sexta-feira, 23 de março de 2018

Sobre a exaustão

O cansaço e a fadiga vem cobrando altas taxas do meu corpo, mais do que consigo pagar. Os últimos dias tem sido especialmente cansativos dados os preparativos imediatos pra Semana Santa. É sempre uma época cansativa, que só é acalentada pelo vigor espiritual do Tríduo Pascal, ainda que a Via-Sacra leve consigo o restante de minhas forças físicas, ao passo que a força mental já se foi há muito tempo... 

Mas isso é bom, afinal é sinal de que meu esforço tem sido empreendido em algo que acredito e amo, já que não me importo de ser levado ao extremo em algo que seja para a Igreja, ao passo que minha disposição pra tudo mais é bem limitada, quase imperceptível. Paciência! Só me esforço pelo que amo. 

Tenho me sentido no limite extremo de minhas forças, e a qualquer momento penso ser possível cair e não mais levantar antes de alguns dias de repouso absoluto.

Claro que a fraqueza física, dada a minha compleição delicada e pouco viril, se reflete também numa sensibilidade emocional, e graças a isso tenho estado ao ponto de quase chorar todos os dias. Por sorte tenho conseguido fazer o necessário e ainda manter a distância saudável de todos aqueles capazes de me magoar. Isso inclui não exagerar no afeto com pessoas que podem compreender errado os meus sentimentos, e também pessoas que simplesmente tem o dom de me irritar ao menor esforço, ou melhor, sem esforço algum... 

Percebi o quanto tenho fugido de conflitos ultimamente, o que só reforça minha convicção de que minha personalidade é extremamente passiva-agressiva, o que pode ser confortável na maior parte do tempo, mas acaba por ser deveras doloroso, quando percebo o quanto preciso me afastar dos outros pra continuar "inteiro", ainda que isso signifique me despedaçar completamente em outros momentos, quando abaixo as muralhas que me defendo do outro, e permito que invadam os cantos mais obscuros de minha consciência deformada. 

O que o cansaço ainda me reserva para os próximos dias? 

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