quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Estranhezas

Hoje foi um dia nebuloso. Não sei dizer ao certo qual o problema, mas sei que algo não está certo, e não conseguir precisar o quê, exatamente, me deixa apreensivo. 

Me sinto sozinho. Mas isso pode ser efeito do meu afastamento gradual de meus amigos mais chegados. E não tenho buscado proximidade com nenhum novo também. Logo tenho ficado mais tempo sozinho e a sensação de abandono é inevitável, afinal poucos foram os que sentiram minha falta. Vida que segue, afinal esse era exatamente o objetivo, me livrar de todo peso morto, ainda que doa... Mas isso é apenas um palpite, um tiro no escuro, e também pode ser apenas sono.

Me senti estranho agora a noite. E o fato de precisar usar a palavra estranho também me incomoda, pois não consigo precisar o que exatamente sentia. Isso me frustra. Minha incapacidade gramatical me frustra. Assim como minha carência afetiva.

Tenho estado inquieto, e ao mesmo tempo mais pensativo que o comum. Minha concentração aumentou, e tenho conseguido um desenvolvimento melhor nos meus estudos pessoais, como consequência tenho tido menos tempo pra trabalhar a minha habilidade social. 

Sendo sincero tenho começado a crer que isso é algo desnecessário, e muito trabalhoso pra algo desnecessário. Logo talvez seja melhor direcionar minha energia, ainda parca, para o que realmente considero importante. Tenho estudado coisas interessantes demais para me preocupar com banalidades de convívio social e afetivo, empurrando uma pedra que não serei capaz de mover nem em décadas de tentativas. 

Uma prova disso foi a sensação de desgosto que hoje experimentei, ao ficar perto de duas pessoas que... bem, despertam em mim sensações fortes, e foi extremamente desagradável notar o quão distante eu sou de ambos.

Isso me fez recordar ainda outras pessoas, que se mostraram distantes com o tempo, embora eu acreditasse que estavam próximas. Não passava de ilusão... 

Talvez seja esse o motivo da minha desolação, a percepção de que vivi muito tempo absorto, perdido numa realidade ilusória... É, é uma constatação triste, e me corta como aço frio, deixando meu corpo dormente e desejoso de paz, uma paz que ainda preciso construir...

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