segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Resenha Together With Me

E quando a amizade vira amor?
Após muitas, quase inumeráveis, indicações, resolvi assistir a série que foi, sem dúvida, a mais falada de 2017 nos grupos de BLs que participo. 

Embora não tenha o mesmo apelo popular que 2Moons na Tailândia, no Brasil Together With Me foi sem dúvida a preferida do público geral, isso porque trouxe algo relativamente raro nas produções orientais: cenas românticas realistas. 

A grande maioria das produções orientais usa de artifícios técnicos para as cenas que exigem mais intimidade. Penumbras e jogo de câmeras são os mais usados, e dão aquela disfarçada com uma musica romântica bem alta para não exigir que os atores se beijem ou se toquem de verdade. Bom, levando em consideração que o foco da maioria dessas produções é o sentimento e não o sexo é completamente compreensível que as cenas mais quentes não sejam um foco, mas convenhamos, depois de uma dúzia de episódios se os personagens não derem ao menos um selinho as pessoas começam a estranhar. 

Isso se deve ao fato de que nós aqui do Brasil estamos mais do que acostumados a pegação hard, pois crescemos com isso nas novelas da Globo ou até mesmo na rua. Na Tailândia isso é diferente, e algo assim poderia, como certamente iria, chocar e resultaria numa recepção negativa da obra. 

Pois bem, antes de entrar no mérito de como Together With Me quebrou esse paradigma, é importante falar dos antecedentes dessa série. 
Bom, ela se passa anos antes de outra série, Bad Romance, que foi lançada em 2016 e é focada na vida Yiwha, que tem dificuldades para se relacionar com rapazes, enquanto seus dois amigos, Korn e Knock, enfrentam dificuldades no seu namoro. Together With Me é uma prequel desta, lançada ano passado, e foca no relacionamento de Korn e Knock, tendo Yihwa também no meio dos personagens principais. 

Korn e Knock são amigos de infância que se reencontram na faculdade e, depois de uma noite de bebedeira, acabam indo pra cama juntos. No dia seguinte, acordam com a responsabilidade de lidar com o fato de terem feito sexo e de como isso afeta sua amizade, sendo que Knock tem uma namorada um tanto quanto ciumenta.

O principal da série é a química entre os dois atores principais. Eles tem uma intimidade incrível em tela, e certamente presenciaram cenas românticas muito mais elaboradas do que as que estamos habituados em SOTUS, 2Moons e Make It Right, por exemplo. Enquanto essas usam e abusam de selinhos de lábios cerrados e jogos de câmera, em Together With Me o beijo técnico é muito bem explorado. 

Ainda não chegamos no beijo realista, ao qual estamos habituados aqui em terras brasileiras, mas certamente os beijos técnicos, com poucos artifícios de direção e câmera, são um progresso e tanto. Isso trouxe uma realidade enorme pra série, e compensa o roteiro fraco em muitos pontos. Infelizmente os cenas são reais, enquanto a história em alguns pontos soa bem falsa.

Os personagens secundários, assim como em Bad Romance, dão um tom mais humorístico ao conjunto da obra e eu realmente me apeguei a alguns deles. Infelizmente, na série que conta a história seguinte, embora tenha sido lançada antes, eles não aparecem e nem sequer são citados, ficando no ar o questionamento: será que todos deixaram de ser amigos? Ora, eles dividiam o apartamento, como se tornaram desconhecidos de um ano para o outro? Ainda que falem da problemática dos atores que não poderiam retornar para a prequel, eu teria me importado menos se os tivessem substituído. 

Vamos aos atores e personagens: Korn e Knock são interpretados por Max Nattapol e Tul Pakorn, respectivamente. Dois dos atores mais bonitos da Tailândia, e que fogem ao estereótipo colegial ao qual estamos habituados. Korn é gay, mas discreto, e muito sério. Companheiro e sempre disposto e preocupado com os amigos, um cavalheiro. Knock começa a série namorando uma garota, e depois se descobre apaixonado pelo melhor amigo.
Os dois, como já disse, tem uma química incrível, e em tela isso fica bem nítido. Esse é, aliás, o ponto forte da série. É bonito ver o crescimento de ambos. Knock começa a aceitar que pode amar outro homem, e questiona as atitudes de sua namorada, ainda que não queira decepcioná-la (mesmo ela merecendo). Korn é paciente com o amigo, espera que ele entenda melhor seus sentimentos, e mesmo triste, ainda preza pela felicidade e pelo cuidado com ele. 

Yihwa (Maengmum) é a intrometida amiga dos dois, e protagonista de Bad Romance, que age como cupido, ainda que contra a vontade dos dois. Ela é conselheira, espiã, mãe e irmã. De longe a melhor personagem feminina da série, e sem dúvida a mais engraçada. 

Farm é interpretado por Tantimaporn Supawit (C'Game) e é colega de quarto dos meninos, que dividem o apartamento. Ingênuo, fofo e muito desatento, se vê pressionado pela namorada grudenta e acaba se apaixonando pelo Dr. Bright, primo do Knock, personagem de (Apiwat Porsche Apiwatsayree) que tem encontros casuais com rapazes mais novos e acaba levando o jovem Farm para o mundo dos relacionamentos de uma só noite.
Isso foi triste de se ver, pois um personagem doce e gentil se tornou frio o suficiente para usar outra pessoa para seu próprio prazer. Como me apeguei a ele, fiquei abalado com o final que teve.

Phubet, personagem interpretado pelo gatíssimo Tem Khamphee Noomnoi é outro colega de quarto dos meninos e tem uma quedinha pela irmã de Korn e sua professora, Kavitra (Mai Sukonthawa Kherdnimit). Os dois vivem um relacionamento de gato e rato que, embora sendo hétero, consegue se até bem divertido.
A trilha sonora não é muito elaborada, mas ainda assim belíssima. Impossível não acabar cantando o tema principal ou o tema de Bad Romance

Tive medo de começar a ver pois, quando me diziam que tinha muitas cenas de sexo e tal, achei que seria uma série escura, focada em desviados sexuais, mas é bem pelo contrário. A série é divertida, colorida, leve e, as cenas mais quentes, não chocam e nem tampouco quebram a aura romântica da obra. Simplesmente fenomenal!

Infelizmente ela não fez tanto sucesso assim na Tailândia, embora aqui tenha emplacado, e continue atrás de produções como SOTUS e 2Moons nas pesquisas, o que de maneira alguma desmerece o ótimo trabalho que fizeram. 

3 comentários:

  1. adorei sua resenha espero que faça mais, e seria interessante se você focasse em falar um pouco mais sobre a personalidade dos personagens, fica a dica!

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  2. Essa série é a minha preferida e certamente é a que mais fez sucesso no ocidente. Outras series BL não ousaram tanto quanto esta e bom, espero ver mais series com estes atores.

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