terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Aforismos

Albert Camus (Foto: Valeria Chaves/Ed. Record)

Minha cabeça parece que vai explodir, já tomei vários remédios e não adiantou. Parece que a qualquer momento realmente vai lançar miolos a esmo. 

Algo mais também dói, parece que vai explodir, mas não sei como é espalhar saudade a esmo. 

É que essas partes que meu ser se dividiriam, muitas delas são partes de você em mim. É assim aqui dentro. Me sinto frágil, vazio e sem contorno, e já não me vejo mais em mim, e o pouco que vejo, é mais você do que eu, e aos poucos vai desvanecendo. 

Odeio quando as ideias desaparecem assim, mas parece que terei de me acostumar. Talvez o meu normal de agora em diante seja viver a mercê de um eterna efemeridade, onde as coisas que encantam se vão rapidamente, num piscar de olhos.

E então penso no amor, pois já não consigo devanear como antes, até isso roubaram de mim. Vermes malditos! 

Alguns diriam que ainda é cedo, que não conheci direito a vida, e já estou anunciando a hora da partida. Que não essa partida a única capaz de mostrar a verdade profundamente escondida.

Senti sua falta nos últimos dias e, admito, foi a única coisa que senti desde muito tempo... 

Eu venho me sentando ao lado dele quase todos os dias desde o fim do ano passado. Um tempo atrás eu teria enlouquecido de alegria, mas, embora tenha até ficado meio animado com isso, hoje eu vim desejando até mesmo que ele não aparecesse. 

Porque não importa mais, nada importa. 

Tornei-me uma pessoa que anda pela cidade, quando ela está vazia, as casas e os prédios com luzes apagadas e ruas com vento frio gritando nos ouvidos. 

"Me recuperei daquele dia
mas eu nunca mais voltei a ser eu mesmo."

arman

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