quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

In aeternum

Alguma postagem perdida nas rolagens do feed do Facebook dizia que "é muito fácil alguém dar flores, difícil é fazer florescer as que estão mortas dentro do coração." Ou algo mais ou menos assim... E minha nossa, quanta verdade nessas palavras!

Começo a me adaptar a ideia de que minha vibe é carreira solo, sabe, cansado demais pra tentar provar o contrário sabe-se lá pra quem... Destino, ou eu mesmo... Alguém que diga que os homens estão condenados a solidão in aeternum e que esteja errado? Não, quem quer que tenha dito está coberto da mais absoluta razão: os homens estão sim condenados a eterna solidão, desde a Torre de Babel, quando seu orgulho lhes fez perder a capacidade de se entenderem.

As rosas de meu coração permanecem mortas, e já viraram adubo, mas não para novas rosas, mas sim pelas minhas flores. Pois não significa que preciso deixar de florescer só por estar só, afinal eu preciso de um belo jardim para contemplar quando, num fim de tarde, me encerrar em meu próprio coração.

E agora, as vésperas de meu próximo aniversário, eu tento imprimir isso dentro de mim. Tento fazer com que as flores que nascem em meu peito não venham com suas pétalas sujas de sangue. Tento fazer com que meu jardim seja um jardim fechado, protegido de todos os homens que apenas buscam a destruição desse meu éden, tão íntimo, tão caro, tão raro, e que tanto sofreu com as intempéries dos últimos tempos...

Posso ver as pessoas irem e virem na estação, as vidas que passam, que chegam, que se vão... Posso ver as flores crescerem e murcharem conforme passam as estações. 

Talvez a condenação da solidão in aeternum não seja assim tão ruim afinal de contas... Talvez no fim sobrem apenas as belas flores de alguém que desistiu de saber o que era o amor de verdade, que sabe que ele foi apenas um vendaval que se soltou, um átomo a mais que se mexeu. e depois se foi, como a brisa do inverso se perde em meio aos raios do sol...

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