quarta-feira, 20 de março de 2019

Do caos

No meio do caos é difícil entender o que deseja o meu coração. 

Sinto como se estivesse no olho de uma tempestade, no epicentro de um terremoto de proporções apocalípticas. Em meio a esta hecatombe não consigo ouvir senão os gritos desesperados daqueles que me cercam, e que clamam por suas vidas. 

Embora não o escute, sinto meu coração gritar. Ele deixa sua garganta em carne viva, gritando a plenos pulmões aquilo que anseia desesperadamente. E eu, no entanto, nem assim consigo ouvi-lo. 

Não entendo o que ele tão loucamente tenta me dizer. Não consigo compreender o que é que ele deseja. Onde está aquilo que ele tanto busca para preenchê-lo? 

Há em mim um anseio, uma vontade. Um algo que busco mas que não sei dizer o que é. Algo que possa tapar o buraco vazio que há bem no âmago do meu ser, algo que possa fazer sumir isso que me apavora desde meu primeiro pensamento. Não consigo sequer exclamar o que desejo. Não sai mais do que o balbuciar de uma criança que, não sabendo falar, chora com medo de sua existência ser afetada.

Meu ardente coração quer dar-se sem cessar, ele precisa demonstrar sua ternura. Oh, quem haverá de compreender o que há em meu coração, e que coração conseguirá corresponder e me dar essa resposta? 

No meio do caos que me rodeia é difícil entender o que se passa em meu coração. 

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