Escuridão.
Você me destruiu, mais uma vez. Quando eu menos esperava, quando me distraía com a beleza do céu azulado, quando me encantava com as cores de meu coração... Você chegou e me apunhalou, seca e friamente, bem no meu peito, fazendo jorra a torrente infernal de sangue em minhas mãos.
Você me destruiu, mais uma vez. Quando eu menos esperava, quando me distraía com a beleza do céu azulado, quando me encantava com as cores de meu coração... Você chegou e me apunhalou, seca e friamente, bem no meu peito, fazendo jorra a torrente infernal de sangue em minhas mãos.
De repente o céu ficou cinza, a cor se foi como fumaça entre meus dedos. Não escuto mais o som dos violinos e nem sinto o cheiro das flores. As pétalas voam ao céu, não mais inebriando o mundo com seu perfume, mas anunciando a destruição do jardim.
O rosa de minha mão se foi, estou pálido, e quase não sinto o sangue circular. Quase não há mais sangue, tudo se derramou, na ferida que seu punhal abriu, rasgando-me a carne e o músculo, raspando-me o osso, infectando-me com sua lâmina mortalmente envenenada pelo seu próprio sangue.
As forças se vão, o sorriso se fechou numa carranca de dor. A dor e o horror. Invadem meu ser com a mesma violência de uma represa que se soltou, inundam a minha cidadela interior e matam afogados os meus sonhos de um dia me livrar de você.
Você me destruiu mais uma vez, e tingiu de cinza o meu rosado entardecer. Destruiu meu ser. E se foi, deixando apenas a risada maligna de sua convalescença leve e demente ao cuspir em meu túmulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário