segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Resenha - Fahlanruk

Contém Spoilers!

Um relacionamento só pode dar certo quando há confiança e uma boa dose de comunicação, mas, e quando as coisas estão claras e de repente os sentimentos começam a mudar? Também é preciso coragem pra aceitar o novo e se abrir para o amor, e é sobre isso que se trata Fahlanruk, uma série que foi bastante criticada no fandom mas que nos mostra um lado bem comum de ser visto nos relacionamentos fora das telas. 

Os dois protagonistas são conhecidos por dormirem com muitos parceiros, ambos são bonitos e populares e não se apegam a ninguém, até que um dias eles passam uma noite juntos e, na manhã seguinte, um deles está mais impressionado que o habitual, enquanto o outro segue com sua política de nunca repetir o mesmo parceiro na cama. Fahlan (Tonkhao Chayuth) decide então propor a Sherbet (James Thanaboon) que eles tenham um relacionamento puramente sexual, sem perceber que já está na verdade buscando mais intimidade com o outro. Acontece que ambos passaram muito tempo em relacionamentos casuais e sentem um vazio em si. Fah por simplesmente não se interessar por nada sério e Sher por ter um trauma afetivo, e então essa aproximação começa a trazer a tona essas questões.

Por nunca ter se relacionado seriamente com alguém antes Fah costuma confundir seu posto de amigo com benefícios e acaba sendo possessivo e ciumento com Sher, especialmente em se tratando do seu melhor amigo, Prince (Tong Piroonwat), de quem ele é tão íntimo a ponto de muitos suspeitarem que eles namoram já há vários anos. A amizade deles provoca a ira de Fah, mas na verdade eles são apenas íntimos porque se entendem e se apoiam, a ponto de se tratarem com apelidos carinhosos. Na verdade Prince acaba se aproximando de Gear (Win Kittiphon) que, embora tímido, tem lutado para se aproximar do outro.

Temos ainda Ping e Tap (Ryu Danudol e Kao Sirawit), melhores amigos de Fah e acompanham todas as aventuras sexuais dele e estão agora vendo o amigo apaixonado pela primeira vez. Além disso os dois são muito próximos, Tap praticamente mora no apartamento de Ping, mas um sentimento confuso começa a surgir entre eles. Ping já gosta de Tap há muito tempo, e o outro se sente bem e preocupado com o amigo mas nunca percebeu que era mais do que apenas amizade, mas com medo de se afastarem Ping acaba por sufocar seus sentimentos, o que começa a afetar a relação dos dois. 

Voltando ao casal principal, acompanhamos uma jornada de muitas brigas e reconciliações. Ambos demoram a entender como fazer pra sintonizar o relacionamento de modo a ser bom para os dois Sher continua fugindo de algo sério enquanto Fah aposta na seriedade mas sem assumir isso em voz alta, o resultado são muitos desentendimentos, crises de ciúmes e até socos. Acontece que eles precisam aprender a conversar, entender o lado do outro e serem sinceros com seus sentimentos. 

Sher tem um trauma com a palavra amor pois deixou de acreditar nisso depois do divórcio dos seus pais, o que o separou de seu irmão e, ao mesmo tempo que Fah desperta isso nele, faz com que ele queira se afastar porque isso o assusta. E Fah não consegue controlar os ciúmes da amizade de Sher com Prince e parte pra ignorância muitas vezes. E então as coisas se tornam caóticas até que, pouco a pouco, eles resolvem começar a se entender, o que só acontece aos 45 do segundo tempo. 

A série é marcada então por muitas brigas, lágrimas, muita bebedeira e reconciliações na cama, além de intrigas e personagens querendo se meter no relacionamento deles, e também tem o importante apoio dos amigos. As cenas de sexo (boas por sinal) são intensas, mostram toda aquela tensão entre os personagens, e muitas vezes mostram aquele sentimento de superficialidade que temos em encontros casuais, conseguiram ser felizes nisso, e mostrar também a crescente intimidade dos protagonistas. 

Destaque pra atuação de James e Ryu, de longe as melhores do elenco (os dois choraram com gosto, especialmente James que mostrou todo o trauma do passado nas cenas mais dramáticas), mas também não posso deixar de comentar a fofura extrema de Tong e Win, fiquei completamente apaixonado por ambos, bem como pelo cabelo de James, que tem personalidade própria e roubou a cena muitas vezes.

Sinceramente não entendo os comentários negativos que a série recebeu, muito embora as consecutivas discussões e o constante relacionamento de morde e assopra dos protagonistas seja um tanto repetitivo, eu acho que a construção dos personagens foi até bem executada. Fah pouco a pouco entendeu melhor a relação de Sher com seu melhor amigo ao conversar com Prince, e Sher aceitou seu sentimentos após um tempo sozinho e com o apoio dos irmãos e do próprio Prince. 

O que foi mostrado não é diferente do que vivemos aqui, relacionamentos difíceis, pessoas com fortes personalidades que entram em choque com frequência e o impacto que isso tem ao nos fazer desacreditar no amor mas, com a dose certa de diálogo e confiança, as coisas podem se encaixar

Nota: 08/10

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