vou ter mais tempo pra gastar pensando em bobagem. Acho que é isso que dá pra fazer.


"Ando me distanciando e nem sei ao certo o que acontece. Já não sinto vontade de falar com muita gente. O bom é que muitos não percebem, assim eu não preciso perder tempo tentando explicar as razões pelas quais venho querendo fugir. Essas coisas são muito cansativas. Aliás, a maioria das coisas que envolvem pessoas são cansativas." 
(Sean Wilhelm).

Estou experimentando exatamente isso ultimamente. Uma dificuldade terrível de falar com os outros. Qualquer coisa me tira a paciência, me tira o sossego, e parece que meu quarto, minha cama, são meus únicos refúgios seguros. Prefiro não falar com ninguém. Os assuntos dos outros me irritam. Todos me irritam. Quero e preciso de silêncio. Ao passo que o silêncio me machuca, pois não consigo ficar 1 minuto sequer sem música ou algum outro som que não seja a voz de alguém falando comigo. Acho que isso acontece pois o silêncio abre espaço pras coisas que estão dentro de mim sairem gritando. E isso é ruim. 

Cansativo, ultimamente tudo tem sido tão cansativo. Coisas que antes eu fazia todos os dias hoje não só não despertam nenhum interesse como também me deixam extremamente cansado ou aborrecido em fazer. 

Mesmo agora, em que eu devia estar satisfeito por estar só, ouvindo música no escuro, estou triste pois estou com sono. Se vou dormir, pois amanhã tenho uma catequese pra dar logo pela manhã, fico triste pois não consigo parar de pensar e dormir. Ou porque o WhatsApp não para de tocar em nenhum momento. Ou para e volta no momento exato em que vou dormir. É tanta contradição que meu estômago dói só em pensar.

Eu avisei no começo do post... completamente maluco.

Sinto como se eu fosse aquele senhor que Tchaikosvky fala no programa de uma de suas sinfonias, que, depois de um dia bastante cansativo, se senta na varanda de casa com um livro nas mãos, mas o livro logo se fecha, assim como os olhos já pesam de sono, e o homem já não tem mais força nem pra olhar a procissão que passa ao longe... Lutou, não conseguiu vencer, enganou-se na primeira vitória mas foi brutalmente derrotado na guerra e se entregou. Um herói não por ter vencido, mas apenas por ter lutado uma guerra que todos já tinham dado como perdida. Ou talvez um tolo. Mas parafraseando uma expressão famosa, de herói e tolo, todos não têm um pouco?

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A fera que gritou EU no coração do mundo

Olha, algumas criações huamanas simplesmente superam a barreira do maravilhoso. Já falei várias e várias vezes sobre isso e provavelmente passarei o resto da vida dessa maneira, mas Neon Genesis Evangelion continua sendo uma das obras mais incrívei com que já tive contato. Acabei de terminar de rever mais uma vez e estou novamente impressionado. 

Impossível ficar indiferente aos episódios 25 e 26, simplesmente profundos demais pra qualquer descrição. Já adianto que não vou escrever aqui minha interpretação desses episódios até porque a internet está cheia delas e isso não teria nenhum proveito. Gostaria de postar o script traduzido aqui, mas não o encontrei. Pretendo agora ver os filmes, que complementam a série e que pelo que entendi, receberam ótimas críticas. 

Mais uma vez, vou imprimir aqui somente alguns lampejos das minhas impressões de alguém que já assitiu essa série três vezes e ainda não entendeu muito bem o que aconteceu no final. Talves eu seja mesmo mais lerdo do que pareça. De qualquer forma. Admito que quase enlouqueci junto com Shinji Ikari nesses últimos episódios, e agora me pego também questionando minha existência. Coisa de maluco ficar impressionado com algo assim. 


O que mais me chamou a atenção no final da série, e que também fou justamente o motivo pra eu ter começado a assistir foi o engraçado relacionamento entre Shinji Ikari e Kaworu Nagisa. A estranha 5° criança apareceu de repente, quando Asuka estava em estado catatônico depois de ter sido infetada em um dos ataques dos Anjos, e tão logo quando chegou a NERV já conseguiu sincronizar-se automaticamente com o EVA 02. Ele também se aproximou imediatamente de Shinji, dizendo que o amava. Aqui fica bem claro o quanto o nosso protagonista se apegou rapidamente ao estranho rapaz de cabelos cinzas que segurou sua mão durante o banho, disse que o amava e que veio a este mundo somente para conhecê-lo. 

Logo, a 5° crinaça se revela ser na verdade o último Anjo, e tomando posse da Unidade 02 consegue se infiltrar no Dogma Central e assim com facilidade chegar ao Terminal Dogma, onde se encontra Adão (na verdade Lylith). Shinji tem de então destruir o seu novo amigo, aquele que durante toda a sua vida mais deu valor a sua existência, tão logo se achegou dele e tão logo teve de ser morto por ele. O choque da cabeça de Kaworu caindo no lago de LCL é sentido por todos, e o choque de sua morte, que vemos logo no início do episódio 25, também.

Cheguei a conclusão de que assim é a vida. Você passa mais de 20 episódios, ou a maior parte da vida, lutando contra aquilo que outros disseram ser seus inimigos somente pelo fato de que essa é a única coisa que você sabe fazer, e no fim, quando alguém finalmente lhe dá sentido, essa pessoa é brutalmente tirada de você. O problema de Shinji é que ele deu valor demais ao que os outros esperavam dele. Durante toda a série foi assim. Ele pilotou o EVA 01 somente porque lhe pediram, sem levar em conta que aquele monstro o assustava. Sempre se desculpando, mas ficava contente quandl alguém o elogiava por alguma ação ter sido bem desenvolvida ou por seu nível de sincronia ter aumentado. Mas até essas pessoas se afastaram dele, e foi quando ele mergulhou no mar da melancolia.

A Major Katsuragi e a Dra Ritsuko enfrentavam seus próprios problemas, assim como Rey e Asuka. Seus outros amigos ou estavam mortos ou haviam fugido para longe dos confrontos da Tokyo-03. Ele estava sozinho e vulnervável. Kaworu foi o único que deu a ele esperança. Esperança de uma companhia, já que Asuka estava em estado catatônico e Rey nunca fora sociável. Esperança de ser importante para alguém. Imaginem só então, o quão sua mentalidade foi abalada ao ter de cortar a cabeça de seu amigo e companheiro. 

Choque maior justamente pelo fato de ele mesmo ter sido o responsável direto por sua morte. Não foi como na ação contra o EVA 03 que havia perdido o controle e destruido pelo EVA 01. Naquela ação seu pai tinha o controle, não ele. Shinji apenas assistiu e sentiu comos e ele tivesse matado o outro EVA. Não dessa vez, quando ele, sob total controle da Unidade 01, teve de matar Kaworu.

Acho que entendo Shinji. 

"Você está sempre pedindo desculpas! Realmente se acha culpado? Desculpas são o seu reflexo condicionado pra tudo? É patético." 
(Asuka Langley Sohryu)

Algumas vezes também sinto como se fizese apenas o que os outros querem de mim. Me comporto como querem, e quando excedo um pouco o limite que me impõem, logo sou chamado a normalidade. Por isso, mais fácil calar-se e obedecer do que se impor. É mais fácil ter paz do que ter razão. Mas essa paz é condicionada, exterior, apenas evito o confronto externo, mas o interno é ainda mais devastador, pois trata-se de um confronto entre minhas próprias vontades.

Em partes é correto afirmar que eu sou sim, livre, e que por vezes faço o que quero. Mas só até certo ponto. Não posso usar as roupas que tenho vontade. Só posso ouvir minhas m´sucias estando sozinho, por todas serem consideradas música de doido ou de gente depressiva. Até a forma como me comporto é condicionada a vontade dos outros. Não sou muito afeminado, mas seria errado dizer que me comporto como quero todo o tempo. Condiciono isso aos que estão ao meu redor. Claro, também acho que isso significa viver em sociedade. Também tenho de pesar esse outro lado, mas ainda assim, nçao me parece que outros se impotem muito com isso. Tantas são as palavras duras e frias que as pessoas não se importam em trocar. Gritar EU é sempre mais importante que sussurar o NÓS. E parece que a humanidade caminha sempre mais para o fechamento em si mesma.

Quem sabe não seria de fato, anular a existência de todas as pessoas numa existência perfeita, quebrando nossos Campos AT, ou melhor, nossas consciências particulares, em função de uma só conscicência humana, perfeita, sem dor, sem conflitos? 

"Não sei por que o ser humano se esforça para entender o outro. Lembre-se... As pessoas são incapazes de se entender completamente. O ser humano... É um animal triste."
 (Gendou Ikari)

Curso natural

É, hoje vai ser um dia daqueles...

Mal levantei e já quero voltar pra cama. Na verdade, voltar a dormir, pois continuo na cama. Vida de desempregado na depressão é dura viu. Na playlist aqui, hoje tem Crayon Pop, chupa masculinidade!!!

Olha, sinceramente, não sei o tamanho das bobagens que podem sair aqui hoje, pois além do meu sono de morte, eu to meio dopado de remédio pra alergia. Logo, não me responsabilizo por nada.

Haha, ontem comecei a ver a 3° temporada de Nodame Cantabile e confesso que estou decepcionado. É boa, mas pra uma série que me arrebatou desde o primeiro episódio, não conseguiram manter o nível. Trágico. Infelizmente o sucesso da primeira temporada subiu a cabeça dos produtores que logo anunciaram continuação, dorama e filme. Nada tão bom quanto a temporada original. Ta forçado.

Acho que assim também é na vida, quando se tenta forçar demais, perde a graça. A vida tem de seguir o seu curso natural. E por natural quero dizer que inclui as afluências e bloqueios que naturalmente possam surgir. Mas se o leito de um rio é desviado abruptamente, ele pode até mesmo deixar de existir. Parar de correr, se tornar uma represa. Que triste seria não? Correr até certo ponto depois estagnar-se de forma que não haja mais possibilidade de correr para outras terras. 

Ontem me peguei pensando numa série de coisas perigosas. Como disse alguns posts atrás, parece que meu coração resolveu colocar no lugar daquele que me deixou o primeiro candidato que aparecesse. No caso, os três primeiros. Não. Não sou indeciso. Espera. Talvez seja. Ah. Dane-se.

Enfim, ontem me peguei pensando justamente nessas pessoas. E sinceramente, acho que eu preciso ser internado. Ou ao menos eu mereço. O que leva um ser humano a ficar se martirizando desse jeito?

Um é hétero, o outro confuso e o terceiro não me da bola. Enquanto isso, meu WhatsApp fica apitando com um monte de gente que não desperta o mínimo interesse em mim. Mas ao invés de ir atrás desses, o que eu faço? Exatamente. Vou atrás dos outros. Como acabei de ver aqui no Facebook: mais iludido do que abelha em flor de plástico.

De qualquer forma, minha tolice é algo que me surpreende. Seria tão bom canalizar toda essa energia desperdiçada pra algo útil, como o livro que tento terminar a três dias. Aposto que se assim fosse, eu já estaria formado e sendo trouxa em outra área da vida. Lamentável.

Já ia me esquecendo, creio eu que minha aridez tem anunciado seu retorno. Passo por alguns momentos de Noite Escura como esse quando minha cabeça está muito cheia, e o principal sintoma é justamente a aridez durante a Santa Missa. Coisa que eu amargamente senti durante a missa de ontem. Sinceramente espero que nãos eja tão forte quanto a última, pois além de estar mais fraco do que da última vez, não posso perder minha única fonte de subsistência de emana toda minha energia pra continuar vivendo. Que Deus tenha piedade de mim. 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A cela do autoconhecimento e a hipocrisia pessoal

Mais uma vez aproveitando a onda de inspiração dramática dos últimos dias. Como não sei escrever música e acho que estou com preguiça demais pra fazer algum estória autoral, só vou desabafar aqui mais uma vez. Na playlist hoje tem o album ANIME CLASSIC da Ayako Ishikawa. 

Santa Catarina de Sena fala em muitas de suas cartas sobre o quanto é importante que a alma se feche na cela do autoconhecimento e ali e somente ali, ela consegue o verdadeiro encontro com Deus. Desde que comecei a ler seu epistolário, que terminei faz alguns meses, tenho refletido sobre essa cela do autoconhecimento. Claro que a doutora em mística não fala somente de uma cela física (visto que na maioria dessas cartas ela se dirige a religiosos) mas principalmente de uma cela espiritual. Aqui a cela assume justamente o objetivo de isolamento. É na solitária que a alma se silencia e pode ouvir os ecos da própria pulsação e assim conhecer a si mesmo. Somente depois de adquirido esse autoconhecimento é que a alma está  pronta para o relacionamento com o próximo. 

Cruzei essas reflexões com algumas frases da sabedoria popular que nos dizem que o amor próprio é tudo. De fato, começo a arranhar a superfície desse conhecimento agora. Não posso exigir amor de alguém se nem mesmo eu sou capaz de me amar antes. Seria contraditório, uma hipocrisia pessoal, por assim dizer. 

Primeiramente, a pessoa tem de estar num estado de satisfação consigo mesma, depois de se tornar autosuficiente, ai sim está preparada para buscar um relacionamento. Note que eu eu disse autosuficiente e não independente, pois ninguém pode viver sozinho. Mas buscar no próximo aquilo que não tem dentro de si mesmo é pedir para se decepcionar. 

Mas brasileiro gosta de sofrer... e parece que mesmo com toda essa informação na cabeça, o coração não consegue absorver. Chega a beirar o ridículo o quanto as pessoas se humilham umas pelas outras incessantemente na busca de algo que elas mesmas deviam se proporcionar. Não deveriamos esperar nada de ninguém, mas justamente querer oferecer, e assim, numa troca, caminhar lado a lado. Não carregando e nem sendo carregado. Mas também sem ser arrastado. Tem de ser natural, consensual. Adjetivos demais para as pessoas vazias que hoje encontramos. Nossas conversas se resumem a assuntos contidianos simplesmente para não perdemos aquela paquera fixa, por medo de ficarmos sozinhos. Como se a solidão fosse algo a se temer. Ora, não deveria ser, pois se justamente não paramos de reclamar do quanto as pessoas nos decepcionam, estar só seria uma garantia de não ser decepcionado. Dai a eficácia de voltarmos à cela do autoconhecimento, trabalhar aquilo que falta em nós, sem buscar no próximo, e ai sim, depois de criar essa blindagem, ter a força necessária para seguir em frente. 

Acho que estou andando em circulos, ou talvez não. O que eu pretendo com isso é justamente criar um ponte de orientação, um ponto de equilibrio. Acredito que estou justamente nesse estágio, de buscar refúgio na cela do autoconhecimento e adquirir minha blindagem pessoal. Não estou dizendo que não quero voltar a amar. Isso seria mentira. Estou dizendo que por hora, não posso voltar a amar. Não posso e não devo. Primeiramente porque não seria algo verdadeiro, depois, acredito que ninguém merece uma pessoa que só consegue amar pela metade, seria injusto com quem quer que seja. 

Tá, mas e ai?

Não basta só a decisão, basta a força para a ação. E ai, haha, ai é que ta o problema. 

Acabo de passar vários minutos olhando pro relógio de parede com estampa do Flamengo que meu pai colocou na parede da sala e não consegui juntar força sequer pra ir a cozinha, quem dirá pra me fechar na cela do autoconhecimento. Imagine que um atleta tenha se preparado por meses para correr uma maratona de 50km. Cuidou da alimentação. Trabalhou o percurso paara atingir o seu melhor tempo. No dia da competição, descobre que um infeliz engano o preparou para a o evento errado. A maratona não teria 50km, mas sim 100km, o dobro do que ele havia se preparado. Pode ser até que ele consiga terminar o percurso, mas obviamente não com o mesmo desempenho para o qual ele tinha se preparado. Mas pode ser também que seu condionamento físico não seja suficiente, e ele acabe por desmaiar a poucos quilômetros da linha de chegada, tendo de ser socorrido por paramédicos pois já não consegue mais se mover. Seus músculos pararam. Não obedecem mais seu comando, Apenas o coração e os pulmões continuam a trabalhar com força total. Até o cérebro parece mergulhado num oceano tão frio que impede qualquer reação. 

Eu sou esse atleta. Acreditava estar preparado pra maratona. Mas não estava, e agora estou deitado na pista, esperando pelos paramédicos (que sejam gatos, por favor, obrigado!). Deitado na pista, sem reação, sem movimento. Acredito que enfim caí no tão temido torpor. Odeio quando fico assim, sem capacidade de reação. Me sinto vulnerável demais.  E ninguém gosta de se sentir assim. Como sair dessa?

Sim, eu sei, muitos ficam repetindo a mesma coisa: levanta a cabeça! Vai a luta! 

Ta,

Mas

Se

Eu

Soubesse

Como

Fazer 

Isso

Eu

Não

Estaria

Assim

Obrigado.

Não é facil fazer isso. E me arrependo siceramente de todas as vezes que aconselhei alguém que passava por isso com essas palavras, acredito que mereço uns tapas por isso.  

terça-feira, 17 de maio de 2016

Tristão e Isolda

Bom, resolvi escrever mais um pouco antes de ir dormir... aproveitar enquanto ainda tenho conteúdo despejar aqui.

Terminei agora á pouco de ver a 2° temporada de um dos meus animes favoritos, Nodame Cantabile, e como já era de se esperar, fui profundamente afetado pela aura musical da obra. O post anterior pode provar isso. Enfim, antes de mais nada, essa temporada foi boa, não tanto quanto a primeira, que considero uma verdadeira obra prima dos animes, mas é muito boa. Na playlist, Sonata para Piano N° 16 em Am do Schubert e alguns excertos da ópera Tristão e Isolda, do Wagner. 


Como disse, resolvi escrever mais um pouco essa noite para aproveitar a maré de inspiração que ultimamente tem me assombrado pedindo pra ser liberada de alguma forma.

As madrugadas tem produzido esse efeito em mim ultimamente. Mais especificamente depois de ter terminado o namoro. Chegamos então ao ponto principal deste post, mais uma lamentação, como era de se esperar. Continuo acreditando que seja melhor escrever aqui, onde posso me expressar livremente do que ficar alugando desnecessariamente os ouvidos de meus amigos. Se bem que tenho feito isso bastante ultimamente também. Me sinto envergonhado, inclusive. Ao menos aqui posso me livra do fardo que me pesa sem sofrer com essa problemática do vitimismo gratuito que meus amigos tem de engolir. De qualquer forma, ninguém, ou quase ninguém, deve ler o que aqui é postado, e se lê, não deve ser de grande importância. Vida que segue.

A ideia deste post surgiu justamente da sonata de Schubert que citei logo ali no começo e que tocou com bastante frequência nessa temporada de Nodame Cantabile. E como disse no post anterior, a música tem a capacidade de imprimir certos sentimentos em mim. De uma forma ou de outra, a sonata me trouxe recordações do meu mau fadado relacionamento. O tema principal do primeiro movimento me lembra justamente algo interrompido. Não inacabado, mas que teve de ser abreviado abruptamente. Claro que não tenho conhecimento de causa pra afirmar isso sobre a obra, mas é a impressão que tive.

Logo, assim como os arpejos me soam dliciosamente interrompidos durante todo o movimento, assim também foi o meu primeiro relacionamento de verdade, que durou apenas 2 meses, interropidos abruptamente de forma não tão bela como Schubert expressou em sua peça. 

Lembro que no post que falei sobre o término eu escrevi apenas três fases. Era só o que minha cabeça turbulenta embebida de Rivotril conseguiu conceber naquele momento. E foram essas mesmas três frases que vem me assombrando violentamente desde então. Repetindo, esse foi meu primeiro relacionamento de verdade, e como era de se esperar, o término não poderia ter outro efeito sobre o meu já devastatado equilíbrio emocional senão o de beirar um cataclismo sentimental. 

Meus outros relacionamentos, não enumero muitos pois obviamente levo mais jeito para estudar do que para namorar, incluem um trágico rolo de quase 1 ano com um jovem muito confuso e que tirava proveito do bobo que ora vos escreve e que lhe fazia todos os seus trabalhos da escola, cobria suas irresponsabilidades na igreja dentre outras coisas e um segundo, mas não menos trágico rolo com um moleque anos mais novo que com certeza é um dos maiores responsáveis pelo meu desequilibrio emocional. O primeiro me enrolou ad aeternum e no fim das contas voltou para a ex. O segundo enlouquecia cada vez que a gente ficava e os surtos culminaram em seu distanciamento total de mim. A última noticia que tive de tal atroz criaturinha foi a de que estava tendo um caso com o amigo de um amigo. Dessa vez fui eu a dar o passo que deveria ter dado tempos atrás. Excluí das redes sociais, o que no meu mundo significa excluir da vida.

Voltando ao namoro. Tudo ia bem. Aparentemente. Lógico que notei que ele estava se afastando de mim lentamente, tentando não me magoar. Mas era óbvio que um de nós não estava satisfeito com a situação. Acredito que meu maior erro tenha sido ser intenso demais. Então na Páscoa, numa tentativa de tentar devolver o fogo que tão rápido se extinguira, dei a ele alianças. Sempre quis usar aliança. Considero um simbolo tão bonito, tão poderoso. Mas este também fora meu próprio golpe de misericórdia, ou um tiro no pé, usando uma linguagem menos poética e mais apropriada a minha idade. 

Alguns dias depois, duas semanas se me recordo bem, recebi uma mensagem sua que pedia que eu fosse vê-lo no dia seguinte, com urgência. Obviamente eu já sabia do que se tratava, só não sabia como tinha chegado até ali.

Lá fui eu, sabendo o que me aguardava, como a sensação de alguém que caminha para a própria morte. Foi exatamente como esperava. Ele acabou com tudo. Disse que não se sentia feliz num relacionamento onde só eu me esforçava pra acontecer e que como tudo acontecera tão rápido, não sabia mais como agir e perdera o controle da situação, ficando assim infeliz. As palavras foram mais ou menos essas mesmo. Disse adeus, voltei pra casa com o coração em pedaços, a alma transbordando com as lágrimas de 21 anos sem chorar e as alianças no bolso. Aquelas mesmas que tanto orgulho eu tive em usar.

Apaguei as fotos das redes sociais. Deletei os posts. Guardei as fotos onde eu não possa mais ver. Não tive coragem de destruir. Me dopei de remédio e só acordei pra vida uma semana depois.

A única coisa boa disso tudo é que ele teve a delicadeza de pensar no meu sentimento. Não foi como os outros dois que nunca deram seus golpes de misericórdia. Nunca deram o ponto final de que eu precisava pra continuar, sempre me davam reticências. Ele não, foi claro e cristalino como a água em dizer que estava acabado, não tive sequer a vontade de tentar ir atrás, pois sei que o sofrimento só iria aumentar. Tenho tentado seguir em frente desde então.

O fim de semana não foi dos melhores de que me recordo. Na tentativa de superar essa ferida meu coração se ocupou em colocar o primeiro candidato que viu no lugar. No caso, colocou uns 3 candidatos. E pra ser sincero, preciso seriamente reclamar com o departamento de RH do meu coração, pois vamos e convenhamos, vai escolher candidato ruim assim lá longe. 

No momento, minha playlist chegou ao excerto do tema principal da ópera Tristão e Isolda, do Wagner. Simplesmente apaixonado por essa música. É tragicamente apaixonante, como toda a ópera, mas esse unico trecho, de quase 17 minutos, reflete bem toda a obra, que dura quase 3 horas em algumas apresentações.

Tristão e Isolda é uma história lendária sobre o trágico amor entre o cavaleiro Tristão, originário da Cornualha, e a princesa irlandesa Isolda (ou Iseu). De origem medieval, a lenda foi contada e recontada em muitas diferentes versões ao longo dos séculos. O mito de Tristão e Isolda tem provável origem em lendas que circulavam entre os povos celtas do norte da Europa, ganhando uma forma mais ou menos definitiva a partir de obras literárias escritas por autores normandos no século XII. No século seguinte a história foi incorporada ao Ciclo Arturiano, com Tristão transformando-se em um cavaleiro da távola redonda da corte do Rei Artur. A história de Tristão e Isolda provavelmente influenciou outra grande história de amor trágico medieval, a que envolve Lancelote e a Rainha Genebra. A partir do século XIX até os dias de hoje o mito voltou a ganhar importância na arte ocidental, influenciando desde a literatura até a ópera, o teatro e o cinema. O mito de Tristão e Isolda foi retratado de diferentes maneiras na Idade Média. 

Em linhas gerais a história pode ser descrita assim: Tristão, excelente cavaleiro a serviço de seu tio, o rei Marcos da Cornualha, viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com seu tio. Durante a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de amor mágica, originalmente destinada a Isolda e Marcos. Devido a isso, Tristão e Isolda apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De volta à corte, Isolda casa-se com Marcos, mas Isolda e Tristão mantêm um romance que viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão termina banido do reino, casando-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu amor pela outra Isolda não termina. Depois de muitas aventuras, Tristão é mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem Isolda para curá-lo de suas feridas. Enquanto ela vem a caminho, a esposa de Tristão, Isolda das Mãos Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão morre, e Isolda, ao encontrá-lo morto, morre também de tristeza.

(Blog O Ser da Música

Copiei este trecho de descrição da ópera por ele demonstrar o quão profundo esse momento tem sido pra mim. Encerro esse post por hora. Boa Noite.