domingo, 25 de dezembro de 2022

Verbo de Deus

Acho que talvez tenha exagerado um pouco no primeiro dia das férias de verão, ontem foram quatro aulas, cinco episódios longos de série, arrumei o meu armário e ainda fui caminhar, precisei fazer uma pesquisa sobre um tratamento de pele que vou começar a fazer. Acabou sendo um pouco de informação demais e hoje, na aula da manhã, eu percebi que não conseguiria me concentrar e então decidi que iria me deitar, ouvir um pouco de música e dormir. Mais tarde eu vou assistir um pouco de séries e então amanhã retomo com mais concentração. 

Busco então um pouco mais de equilíbrio. Sei que não vou compensar o tempo perdido no trânsito e no trabalho que poderia estar estudando algo útil de verdade, mas com calma eu vou correndo atrás do prejuízo. 

Minha reflexão hoje não vai citar o outro, como a solidão que as festas causam na gente nesse fim de ano, mas apenas esse meu compromisso em me concentrar em meus estudos nesses dias do Nascimento do Senhor, sendo ele o mesmo Verbo Fulgor Paterno, por quem fez tudo Deus Pai eterno, são dias bastante propícios a busca pela Verdade. 

Contemplando então essa Verdade, que se apresenta na simplicidade de um menino e, esse menino, flor de um só dia, é Deus Eterno (quem o diria?), é sinal de que ela se encontra não nas coisas grandes, mas nas pequenas e simples, na contemplação amorosa da realidade que se mostra aqui, ao nosso redor. No sorriso de uma mãe que revê o filho que voltou para as férias depois de um ano no seminário, naqueles dois parentes que tinham brigado e agora se sentam tímidos um ao lado do outro em busca da reconciliação e da alegria, como os anjos cantaram aos pastores que se alegravam também nos alegramos com a chegada do Verbo Encarnado, ainda que muitos Dele se esqueçam. Mas Ele está ali, e pouco a pouco nos corações mais duros, imprime algo de sua Verdade, cabendo a nós abrir-nos a Ele, sua simplicidade em suas bochechas rosadas e seus refulgentes cachinhos de ouro.

Por mais que tente o mundo não consegue esquecer desse pequenino. Os filmes de Natal sempre trazem uma mensagem de esperança e amor, de companheirismo, solidariedade, sempre querer resgatar algo do espírito humano que se perdeu e, mesmo que o nome de Cristo nunca seja citado a mensagem é essencialmente a dele. O mundo não consegue fugir da Verdade por mais que tente, no fundo toda alegria, toda luz, toda esperança que se acende nos corações provém dele, e é isso que as trevas não compreendem. No Missa Tridentina o povo se ajoelhava ao anúncio da encarnação de Cristo, mesmo que a contragosto o mundo se curva a mensagem d'Ele quando prega o amor, o perdão e a esperança. O mundo não pode resistir a esse menino.

Que a nossa posição seja então a presença do Menino Deus na vida dessas pessoas, que nosso sorriso seja a manjedoura simples que os outros não enxergam mais no presépio, mas que possamos pouco a pouco apontar para Ele.

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