sexta-feira, 17 de novembro de 2023

A luta pela vida

"Se pudesse desejar algo para mim, não desejaria riqueza nem poder, mas a paixão da possibilidade; desejaria apenas um olho que, eternamente jovem, ardesse de desejo de ver a possibilidade." (Kierkegaard)

A dor que eu sinto no meu corpo é culpa da ansiedade que me rodeia, como se eu mesmo tivesse lutado demais, até meu limite.

Todos agitados demais, o tempo todo, desesperados demais. A vida é assim tão importante pra todos? Será que vale tanto esforço assim continuar existindo? Todo esse esforço, essa ansiedade, vale realmente? O que todos viram na existência para por ela lutarem tanto assim? 

Essas palavras me brotam depois ver, mais uma vez, as pessoas pessoas lançarem em mim a sua ansiedade, ao mesmo tempo que ainda reverberava as cenas dos episódios finais de Attack on Titan onde a vida lutava para conseguir se manter e multiplicar, lutava para dominar, para não se deixar desaparecer de modo algum. A vida pura e simples, em seu estado mais primitivo e que apenas buscava se multiplicar e se proteger. 

Olhando ao redor eu vejo exatamente isso, essa luta incessante pela vida, todos estão tentando sobreviver, fugindo com medo de tudo aquilo que parece ameaçar a sua existência 

Mas eu não consigo entender, e acho que teria a mesma escolha do protagonista criado por Hajime Isayama, eu também desejaria o fim de tudo ou, ao menos, uma destruição tão grandiosa que deixasse a todos quietos por um tempo: porque esse é o problema do homem, sempre inquieto atrás de algo, procurando para si tantos problemas que jamais será capaz de resolver. O homem deveria ficar quieto, deveria simplesmente morrer. Todo esse esforço vão... cansa!

E fico então olhando para todo o esforço, que inclusive cobram de mim, e penso que nada vale a pena. Que a vida seja tão incômoda e que o suicídio seja um pecado me parece uma injustiça tremenda. Morrer agora seria um alívio, se alguém desse cabo da minha vida agora me faria um grande favor. A liberdade que eu quero é a de que joguem terra sobre mim sem que me incomodem com mais nada. Tudo o mais não vale nada! 

Deveriam pensar mais na morte, no dia da ira, aquele dia, em que tudo, toda essa coisa, se tornará apenas cinza fria.

"Nenhum homem pode viver com a Morte e saber que tudo é nada. A maioria das pessoas não pensa nem na morte nem no nada." (do filme "Det Sjunde Inseglet", 1957. Dir. Ingman Bergman.)

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