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Edvard Munch |
"Três vezes seguidas um homem se sentiu morrer, por cada ocasião em que perdeu o amor. Depois, morrendo deveras, o homem sentiu pouco. Apenas que voltava a um lugar conhecido ou que, mais certo, desistia de morrer novamente." (Valter Hugo Mãe)
A partir de agora só quero me apaixonar por homens inexistentes, distantes. Pessoas que se aproximam de um nível abstrativo existencial quase sutil, que são apenas uma ideia pairando no ar... E isso porque se apaixonar pelo real, é sempre pedir por mais dor. E talvez eu encontre poesia em negar o real, em buscar apenas a mentira de um amor inexistente. Porque o amor real mata, desampara, faz perceber a imensidão de nossa solidão. Não há nada de verdadeiramente belo em amar.
Amar é para quem aguenta a sobrecarga emocional, dizia o velho Buck. Amar é para quem ainda acredita, para quem ainda se dispõe a lutar.
Eu já desisti.
O amor pra mim é o longe e a miragem,
é a filosofia incompreendida
perdida nos livros empoeirados
que ninguém lê.
É a taça de vinho barato na noite.
O amor é apenas o incômodo dolorido,
é a lágrima silenciosa antes de dormir
de tropeçares na sombra do meu silêncio
lembra-te que foi sempre ali que esperei por ti."
(Carla Pais)
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