Alguém com tantos pensamentos quanto eu, precisa desses momentos, focando nas interações de personagens, nesses detalhes da noite solitária.
Assim como outros momentos, em silêncio ao lado de um amigo no jardim da paróquia contemplando a imagem de São Francisco de Assis em meio a natureza. E isso aconteceu poucos dias antes do início da Quaresma, na Quarta-Feira de Cinzas, o que foi significativo do silêncio e da contemplação desse tempo, muito querido pelo santo de Assis, que pode nos ensinar como viver bem esse tempo de penitência e oração.
Isso me leva a pensar em como as pessoas tem vivido as quaresmas nos últimos tempos. O padre na homilia destacou a importância que os mais velhos davam a essa época, que hoje passa quase despercebida. Ao mesmo tempo, podemos observar o crescimento de novos movimentos eclesiais, novos nomes que prometem uma aproximação da fé. Embora eu acredite que a intenção desses seja boa, válida e necessária, ela é infelizmente diluída numa multidão de católicos sem formação. Então se a pessoa se levanta às quatro da manhã para rezar o rosário, o que é louvável em todos os sentidos, mas ainda discute se deve haver "animação" antes de uma missa preparada especificamente para ser cheia de abusos e exageros litúrgicos sentimentais, isso me preocupa, pois embora o rosário seja uma oração poderosa, a deturpação da Santa Missa pode ser assustadoramente destrutivo e maléfico. Ainda acho que o povo carece de formação. Mas quem quer estudar não é mesmo?
Por isso eu pego meus livros, fico quieto lendo durante o dia, a cada página conhecendo mais da história da cristandade, da minha história, de tantos homens e mulheres que trabalharam pela fé e que hoje são apenas volume acumulando poeira em bibliotecas fechadas. Volto pra casa, e viro a noite vendo série, com o que aprendi no coração.
Nessa solidão eu inicio o meu caminho o deserto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário