sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A estranheza de um pensar

É estranho ser assim, pensativo demais enquanto tudo ao redor continua igual. É estranho, pensar em mundos distantes, galáxias longínquas, enquanto escuta os seus amigos rirem ao seu lado. É estranho pensar... 

Pensar, sobre estar ou não presente. Pensar em sentir-me parte de alguma coisa, mas não completamente. É estar com um pé dentro e outro fora. É sentir-me não de todo humano, mas em certa parte tão estranho que não me atrevo a dizer de que outra metade é. Sentir-me não de todo amado, não de todo bem vindo, não de todo bom. 

Ao ouvir uma só frase minha mente dá duas voltas inteiras ao redor do sol, vou no passado distante e traço uma reta até um futuro incerto, caminhando por estradas já conhecidas e ligando pontos que até então tinham passado desapercebidos. É estar com os amigos, cantando um sertanejo ou um pop rock brega, seja Raul ou Victor e Léo, cantando com o coração e a pouca voz que me resta e me sentir bem com isso, numa completude diferente, mas tudo isso cessa com o soar da derradeira nota, e me sinto novamente no limbo solitário da minha própria mente, que dá dez voltas completas ao ouvir um cumprimento, e meu coração compõe dez poesias enquanto sinto o calor de um abraço. E então o calor desse abraço se dissipa, e nada mais faz sentido, me sinto sozinho pensando sobre um mundo distante que não conheço totalmente. E o calor retorna, fazendo brilhar a escuridão. E o ciclo eterno se mantém. 

E eu continuo me maltratando por pensar... Pensar, sobre estar ou não presente. Pensar em sentir-me parte de alguma coisa, mas não completamente. É estar com um pé dentro e outro fora. É sentir-me não de todo humano, mas em certa parte tão estranho que não me atrevo a dizer de que outra metade é. Sentir-me não de todo amado, não de todo bem vindo, não de todo bom. Não de todo necessário. 

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