Aproveitar,
não sem o lisérgico auxílio
dos meus velhos amigos,
os comprimidos coloridos
que trazem de volta um pouco de cor
a esta minha vida um tanto quanto cinza,
quero aproveitar um pouco de liberdade, ordem e silêncio
numa casa povoada pela confusão e demência.
Acho que mereço, ao menos isso.
Mereço,
depois de toda dor
e todo inconveniente que me causaram,
todo o horror que foi ouvir as suas vozes
sem caráter me culparem
pelas lágrimas de minha mãe,
ou quando propositadamente destruíram
parte da cozinha numa festa frequentada
por pessoas que seriam melhor recebidas
ante sala na prisão.
Acho que mereço,
ao menos isso.
Sim, eu mereço.
Um pouco de paz,
de silêncio,
de distância.
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