Aqueles olhos contemplam o mundo
como se tudo fosse a primeira vez,
com curiosidade imensa.
como se tudo fosse a primeira vez,
com curiosidade imensa.
Eles brilham, vibram, estão vivos
descobrindo tudo,
os livros nas estantes, os vasos nas sacadas
descobrindo tudo,
os livros nas estantes, os vasos nas sacadas
Olham o céu sem entender as cores
olham as mãos com cuidado e os arredores
as panelas e a vó fazendo um bolo
olham as mãos com cuidado e os arredores
as panelas e a vó fazendo um bolo
Outros olhos aqueles vislumbram o mesmo mundo
turvado por um olhar que já teve amores
mas que agora entope-se de comprimidos
Cansado das infâmias nossas de cada dia
turvado por um coração infecundo
que há de dormir panteísticamente dissolvido
turvado por um coração infecundo
que há de dormir panteísticamente dissolvido
O não ser encanta aquele ancestral
que escreveu com sangue sua tragédia
e com lágrimas fecundou o jardim de sua sepultura.
10 de março de 2025
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