segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Pequeno raio de sol


Eu não sou muito bom em escrever coisas boas, na verdade, estou tão acostumado ao pessimismo que qualquer raio de sol sobre mim acaba me deixando cego.  Mas eu vou tentar... 

Eu acordei de uma noite engraçada, dormi com um amigo. Ele se mexia, me batia, falava em algum idioma que não conheço e tentava me jogar pra fora da cama. No início da manhã, quando o primeiro finalzinho de luz começou a entrar pelas frestinhas das cortinas, estávamos abraçados, juntos. Qualquer um teria levado pro lado da maldade, mas eu apenas achei terno, carinhoso, e ele também. Somos irmãos. 

Fiquei feliz quando abri a janela e o sol tocou delicadamente meu rosto. Me senti acariciado por leves dedos que me aqueciam enquanto passavam pelas linhas de meu rosto. É estranho me sentir assim, afinal, geralmente prefiro a escuridão.

Este também foi um dia de vitória. Cantei a plenos pulmões, e o resultado foi simplesmente magnífico. A sintonia entre nós era fantástica, e estou muito orgulhoso de ter participado de algo tão incrível assim. Parece que o destino me deu alguns instantes de alegria pura e delicada. Me senti naquele jardim, secreto e fechado, olvidado pelas açucenas e com o rosto reclinado sobre o amado. 

E também assim terminei o dia, depois de uma longa e complexa missa, absolutamente cansado, sequer consigo levantar da cama, mas feliz, muito feliz por ter seguido aquela luz que me guiava, desde a manhã, com mais clareza que a do meio dia.

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