terça-feira, 19 de maio de 2015

Onde canta o Sabiá...

"Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Prá você quero contar
O meu sofrer e a minha dor
Eu sou como um sabiá
Que quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está

Nesta viola canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Eu nasci naquela serra
Num ranchinho beira-chão
Todo cheio de buracos
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia um barulhão

Nesta viola, canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o Jeca quando canta
Dá vontade de chorar

E o choro que vai caindo
Devagar vai-se sumindo
Como as águas vão pro mar."

(Angelino de Oliveira)

Antes de mais nada, gostaria de começar dizendo que estou em plenas posses de minhas faculdades mentais e NÃO GOSTO DE MÚSICA SERTANEJA. Dito isto, comecei o artigo porque o Blog é meu eu escrevo do jeito que eu quiser. E sim, estou num mal humor sem precedentes, e sim, também sei que isso aqui nada tem a ver com isso, mas sabe como é, melhor descontar na máquina sem alma do que nas pessoas.

Bom, então vamos à busca da causa desse mal humor, antes que eu tenha um aneurisma?

Lá vai. 

O fim de semana foi até tranquilo. Digo, tinha mais gente em casa do que eu gostaria que tivesse pois recebemos visitas, mas ainda assim foi suportável. Tenho acompanhado bastante uma séria chamada The Fosters, e simplesmente apaixonado por ela, até os casais héteros me cativaram. Mas claro, o casal mais fofo do mundo by the way ainda é Jonnor (Jude + Connor). Simplesmente fofos. Como quando o Connor pintou as unhas pra evitar que os coleguinhas fizessem bullying com o menor. Ou quando ele fugiu do Pai pra ir na festa na casa do outro... #MuitoAmorEnvolvido

Na playlist, minha musa Hitomi Shimatani, e o seu último álbum 'Honjitsu, Tonai, Bonshõ', pra me embalar nesta fossa de terça a noite.

Ontem foi um dia de depressão. Acordei tarde (quase não acordei na verdade), tive crise respiratória logo depois e passei o resto do dia vendo série.

Hoje por outro lado, eu tive de tentar me sacudir. Levantei um pouco mais cedo, terminei um trabalho da faculdade, verifiquei como ta minha situação esse semestre e depois fiquei fazendo hora pelo resto do dia. Fui pra aula e agora quando voltei tava vendo série de novo até decidir escrever. Então esperei o episódio acabar e vim pra cá.

Bom nesse meio tempo, aconteceram algumas coisas que me deixaram chateado. Pra começar, meu visinho arranjou um namorado. E, bom, quando você é apaixonado por uma pessoa a vários anos, você não quer exatamente ouvir todos os detalhes da pegação dos dois não é? Pois é. Acho que sou parado demais pra dizer isso a ele.

Estou conversando agora, e desde as 23h pra ser exato (são 01:25h da madrugada agora) e não posso dizer que seja nossa conversa mais agradável. Bom, pra ele ta normal, mas eu to forçando aqui... Meio abalado. Mais cedo, eu mandei uma foto que eu vi no Facebook de duas pessoas de mãos dadas, dizendo o quanto acho isso bom. Dai ele me disse que não gosta disso. 

Ai.

Mega golpe na moral. Perceber que você na verdade é só um estorvo na vida de uma pessoa tão importante para você. E é a vida que segue. Isso me abalou, na boa. Ando vulnerável, sensível e isso me derrubou. 

Mas isso é besteira, não devia me preocupar. Mas não consigo ignorar. Simplesmente não dá. 

Ah, outra música que ouvi hoje e que achei uma graça:

"Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal

Ai menina, meu amor, minha flor do cafezal
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal

Era florada, lindo véu de branca renda
Se estendeu sobre a fazenda, igual a um manto nupcial

E de mãos dadas fomos juntos pela estrada
Toda branca e pefumada, pela flor do cafezal

Meu cafezal em flor, quanta flor do cafezal
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal

Ai menina, meu amor, minha flor do cafezal
Ai menina, meu amor, branca flor do cafezal

Passa-se a noite vem o sol ardente bruto
Morre a flor e nasce o fruto no lugar de cada flor

Passa-se o tempo em que a vida é todo encanto
Morre o amor e nasce o pranto, fruto amargo de uma dor

Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal
Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal."
(Luiz Carlos Paraná)

Não sei o que me deu hoje, mas essas músicas me deixaram emocionados. Achei as letras belas, tristes, mas belas. A aula hoje foi intensa, e como eu já tava abalado lá, elas me marcaram, assim com o poema do Gonçalves Dias, a Canção do Exílio:

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossas flores têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Achei as 3 composições, em especial a primeira e a última, de especial lirismo e de uma delicadeza ímpar. Como gosto de pensar em mim mesmo. Como um sabiá, que canta sozinho as suas tristezas.

Eu sou solitário, e o sou por vontade própria. Meus gostos são excentricos demais para que eu seja compreendido por outros. E por mais que isso soe piegas, é verdade, ninguém me entende. E eu também não consigo entender ninguém. Mas nesse ponto, acho que não sou o único. As pessoas não costumam se entender. E isso posso afirmar com certeza, pois, desde que o mundo é mundo e o homem se entende por homem, mata a si mesmo a ao seu próximo em detrimentos das suas próprias vontades. Lamentável.

Continuando, quantos rapazes de 20 anos você conhece que, quase as duas da madrugada de uma terça feira está ouvindo baladas japonesas enquanto escreve sobre sua frustrações num blog privado? Bom, como o blog é privado, posso aceitar que os de outros também o sejam. Quem sabe então, todos os jovens de 20 anos do mundo escrevem em blogs particulares? Pode ser que sim, pode ser que não, creio que talvez.

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