domingo, 19 de abril de 2015

A farsa do estado laico!

Pode não parecer um início muito promissor, mas a minha postagem será um texto que encontrei navegando pelo Facebook essa semana. Como sou um defensor fiél do Estado Confessional e Católico, não pude deuxar de admirar cada vírgula que esse jovem escreveu.

Criei esse blog no intuito de funcionar como um diário pessoal, provavelmente não vou publicar com frequencia, mas sempre que tiver com vontade de desabafar, vou vir por aqui... De qualque forma, não espero visualizações, até por que nem vou divulgar isso, apenas será algo pessoal. Por que não escrevo no word mesmo? Não quero ficar dependente do computador fisico, e aqui posso acessar de qualquer lugar...!

Bom, por fim, vamos lá:

O Estado Laico é uma Farsa! 

"O estado laico é uma farsa. Prová-lo, é empresa simples. O fundamento essencial do laicismo é a ideia que o estado não pode professar uma religião específica e nem tampouco confundir-se, de algum modo, com alguma. Esse princípio existe porque o estado laico encara todas as religiões como ideologias. Por quê? Porque ele não reconhece nenhuma como verdadeira, por isso não se associa com nenhuma.

Se o estado laico encarasse alguma religião como verdadeira, obviamente ele teria que se associar a ela, e, logo, deixaria de ser laico, caso contrário o próprio estado teria de reconhecer se alicerçar na mentira e no erro, o que tornaria a sua existência e a legitimidade das suas ações todas elas questionáveis. Qual a consequência disto? Esta: o estado laico trata as religiões como ideologias, para que nenhuma pareça verdadeira; e, tratando certas ideologias como religiões, encontra motivo para não se associar a nenhuma e tampouco permitir que alguma seja promovida pelas leis e instituições públicas.

No entanto, ideologias que não se baseiam nalguma realidade metafísica podem tranquilamente se misturar com o estado e permear as suas leis e instituições. Ou seja: o estado laico, observando, de cima, as várias ideologias que existem na sociedade civil, aceita ser diretamente influenciado por aquelas que não professam um caráter religioso, enquanto que afasta as que professam, sendo que, TODAS, exercem influência na vida de todos os cidadãos, independentemente de compactuarem com elas ou não.

A própria ideia de que estado e religião não podem se misturar já é, por si mesma, uma auto-refutação do laicismo. O estado não pode se misturar com supostas ideologias religiosas, mas pode se misturar com outras ideologias que não possuem uma pretensão metafísica e litúrgica. Por que o estado pode se misturar com ideologias, mas não pode se misturar com religião (que, para o estado laico, são ideologias como outras quaisquer)? Se quando o estado se mistura com uma religião específica todos os outros cidadãos que não compactuam com esta religião se sentem desfavorecidos, a mesma coisa se dá quando o estado abre espaço para que inúmeras ideologias, que inúmeros cidadãos não compactuam e até mesmo repudiam veementemente, influenciem as leis, as instituições, a administração civil e as ações do governo.

Vou dar um único exemplo para fortalecer a compreensão. O laicismo proíbe que o catolicismo seja ensinado nas escolas, com a justificativa de que quem não é católico vai ser prejudicado. Todavia, não existe nenhum laicismo que impeça que a ideologia social-democrata exista e utilize os recursos de uma parte dos cidadãos para financiar saúde, transporte e educação ''gratuitas'' para outros cidadãos, sem se importar com o fato de que existem muitos cidadãos que não compactuam com a social-democracia e portanto se sentem prejudicados em ceder o seu dinheiro para financiar serviços para os outros. Alguém poderia perguntar: ''Mas se acabarmos com a social-democracia, não afastaremos o problema?'' Respondo: Não. Independentemente da existência ou inexistência de um viés social, o estado sempre tem que estar vinculado a alguma ideologia, caso não esteja vinculado a alguma religião. Não é possível torná-lo impermeável às ideologias, como veremos.

O que acontece é que o estado laico escolhe a possibilidade de ser influenciado por valores e interesses meramente temporais, ao passo que rejeita e afasta a possibilidade de ser influenciado por valores e interesses temporais e atemporais, quando, AMBOS, influenciam a existência concreta da comunidade, inclusive na mesma medida. Logo, todo e qualquer estado laico é promotor do ateísmo, da mesma forma que é um promotor da ideologia secular e liberal e de outras ideologias que não tenham nenhuma pretensão metafísica. Muito imparcial, não é mesmo? Estado laico significa um estado no qual a religião não tem vez, mas as ideologias, sim. Ora, por que um religioso deveria aceitar essa palhaçada? Ter as suas crenças e valores expelidos do estado, enquanto outras crenças e valores podem perfeitamente encontrar lugar nele e se misturar com ele?

Se o estado pode se misturar com ideologias, não temos por que aceitar o pressuposto de que as religiões devam ser excluídas da festa. Isso chega a ser um insulto contra a inteligência. Se existe algo que não deveria se misturar com o estado, são as ideologias. Qualquer imbecil sabe muito bem que religião e civilização foram, e são, conceitos impossíveis de serem separados. Logo, não seria nenhuma insanidade vincular a religião ao estado. Da mesma forma, qualquer imbecil sabe que as maiores catástrofes da história da humanidade aconteceram não quando o estado se misturou com religião, mas quando se misturou com ideologia.

Sendo assim, não é de maneira alguma aceitável que o estado se misture e legitime ideologias enquanto repele todas as religiões. Ou o estado aceita ambas, ideologia e religião, ou não aceita nenhuma. Mas, como eu disse, é impossível que o estado (qualquer um) exista sem se misturar de alguma forma com ideologia ou com religião. E, também, é impossível que o estado laico exista professando uma religião, pois não seria mais laico. Por isso ele é uma farsa. Ele tem que se misturar com ideologias e interesses diversos. Mas se acha na obrigação de não se misturar com religião. Faz sentido, na cabeça do Tiririca.

Percebam que a questão não envolve o problema da religião, em si mesma, tomada como uma cosmovisão espiritual ou algo que valha. O fundamento do estado laico, para afastar a religião, não tem nada que ver com ausência ou existência de divagações metafísicas ou liturgias, mas sim com o fato de que uma religião específica, quando promovida pelo estado, desfavorece e desagrada quem não a segue, gerando consequências práticas, reais, para os indivíduos. Mas, como eu disse, a mesmíssima coisa acontece com todas as ideologias: a partir do momento em que o estado promove e é influenciado por alguma, essa relação gera consequências para a vida de todos os indivíduos, inclusive para aqueles que não seguem esta ideologia. Ou o estado laico reconhece que o motivo que o impele a se afastar da religião é este, que acabo de provar ser uma farsa, ou então tem de admitir que é ABERTAMENTE HOSTIL À RELIGIÃO, e por isso a repele. Das duas, uma. Não tem escapatória. Se lembrarmos que a ideologia laicista se espalhou como uma peste com a Revolução Francesa, uma das catástrofes mais violentamente hostis à religião que o mundo já viu, não fica muito difícil ligar os pontos.

É irrelevante a existência ou inexistência de espiritualidade, para a análise. Sendo assim, não existe razão para que o estado promova ideologias e se misture com elas, mas não promova religiões e nem se confunda de algum modo com elas. Ambas, ideologias e religiões possuem os seus defensores, seus apoiadores, e sempre existirão pessoas que se sentirão prejudicadas quando o estado promover o que elas não seguem e reprovam. Por que com a religião o tratamento é um, e com as ideologias é outro?

Lembrando que, da mesma forma que liberdades individuais podem subsistir em um estado laico, também o podem em um estado que não o é. Igualmente, da mesma forma que liberdades individuais podem ser violadas por um estado que não é laico, também o podem por um estado que é. Aliás, o próprio conceito de liberdade individual, para um estado laico, é indefinido. Pode ser um tanto maior como um tanto menor.

Alguém poderia dizer, para justificar que o estado afaste as religiões enquanto abraça as ideologias, que as religiões são falsas. Ora, e as ideologias são verdadeiras? Outro poderia afirmar que o estado é laico porque Deus não existe. Ora, prove que não. Outro poderia dizer que religião é coisa de fé. Os adeptos das ideologias possuem tanta fé nelas quanto os mais fervorosos religiosos. Ideologias possuem uma visão de mundo, as religiões também. Ideologias professam alguma verdade, as religiões também. Ideologias possuem os seus expoentes intelectuais, as religiões também. Ideologias pretendem realizar alguma transformação na sociedade humana, as religiões também. Se as religiões podem tornar o estado autoritário, as ideologias também podem. Religiões promovem valores e costumes, as ideologias também. Religiões possuem adeptos e opositores, as ideologias também. As pessoas podem matar em nome da religião, assim como podem matar em nome da ideologia.

Sendo assim, o que justifica que o estado seja preenchido por diversas ideologias, ao passo que afasta a religião? Eu sei o quê: UMA IDEOLOGIA. Uma ideologia que um cristão não deve compactuar.
Comprovada a farsa do estado laico, podemos seguramente dizer que não há razão para que religião e estado não se misturem. Conservar essa separação é um interesse de uma ideologia específica, que surgiu em um certo período da história, e que influenciou muito o nosso tempo. Nada mais que isso. Não é um princípio verdadeiro ou amparado pela razão. Não é nem mesmo coerente, como mostrei. E não se trata, como querem alguns cristãos, de estabelecer diferenças entre um suposto estado laico e um estado laicista, sendo que o primeiro seria o verdadeiro estado laico, que seria desejável, ao passo que o segundo seria um estado farsante e ateu, hostil à religião. Não: todo e qualquer estado laico é um engodo, sempre será um estado ateu (porque aceita o ateísmo, enquanto ideologia que não possui pretensões metafísicas e rituais, ao mesmo tempo em que rejeita as religiões, pelo motivo oposto) e sempre será um estado hostil à religião e permissivo com ideologias ‘’não-religiosas’’.

Para um católico, portanto, não resta alternativa a não ser se posicionar contra o estado laico. Mas, um problema essencial surge: como católico, ninguém pode colocar as outras religiões ou as ideologias contrárias ao catolicismo no mesmo patamar de importância política que o próprio catolicismo. Por um motivo muito simples: quem o faz é o estado laico, porque é ateu, não acredita em uma verdade universal e é relativista. Mas o católico acredita numa verdade universal, e não é relativista. Logo, não poderia defender um estado laico e tampouco um estado não-laico no qual todas as religiões e ideologias tivessem parte na mesma medida. Sendo assim, um católico, se quiser ser coerente, só pode apoiar um estado oficialmente católico, não-laico e não-relativista.


Nem vou perder tempo para mostrar que a doutrina católica DE SEMPRE nunca aceitou o estado laico, muito menos o liberalismo, que é o seu pai. Qualquer católico que já leu duas Encíclicas papais na vida sabe disso. A doutrina católica sempre defendeu um estado católico, porque todos os poderes e todas as instituições da terra, principalmente as políticas, possuem a sua origem em Deus. Se todos os poderes possuem a sua origem em Deus, o poder do estado não poderia constituir uma exceção. A maior finalidade do estado deve ser administrar a justiça, respeitar a Lei Natural, seguir os ensinamentos da Igreja e auxiliá-la no projeto de conduzir os povos rumo à salvação. Só um estado católico pode fazer isso." 

(Felipe Lustosa)

Retirado de uma página do Facebook

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