terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Luzes por todos os lados

Por mais que o homem atual tenha se afastado do simbolismo que antes fazia parte do imaginário de todos os povos, e cada vez mais tenha se aproximado de um esvaziamento de si mesmo por não ter mais os instrumentos necessários para interpretar a si mesmo e o mundo ao seu redor, ainda assim ele se encontra suscetível a esses símbolos mais fortes, que nos cercam por todos os lados e nos ajudam a entendem melhor aspectos importantes do ser. 

Nesse tempo do Natal chama-nos a atenção para as luzes que enfeitam as cidades e tomam conta das vitrines, praças e casas. Por mais que essas celebrações mudem de significado de tempos em tempos e vão adquirindo ou perdendo alguns elementos a luz é algo celebrado pela humanidade desde sempre. Qualquer povo, tanto mais antigo quanto mais sensível ao seu redor, celebra a luz, nos equinócios e solstícios, seja no dia de maior luminosidade ou no de menos luminosidade, a espera de que ela retorne. E então desse fato nasce o simbolismo primitivo que se dissemina pelo mundo das mais diversas formas. No cristianismo celebra-se Cristo luz dos povos e a Estrela do Oriente que conduziu os magos até a Epifania do Senhor. Também nas navegações é conhecida a máxima importância da luz das estrelas, a Estrela da Manhã no ocidente e Daonuea (Estrela do Norte em tailandês) no oriente. Apolo na Grécia e Baldur nos povos nórdicos. Da Terra do Sol Nascente aos festivais da Luz na Alemanha, na França e na Índia, por todos os cantos busca-se a luz e nela todas as gentes buscam esperança.

E então ela se revela, e ela é quem revela todas as demais coisas. Sendo portanto a luz a chave do nosso conhecimento, por ela que nos guiamos para qualquer que seja o nosso destino. Como navegantes seguindo os mapas estelares de muitos séculos seguimos em nossa barca, na praia as pegadas da nossa partida e o olhar fixo nesse ponto alto que nos toma pela mão. E assim esse tempo, onde vemos luzes por todos os cantos, somos levados a dar novo significado as luzes do nosso dia e aos objetivos aos quais elas podem nos guiar. Assim, buscando então manter o rumo, que esse tempo seja propício a voltarmos nossa atenção para tão belas luzes, que nos guiam e nos permitem ver. E que essa luz seja como disse o grande místico espanhol, uma luz que nos guie com mais clareza que a do meio-dia. 

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