sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Da existência inferior

Pequena pausa nas obrigações diárias. Precisando de novas perspectivas. O cansaço me atingiu com força, e com ele também o desânimo espiritual. Começo a questionar minhas capacidades, meus limites. 

Enquanto meus alunos se surpreendem com o meu currículo medíocre, prova de sua latente ignorância e não de minha superioridade intelectual, eu me culpo por sentir tanta dificuldade em cumprir as mais simples tarefas. Quando o fato de sentar e elaborar provas me faz chegar ao limite do cansaço, quando a desatenção me faz desejar não ter escolhido profissão alguma, quando a dor que correntemente ainda passa pelos músculos do meu corpo e não diminui um só instante, quando tudo isso se abate sobre mim, eu me sinto péssimo.

Olho ao meu redor o quanto as pessoas são capazes, o quanto conseguem fazer coisas incríveis, e eu, apenas sei reclamar. Nada faço direito. Medíocre em todos os aspectos. Mais uma me vem a percepção de minha notória inferioridade. Uma existência patética, indigna sequer de ser chamada vida. Uma pseudointelectualidade incapaz de realizar qualquer coisa, por mais pífia que seja. 

Sabe o que pessoas como eu realizam em vida? Realizam um um fim patético, regado a fumaça de cigarro e copos de cachaça vazios, com um cheiro forte no corpo, sinal de quem já desistiu dos cuidados básicos consigo mesmo. O descaso externo mostra o que se passa internamente, onde a preocupação já deu lugar a completa desilusão. 

Afinal, qual o motivo de uma existência tão patética quanto a minha, que é incapaz de realizar o mínimo que se esperaria de um homem qualquer? 

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