quarta-feira, 27 de março de 2019

A Morte como transitoriedade

- Por que está tão triste? Você tem apenas 6 anos e apesar disso você senta ai todo dia para se lamentar, o que é que te preocupa?

- Hoje eu vi muitos corpos mortos flutuando no rio Ganges e na beira do rio eu vi peregrinos vindos da Índia inteira para tomarem banho. Tive a impressão de que celebravam a morte no lugar da vida. Por que é tão pobre esse país onde nasci? Parece que só nascemos para sofrer e se lamentar, as pessoas vivem no meio de desgraça.

- Isto te deixa triste?

- É claro, quem é que quer ter uma vida cheia de tristezas?

- Você está enganado. Onde há tristeza, há alegria e o contrário também é verdade. Lindas flores nascem, mas eventualmente morrem. Tudo nesse mundo está em eterna mudança, sempre em movimento, nunca é igual, tudo muda, e a vida do homem também é assim.

- Mas se no nosso fim a morte é inevitável, então talvez seja a tristeza que domine nossas vidas, mesmo quando superamos o sofrimento, mesmo que busquemos o amor e a felicidade. No fim a morte irá transformar tudo em nada. Eu não entendo para que os homens nascem nesse mundo, se é impossível desafiar algo tão completo e eterno como a morte.

- Parece que você se esqueceu.

- Esqueci?

- A morte não é o fim de tudo, a morte não é mais do que outra transformação.

Masami Kurumada
Saint Seiya - Hades, a Saga do Santuário

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