quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Resenha - A Chance To Love (Love By Chance 2)

ATENÇÃO: Contém spoilers, e muitos, então prossiga por sua conta e risco.

Uma chance para amar... é só o que precisa um coração frio e triste para conhecer a felicidade, para descobrir que pode existir uma razão para viver, alguém que faça esquecer as dores e que seja a única razão até mesmo para o respirar...

Love By Chance foi um tremendo sucesso, mesmo depois de um caos completo na produção e até mesmo na distribuição. Foi problema com o licenciamento, desistência dos patrocinadores e distribuidores, treta dos managers tentando destruir a carreira dos coleguinhas, a autora sendo acusada (não sem alguma razão) de romantizar estupro e relacionamentos abusivos, enfim, toda sorte de coisas que teriam destruído qualquer outra obra por muito menos. Mas o sucesso garantiu uma continuação além, é claro, do spin-off baseado em outra obra do mesmo universo, TharnType, que também já ganhou segunda temporada, aclamadíssima mesmo antes da estreia. 

A Chance To Love é a continuação de Love By Chance e, pelo menos deveria, começar imediatamente de onde parou a primeira temporada, mas algumas coisas aconteceram e esse plot precisou sofrer algumas mudanças. Antes de continuar eu quero dizer que aqui só vou levar em consideração a série, em nada depondo contra ou a favor da novel. 

O primeiro golpe na produção, pelo menos para os fãs, foi a confirmação de que o Saint Suppapong (Love By Chance, WhyRU?) não iria voltar para essa temporada que, perdendo o protagonista iria se focar no casal que foi secundário na primeira temporada, já que TinCan caiu no coração de todos nós não é mesmo? Particularmente eu estava muitíssimo animado pois a ideia do garoto maluquinho e falante que conquista o riquinho frio de passado complicado é excelente! 

E as coisas começam a dar errado... de novo!

A produção decidiu então dar um reboot na história de TinCan, ao passo que os outros casais continuariam mais ou menos de onde pararam. Primeiro problema. Se você, assim como eu, preza por uma obra com uma linha do tempo coesa isso aqui vai te incomodar profundamente. Eles levaram uns sete episódios pra contar a história que já tínhamos visto na primeira temporada, com uma mudança aqui e ali, o que foi muito estranho porque vimos os dois se conhecendo quando obviamente ambos tiveram uma boa participação nos eventos anteriores. Todo mundo lembra do Can (Plan Rathavit, de Make It Right) surtando quando o Tin (Mean Phiravich) queria se meter no relacionamento de AePete, e todo mundo lembra que foi justamente isso que fez os dois se aproximarem. 

Se você fizer vista grossa e ignorar esse fato ainda sobram coisas pra incomodar: A saída do Saint deixou uma brecha grande demais pra ser preenchida com o drama "ele fez isso pra te proteger", aludindo ao fato de que a saída encontrada pelos roteiristas foi a de que Pete foi embora pra evitar que o seu pai trouxesse problemas para o pobre Ae (Perth Tanapon, de The Stranded e Until We Meet Again), que passou a temporada inteira chorando inconsolável pelos cantos, tirando foto e postando todos os dias com uma legenda triste, chamando atenção de todo mundo pra como ele estava infeliz, porém com o cabeli lindo, isso também conta. Foi duro ver que o casal que terminou tão bem na outra temporada tenha acabado assim, na real, porque o fechamento de AePete já tinha sido perfeito e aqui, bem, só acabaram com tudo. Okay, entendo que a saída do ator tenha sido um problema, mas essa não foi a melhor solução. Até se tivessem trocado o ator teria sido menos sofrido. Não se iludam, a cena na praia no último episódio foi pra que o coitado do perth pudesse tomar água de coco e repor a grande quantidade de líquido que perdeu em lágrimas (e eu também).

Os outros casais nem se fala, se somar as cenas de todos nos 13 episódios não dá meia hora, zero desenvolvimento. TumTar ficou no churrasco, pra ser jogado pra escanteio aos 45 do segundo tempo e KlaNo, que apesar da polêmica do estupro até que podia ter se desenvolvido bem a partir de uma saga de redenção, também mal saiu do zero a zero. Admito, pra infelicidade geral da nação, que achei o final deles fofo. 

Vai só criticar mesmo?

Tá bom, eu não vou só criticar não. Teve muita coisa boa também, admito. A reconstrução de TinCan, embora ainda desnecessária, foi bem feita. Temos um Tin que continua arrogante, mas não tanto quanto antes, e que logo se deixa derreter pelo Can, que continua bobo e irritadinho como sempre. É impossível não ter um ataque de fofura quando eles finalmente ficam juntos, ou quando Can finalmente começa a admitir que gosta mesmo do veterano de coração de gelo. Aliás, que apenas aparenta ter um coração de gelo. Na verdade quase tudo que o Plan faz em tela é motivo pra um ataque de fofura.

A construção do Tin foi de longe a mais bem feita aqui. O personagem demonstra uma personalidade extremamente complexa, que tem de lidar com uma família disfuncional e com os sentimentos que surgem pelo garoto que ele até então só considerava um estorvo, e o Mean conseguiu passar isso com perfeição, mostrou um crescimento tremendo como ator, justificando porque ele disse que não quer mais fazer BLs, ele tem potencial pra muita coisa! Tin teve um passado difícil, traído pelo irmão que ele tanto amava, e passando a desconfiar de todo mundo, não acreditando que possa existir um amor sem interesse ou que não envolva dor e manipulação, o que nos leva ao segundo ponto alto da temporada.

Aqui temos a introdução de TulHin. Na minha nada humilde opiniçao o ponto alto da história. O Tul a gente conheceu na primeira temporada, mas lá ele só pareceu ser arrogante mesmo. Aqui, embora ele ainda pareça esnobe e sádico, ele usa essa máscara para esconder um passado dolorido demais pra ser dito em voz alta, e um relacionamento complicado com Gonhin, que é seu porto seguro numa família onde todos o odeiam ou o desprezam. Esses três, Tin, Tul e Hin, tem uma carga emotiva impressionante e, obviamente, conseguiram trazer um ótimo clímax pra temporada, com um fechamento que deixou todo mundo com o coração quentinho. Eu, pelo menos, chorei de alegria no final. 

Não preciso apresentar os personagens de novo, porque já tem resenha da primeira temporada aqui. A única adição substancial foi a de TulHin mesmo. 

Tul (Meen Nichakoon), o irmão mais velho de Tin, é nos apresentado como um cara arrogante, sádico, que só quer se divertir às custas das lágrimas do irmão. Mas não é bem assim, um passado difícil pode destruir qualquer um. Ele na verdade esconde um coração que ama muito, mas que não sabe bem como demonstrar esse amor, e que vive numa tensão entre amar e invejar o amor dos outros, fazendo parecer que ele na verdade odeia todo mundo, mas só parece mesmo. No fundo ele só quer ser amado. É um bebê e eu quero cuidar dele com amor e carinho. 

Gonhin (Est Ravipon, ou podem chamar ele de meu marido também) foi o pobre alvo voluntário onde Tul sempre descontava a raiva de crescer numa família disfuncional. Ele suportava calado ser usado como válvula de escape, ainda que amasse Tul de verdade e fosse capaz de fazer qualquer coisa para vê-lo feliz, inclusive sacrificar a própria felicidade, indo morar no exterior para não atrapalhar o casamento do homem que ele amava, e que continuou amando mesmo depois de tantos anos. É outro bebê que merece ainda mais amor por ser tão bonzinho. Esse personagem realmente me tocou. 

Sobre a produção: New Siwaj continua sendo um excelente diretor. As cenas são bem feitas, a fotografia continua colorida e limpa e a trilha sonora continua muito boa, embora não tanto quanto a da temporada anterior. Boy Sompob continua cantando a faixa principal, o que já é de praxe, mas não teve nenhum grande hino como normalmente. 

Pra isso aqui não ficar muito longo vamos aos finalmentes: quiseram forçar uma segunda temporada porque TinCan e TulHin realmente mereciam, mas pecaram tentando resolver os problemas ousando demais, apostando no plot da mudança do Pete e deixando os outros casais de lado, sendo que são histórias que também poderiam render bastante. TumTar mereciam mais tempo de tela e KlaNo algum tipo mais aceitável de redenção, ou até mesmo outros amores. Enfim, continua sendo uma grande série, mas nem de longe tão boa quanto a temporada anterior que, mesmo com tantos perrengues, ainda é um dos melhores BLs de todos os tempos. 

Nota: 7/10

10 comentários:

  1. Mais ainda prefiro THARN E TYPE pelo desenvolver da historia

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    1. Realmente o desenvolvimento de personagens ali é excelente!

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  2. Será que têm chance de uma 3 temporada? Afinal, tirando o Tincan, os outros ficaram inacabados e a continuação do AePete principalmente

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    1. No final da primeira temporada de tharntype ,o Pete aparece,e da a entender que ele e o Ae tão juntos 😍

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    1. Sim, ele é um personagem complexo, a novel dele é uma das mais intensas emocionalmente.

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  4. essa segunda temporada eu sofri muito com o AE, me deu um aperto no coraçao de ver ele sofrer com a falta de Pete

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    1. Eu também fiquei muito sentido com o rumo que o personagem tomou.

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  5. Eu nem vou ver a segunda temporada kkkk

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    1. Também,vou vê a 2 temporada nada,só sofrimento com o Ae? Deus me livre

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