segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

De lendas e maldições

A roda do destino gira mais uma vez. 
O que será isso? 
Algum tipo de carma? 

Talvez tenha eu irritado com severidade algum deus da fertilidade, e este me amaldiçoou com a incapacidade de viver sob a égide de um amor correspondido. A reciprocidade, tão dita em nossos dias e tão distante, é um mito dos tempos modernos, uma lenda que nada deixa a dever a mitos como o de sílfides e titãs que tanto pululavam a mente de homens antigos. 

A roda do destino gira mais uma vez. 
E a sua espada é lançada sobre minha cabeça. 
Eu olho-a e dessa vez não me aventuro a segura-la. 
Não, eu corro para o mais longe possível. 
Corro de seu aço frio que transpassa-me a alma. 
Corro. 

Já não estou completamente cego ante as artimanhas de um destino que busca-me destruir sempre pelo meu lado mais frágil. Mas esse lado não será atingido se eu não entrar na guerra. Se eu não me atrever a lutar uma batalha que não posso vencer, talvez sobreviva. 

E é isso que eu quero, sobreviver!

Desejo nunca mais voltar aquele féretro da escuridão perene que tanto me aprisionou e me cortou as asas. Nunca mais. A espada pode até ser lançada, mas não aceitarei seu desafio. Me fecharei nos cantos mais remotos de minha própria existência, me trancarei tão fundo que poderei viver feliz na segurança de meu próprio ser. Já estando minha casa sossegada viverei as noites escuras uma a uma, sem me arriscar entregar aos braços de meu próprio algoz. 

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