terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Questões


Por que continuo sentindo esse vazio? Por que nada me completa? Parece que nada é capaz de preencher isso que falta bem no âmago de minha existência. Em minha alma há um vazio que nenhum álcool, nenhuma companhia superficial pode completar. E eu continuo aqui, sendo consumido por esse vazio, vazio de falta de amor, que corrói cada fibra de meu ser. O vazio só aumenta. Tudo que encontro é vazio. Um vazio que nada parece completar.

Ah, quem haverá de compreender meu amor? Que coração poderá me compreender? Meu ardente coração anseia por algo, e eu não sei o quê... Fico aqui a sonhar, com aquela boca, com aquele beijo... E nada parece completar meu vazio.

O que é o amor? Ele realmente existe? Há algo, como dizem, maior e mais forte do que tudo, capaz de superar o tempo e até a mais longínqua das distância? Há algo mais forte que a morte, que supere a solidão e sufoque o abandono? Há algo que preencha tamanho vazio, que seja a resposta para tantas indagações, que seja o remédio para tantas dores? Há algo que não se deixe estremecer pelo ciúme e a desconfiança, que não se incomode com a monotonia, que a cada dia se renove e renasça com a força de um raio de sol? Haverá luz para as trevas em que vivem os homens que caminham, buscando algo que não sabem o que é pois esqueceram-se do amor?  Há algo que supere o entendimento dos grandes, que vença as guerras, brigas e contendas num abraço apertado e num beijo apaixonado? Existe uma espada poderosa o suficiente para romper os laços de ódio que nos unem? Algo que supere toda dificuldade, toda adversidade, toda discussão boba, toda confusão egoísta?

Tanto vazio me assusta. E eu me fecho dentro de minha realidade, mas é uma realidade que aos poucos desmorona. O medo me desespera. Quero algo que me dê segurança... Mas parece que nada nesse mundo é certo, tudo é mudança, pantha rei, apenas isso.

É um abismo, repleto de vozes, mas ainda assim vazio. E o abismo que contemplo me olha de volta, tornando real aquela presciência de Nietzsche... Presciência maldita de uma realidade vazia, de uma humanidade que não consegue se entender, de homens separados em suas pequenas mentes distorcidas.

Talvez seja está minha sina, minha paga por algum pecado tão abominável que nem sequer me lembro. Condenado a ser da estirpe dia condenados a cem anos de solidão que não terão uma segunda chance sobre a terra.

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