quinta-feira, 29 de julho de 2021

Resenha - Be Loved In House: I Do

O post a seguir contém SPOILERS, prossiga por sua conta e risco!

Que as produções taiwanesas servem muito e têm um lugarzinho especial no nosso coração não é nenhuma novidade e Be Loved In House: I Do veio para dar continuidade ao legado. Com uma proposta estilo HIStory, uma antologia ligada por pequenos pontos entre uma história e outra essa primeira temporada já tentou se estabelecer como a próxima franquia a arrebatar os nossos pobres corações apaixonados. 

A atmosfera do Seisei Studio, que trabalha com joias, muda drasticamente com a chegada do novo diretor, Jin Yu Zen (Aaron Lai, de HIStory: My Hero) que, como primeira ação, proíbe que seus funcionários tenham qualquer tipo de envolvimento romântico dentro ou fora da equipe. Por achar a nova regra injusta, e por dois dos funcionários já estarem namorando, eles tentam descobrir mais sobre o novo diretor com o objetivo de encontrar uma forma de acabar com a proibição. Além disso ele também se muda para uma casa da empresa, se tornando colega de quarto de Shi Lei (Hank Wang), o líder da equipe e mandando embora Wu Si Qi (JN Yu), que acaba indo morar com Yan Zhao Gang (Liao Wei Po). 

Claro que a princípio a relação de Shi Lei e Jin Yu Zen é cheia de atritos. O funcionário não esconde a aversão pelas regras do chefe que inclusive fez várias mudanças em casa e o chefe se mostra impassível e determinado a manter as regras a todo custo, parecendo não ter coração. Pouco a pouco eles começam a se entender um pouco melhor, mesmo não tendo um bom diálogo. 

Eles passam a cuidar um do outro, seja quando o trabalho exige um pouco mais de empenho ou quando uma alergia pode afetar o bem estar do colega. Eles se apoiam nessas situações e se aproximam, encontrando um no outro algo de importante para se admirar. 

Shi Lei é determinado e faz de tudo pelos amigos, embora seja apenas com o pretexto de descobrir algo sobre o chefe misterioso ele encontra razões para admirar Jin Yu Zen, e começa a questionar seus sentimentos, bem como a se conhecer melhor e também conhecendo o outro, que por trás daquela aparência séria esconde uma pessoa gentil e assustada com o passado, que acredita que não se apaixonar é a melhor forma de evitar decepções, mesmo que ele saiba que também sente algo pelo outro, não conseguindo esconder isso nos momentos de maior vulnerabilidade.

Jin Yu Zen é um personagem complexo, com um passado de abandono triste que o deixou traumatizado, por isso mesmo ele se aproxima de Shi Lei meio que inconscientemente, lutando a todo momento contra seus sentimentos. Enquanto isso Shi Lei se entende melhor e dá os primeiros passos rumo a aceitação de quem ele é. Por fim, só o que pode ficar entre eles é a coragem de admitir o que sentem. Ou será que algum fantasma do passado pode voltar a dar as caras e abalar essa relação? 

Por outro lado, já que foi expulso de casa pelo chefe o pequeno Wu Si Qi precisa ir morar com o dono da cafeteria que gentilmente o acolhe, ao que a convivência de ambos também promete despertar maiores sentimentos. O casal secundário é simplesmente uma graça e já conquista nas primeiras cenas. Si Qi é um fofo e simplesmente conquista a gente com a graça e a inocência de quem vive o primeiro amor.

O casal principal não fica atrás. Se Shi Lei é um homão com carinha e sorriso de bebê e Jin Yu Zen um homão completo, fica difícil não se apaixonar pelo casal que vive brigando mas tem o estranho hábito de dormirem na mesma cama e nunca falar sobre isso. A forma como a série trata o crescimento dos personagens é feito com muita delicadeza, e as cenas cheias de carinho e delicadeza entre eles estão em todos os episódios, como quando Shi Lei se preocupa em não deixar o chefe comer nada que vá lhe dar alergia ou quando Ji Yu Zen o abraça e pede pra ficar mais tempo perto do outro. Ambos vão pouco a pouco percebendo que precisam muito um do outro e que precisam aceitar o que sentem. Essa construção pode parecer um pouco lenta demais em alguns momentos mas, num contexto geral, a série ficou bem equilibrada em apresentar e desenvolver bem os sentimentos de ambos até sua aceitação, não focando, no entanto, muito, no relacionamento deles depois disso. 

A trilha sonora, toda cantada pela cantora Ai Yu Fan também é primorosa, principalmente pela faixa I Do que fecha cada episódio. A fotografia é bonita e cada quadro parece ter sido cuidadosamente composto, o que, convenhamos, não é difícil de fazer com dois homens lindos como protagonistas. 

Enfim, Be Loved In House: I Do é um romance cuidadosamente escrito pra ser fofo e delicado nos pequenos detalhes, mostrando a construção lenta de cada personagem até que finalmente fiquem juntos. Na medida pra quem ama um romance pra inspirar a vida em momentos difíceis. 

Nota: 09/10

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