"Tornei-me objeto de opróbrio para todos os inimigos, zombaria dos vizinhos e pavor dos conhecidos. Fogem de mim os que me vêem na rua.
Fui esquecido dos corações como um morto, fiquei rejeitado como um vaso partido.
Sim, eu ouvi o vozerio da multidão; em toda parte, o terror! Conspirando contra mim, tramam como me tirar a vida."
(Sl 30)
Tenho medo, do meu futuro. Tenho medo, daqueles que me cercam. O mundo se tornou inseguro para um jovem como eu. O pânico social me consome, o horror se alimenta de minha carne, mina minhas forças até o tutano, suga meu ser, quase me leva ao limiar da existência.
Ele vem a minha casa mas me odeia. Ceia comigo mas trama minha morte na primeira oportunidade. Sinto seu olhar de desprezo em minhas costas, seu toque está cheio de rancor e não sei a razão disto. Como alguém a quem sempre dei o meu melhor pode me detestar tanto?
O que me tornei? O que será de mim? Serei de fato mais um da estirpe de condenados à cem anos de solidão que não terão uma segunda chance sobre a terra? Todos que eu amo estão decididos a me deixar? Que me restará então? E eu, pobre, que farei, que patrono invocarei quando for deixado só?
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