sábado, 2 de maio de 2020

Uma cena

Em um apartamento numa área afastada do grande centro, uma sala bem iluminada pelo sol que entra pelas janelas abertas, bem como uma brisa fresca e agradável. Um jovem rapaz coloca uma música para tocar, é a voz de uma cantora, uma música de amor. Ele se aproxima do outro rapaz, menor do que ele, e o pega gentilmente pela mão. Os dois se abraçam com carinho, podem sentir o pulsar do coração um do outro. 

Depois de um tempo abraçado, o suficiente para a próxima música começar, eles se deitam na cama. O menor encostando sua cabeça sob o peito do amado. De olhos fechados eles ficam ali, ouvindo música e o bater de seus corações, enquanto sentem o soprar da brisa e o calor agradável do sol em suas peles.

Aquele abraço, aquele toque, é a mais alta expressão de união que há entre eles. Poderiam ficar ali para sempre, como um só. Os braços fortes do mais velho envolvendo o outro com segurança, que dorme sem preocupações, está no amplexo daquele que mais ama, daquele que sempre vai estar ao seu lado, não importa o o que aconteça. 

Logo anoitece, e mesmo com a escuridão dissipam-se dele toda e qualquer dor ou angústia, apenas a presença na vida do outro é suficiente para dispersar qualquer sinal de névoa que possa lhes atingir. Aquele abraço, naquele instante, é a coisa mais poderosa do mundo. 

É uma cena breve, eu sei, mas tem um significado tão importante para mim. Penso em toda a singeleza de um amor puro, em toda a delicadeza que há entre duas almas enamoradas que se tocam. Pensar nisso me deixa com o coração quentinho, e eu sorrio quando me lembro desses dois, mas também me deixa apreensivo, me faz pensar se isso não passa de uma mentira, ou de um sonho inalcançável para alguns. 

De qualquer forma é uma imagem que gosto de guardar comigo, com carinho, no cantinho mais iluminado do meu coração. 

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