segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Resenha - Peach of Time

Contém SPOILERS, prossiga por sua conta e risco!

As produções coreanas ganharam impulso nos últimos tempos e têm conquistado o coração de muita gente, então a proposta dessa série foi unir rostos conhecidos da indústria BL tailandesa com a habilidade coreana de emocionar em seus dramas, e assim nasceu Peach of Time.

Peach (Jimmy Karn, de WHY RU)é um jovem tailandês que decide viajar pra Coréia a convite de seu amigo, Yoon Oh (Choi Jae Hyun). A primeira vez que eles se encontraram foi quando Yoon Oh visitou o restaurante de sua família em Phuket. E finalmente seu sonho se realizara e ele poderia ficar com seu amigo. No entanto, quando chega lá, ele percebe um relacionamento difícil entre Yoon Oh e sua mãe, Moon Sung Sook (Jung Ae Yun) que parece ignorar a sua presença ou tratá-lo com extrema hostilidade. 

Ele logo percebe que algo está errado e, ao receber a visita de algumas pessoas do hospital, Peach descobre que seu amigo na verdade está morto, e que faleceu antes de sua chegada. Mas então, como ele tem estado todo esse tempo com ele em sua casa? 

Depois do susto Peach aceita que, na verdade, o que ele está vendo é o fantasma de seu amigo, preso nesse mundo por causa de uma tristeza profunda que ele ainda não resolveu, e ele descobre essas coisas com a ajuda de Mario (Tommy Sittichok, de WHY RU) um outro fantasma, antigo funcionário do resort onde Yoon Oh vive e que morreu num trágico acidente e também ficou preso nesse mundo. Daí em diante Peach resolve ajudar seu amigo a resolver a sua tristeza profunda e finalmente se libertar. 

A produção realmente foi muito feliz na escolha inusitada dos atores, os diálogos flutuantes entre tailandês e coreano, o clima dramático das produções coreanas sem perder o toque dos BLs tailandeses ficou simplesmente sensacional. Com um clima melancólico e, ao mesmo tempo, um tanto quanto otimista eles conseguiram unir dois mundos numa combinação interessante. \

Yoon Oh foi responsável pela carga dramática da série, coisa que Choi Jae Hyun conseguiu fazer muito bem, enquanto Jimmy deixou tudo mais fofo e romântico, sendo extremamente gentil. típico dos tailandeses. 

A história de amor deles é impossível, mas eles estão juntos naquele momento, então não há razão para vivê-la, e assim constroem o romance enquanto tentam descobrir a causa real da morte de Yoon Oh e libertar a sua alma de sua tristeza. Seu relacionamento com sua mãe é delicado, ela foi abandonada pelo pai do garoto e o criou sozinha, mas parece priorizar a sua carreira como cirurgiã, bem como pressionar o filho a seguir seus passos, ao que ele faz com muito esforço, se sentindo culpado por não conseguir entrar na faculdade de medicina. As palavras duras dela para ele no dia de sua morte parecem estar ligadas ao seu fim. Peach então decide ser a ponte entre os dois mundos, ligar Yoon Oh a sua mãe e a ele mesmo, sabendo que, ao fim, ele ficará sozinho.

O personagem principal é de um altruísmo incrível e admirável, impossível não se emocionar com tudo que Peach faz pra libertar seu amigo, por quem seus sentimentos parecem ser ainda mais fortes, deixando-os transbordar em muitos momentos. Mario também foi um excelente acréscimo, ajudando os dois e diversos momentos e, como Tommy foi parceiro de Jimmy já em outras produções, garantiu que o ator não fosse o único thai a parecer deslocado no meio dos coreanos.


A fotografia e a trilha sonora, como toda produção coreana, é impecável e merece todas as estrelinhas possíveis. O roteiro tem muitos furos, principalmente quanto a presença dos fantasmas e até onde vai a influência deles no meio real em que estão, mas isso logo dá espaço pra história em si então podemos relevar. Se os fantasmas comem e trocam de roupa à vontade, o que os impede de usar o meio pra se comunicar e por qual razão só Peach os vê claramente? Só uma pena ser tão curtinha, embora ainda assim seja maior que a maioria dos BLs coreanos, o que muitas vezes quebra o clima na transição de um episódio pro outro. 

Peach of Time fala sobre a importância que temos na vida de outras pessoas, podendo aprisioná-las ou libertá-las, ser causa de tristezas que transcendem a vida ou de alegrias e amor que vencem até mesmo a morte. Uma série curtinha, fofa e romântica, dessas que deixam o coração quentinho depois de assistir. 

Nota: 09/10

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