SOTUS foi uma história que me conquistou desde o começo. A conheci por acaso, pouco tempo depois de ter visto Make It Right, e o roteiro me cativou profundamente, gravando em mim impressões muito profundas, que você pode ler
aqui. A segunda temporada terminou agora, no último sábado, e não poderia deixar da fazer uma resenha sobre uma das favoritas da nação!
Pois bem, já que todos estavam com as expectativas lá em cima, em parte motivados pelo alto padrão da primeira temporada e pelo sucesso de outras séries, como 2Moons e Together With Me, o alvoroço nos grupos focados em BL foi tremendo. As opiniões se dividiram e o caos tomou conta de muitas discussões. O fato é que, para mim, essa temporada tem defeitos gravíssimos, sendo salva realmente apenas pelo arco final, dos últimos episódios.
Essa história se passa 1 ano após o término da primeira temporada, e Kongpop (Singto Prachaya) agora é líder do trote da Engenharia, como foi Arthit (Krist Perawat), seu namorado, que agora conseguiu um emprego numa grande empresa. Os dois agora precisam aprender a lidar com o seu relacionamento, mais distante do que quando estudavam juntos, e também com o mundo fora dos muros da universidade.
Os problemas começaram na lentidão em apresentar o drama principal, em muitos episódios ficamos com a impressão de que não tava sendo tão difícil assim o relacionamento deles. Talvez pelo fato de que aqui no Brasil as emoções são mostradas à flor da pele no mais das vezes, uma certa passividade dos personagens acabou nos dando a impressão de que ninguém sabia muito bem o rumo que a série ia tomar, e no fim, acabou tomando o mais cômodo pra todo mundo.
O plot central se resumiu então na auto-aceitação de Arthit e dos seus sentimentos por Kongpop. O que em si é muita coisa, mas infelizmente demonstrado com pouca profundidade.
Aqui vale abrir um parêntese e dizer que a série é baseada no segundo livro de SOTUS, que é narrado do ponto de vista do Arthit, que é bem mais introspectivo que Kongpop, então seria natural que suas demonstrações de carinho, afeto e até mesmo confusão fossem mais discretas. O problema é que numa linguagem teatral é bem complicado demonstrar isso sem dizer nada, o que no mais das vezes fez com que ficássemos tentando adivinhar o que os personagens estavam sentindo.
Os últimos episódios foram ligeiramente mais intensos, mas ainda senti falta da atmosfera de tensão da temporada anterior, já que até nas cenas mais dramáticas o impacto não era tão grande assim, e os problemas pareciam se resolver rápido demais. Com efeito, o ponto alto da temporada se deu e foi resolvido em um só episódio, praticamente. O que com certeza foi uma grande defeito de roteiro.
Um outro problema foi a falta de resolução de alguns arcos. Apresentaram vários pequenos núcleos, bem como vários novos personagens, e depois simplesmente se esqueceram deles. A atuação de Kong no trote pareceu dispensável, o romance de M e May também, e até a história de Tew e Dae (
Oajun e
Fiat), que tinha tudo pra ser uma baita história, ficou apagada justamente quando podia ter sido mais bem explorada. Nine e Young (
Nammon e
Guy) tiveram mais tempo de tela, mas nem por isso pareceram chegar a algum lugar... O que é uma pena, pois eu mesmo iria adorar uma série só focada em Tew e Dae (foto), por exemplo.
Mas nem tudo foi ruim. Embora durante os episódios o contato dos protagonistas tenha sido bem fraco, as cenas extras fizeram o papel de adoçar as nossas vidas, mostrando o lado mais fofo do relacionamento deles, ainda que a maioria se resuma em nos mostrar o Kongpop deixando Arthit sem graça com suas piadinhas de duplo sentido e investidas públicas. Pra ser sincero eu não curti a ideia de colocar essas cenas no fim de cada episódio, teria dado um jeito de fazer isso no próprio episódio, ainda que fosse em flashback.
O lance que pegou é que ficamos com a impressão de que nada aconteceu em 1 ano de namoro, e que eles ainda estavam se conhecendo. Ora, Arthit não sabia nem mesmo o que o pai do Kong fazia. Não foi apresentado pra família dele nem como amigo? O que ficaram fazendo esses meses todos? Porque sexo com certeza não foi!
Infelizmente as cenas fofas foram poucas, se comparadas ao tamanho da temporada em si que tem 13 episódios de quase 50 minutos. Mas há que se dar a elas o devido crédito!
A evolução dos protagonistas foi notável. Eles perceberam a dificuldade que a falta de comunicação traz, e aprenderam que o medo pode magoar tanto quanto uma palavra fria. Arthit cresceu muito, e mostrou que realmente se importa com Kong, e que sempre pensa nos futuro de ambos, ainda que não demonstre com a mesma intensidade que o outro. Ele percebeu que, por mais difícil que seja, Kong o ama e precisa que ele esteja ao seu lado, não a frente ou atrás, mas ao lado, que é o lugar de quem se ama!
Os beijos, embora poucos, também foram muito bons. Não pareciam mecânicos demais e nem abusaram do jogo de câmeras que geralmente faz parecer que estão beijando apenas o rosto um do outro. Teve abraço, beijinho de esquimó e gente andando de mão dada em público. Quase um festival de fofura, eu admito que tive vários ataques e precisei de horas pra me recompor em cada um deles.
Impossível ver o esforço do Arthit em demonstrar seu amor pelo Kong sem sorrir ou ficar vermelho. Até minha mãe achou algumas cenas fofas, e olha que ela não entendia uma palavra! A amizade dos atores fez toda a diferença, e podemos ver isso nos milhares de vídeos dos dois sendo fofos fora das câmeras também, já que o fanservice deles é pesadíssimo!
Muita gente reclamou da falta de pegação, mas francamente isso não me incomodou, até porque é um romance tailandês e não uma novela brasileira, mas admito que mostrar um pouco mais de intimidade não faria mal, afinal eles namoraram um tempo razoável até chegaram aqui, não é possível que só depois disso que eles conseguiram dar um passo na relação.
Destaque também pra fofura de atuação de Oajun e Fiat (Tew e Dae) que ficam simplesmente lindos juntos. Mesmo sendo um chato nos primeiros episódios a gente ainda simpatizava com a fofura do Dae de cara emburrada. A GMM precisa urgentemente dar uma série só pra eles, quem sabe com o Gun e o Off também (que ganharam uma cena especial muito engraçada, já que a GMM não ia perder a chance de colocar o Gun pra promover do lado do Off, mesmo ele nem estando na série).
O romance cativou mais pela nostalgia do que pela qualidade em si, o que não significa que é uma temporada ruim, só não tão boa quanto a primeira. O que foi uma pena pois o orçamento dessa foi notavelmente maior, o que daria pra fazer uma temporada épica! Mas, ainda assim é obrigatória pra todo fã de BL, e principalmente pra quem amou a fofura que é ver o Krist e o Singto juntos!