sábado, 23 de julho de 2022

Resenha: Star and Sky - Sky in Your Heart

Contém SPOILERS!

Dando continuidade a história de Star and Sky, esse segundo arco traz a relação entre o irmão mais velho de Daonuea (Dunk Natachai), o Dr. Kuafah (Mek Jirakit, de The Player) que, após sofrer uma desilusão amorosa e ser convidado para o casamento de sua ex, acabou se envolvendo num acidente de carro por dirigir embriagado, então ele e seus dois amigos são forçados a ir para uma pequena aldeia no interior onde farão trabalhos voluntários pelos próximos meses. Lá ele conhece o professor Prince (Mark Jiruntanin), um doce educador que, no entanto, acaba achando Kuafah fútil e por isso algumas faíscas surgem entre eles. 

Ainda sob a direção de New Siwaj (do Studio WabiSabi) nessa produção da GMM TV nós temos uma mudança de ares, se o primeiro arco se passou em nos corredores da universidade e em bares da noite de Bangkok, agora temos uma montanha no interior do norte da Tailândia, há algumas horas da cidade mais próxima onde quase não há nem sinal de celular. 

O primeiro choque de Fah e seus amigos é justamente com essa nova realidade, eles que viviam na maior cidade do país agora precisam se virar sem energia elétrica ou água encanada, enquanto Prince parece super adaptado e confortável ali, mesmo sendo de fora também mas respeitado por todos os moradores. Entre bebidas e brincadeiras o festeiro Kuafah vai precisar mostrar a todos a sua responsabilidade como médico e logo vai perceber o peso desse trabalho num lugar onde as pessoas dificilmente tem acesso a esse serviço. 

Embora não se aprofunde tanto nisso quanto a predecessora A Tale of a Thousand Stars ainda conseguimos ver o crescimento do personagem em contato com uma realidade tão diferente. Especialmente depois que ele começa a gostar de Prince, fazendo o possível para mostrar ao outro que ele realmente pode ser responsável, tanto com seu trabalho quanto com seus sentimentos. Prince, embora pareça rígido e sério também tem um coração doce, depois de algum tempo e alguns desentendimentos ele começa a entender também Fah. 

O médico, que parece ser só brincalhão e despreocupado, na verdade é alguém que se preocupa tanto com o trabalho que por isso acabou sozinho, já que não dava nenhuma atenção para sua namorada, e Prince consegue ver nele essa dedicação e preocupação para com seus pacientes, desde uma pequena garotinha com o joelho ralado até um senhor com dificuldade para lidar com a perda de uma pessoa importante que acabou no alcoolismo. Ver esse lado mais humano de Fah faz Prince abaixar um pouco a guarda com relação a ele. 

Embora tenham começado sua relação entre desentendimentos o professor e o novo médico da aldeia passam muito tempo juntos, o que permite que eles se conheçam melhor. Fah consegue ver o lado mais frágil do outro e então pode agir de forma mais preocupada, se aproximando do coração dele. 

A história é leve e divertida, mesmo entre as brigas dos dois. O humor é comedido e temos algumas situações bem engraçadas envolvendo os amigos de Fah, Mesa (Arm Weerayut) e JJ (Mike Chinnarat) e também Ou (Toptap Jirakit), que é filho do chefe da aldeia e também está interessado em Prince. Mênção honrosa aqui pra rápida aparição de Aun Napat como Sinsia, ex de Prince, com a importante missão de fazer os protagonistas aceitarem seus sentimentos. 

Se no primeiro arco a história de Daonuea e Khabkluen (Joong Archen) a palavra chave era comunicação, ou a falta dela, aqui nós temos a construção da confiança. Descobrimos que Prince saiu de um relacionamento difícil onde seu parceiro não tinha tempo para ele e por isso ele se sentia negligenciado e agora tem dificuldade para confiar nos outros. Fah passou pelo sentimento de ter sido deixado mesmo estando fazendo com afinco o que era mais importante para ele: cuidar dos outros, e por isso tornou-se irresponsável, temos então um ponto de tensão entre os dois que é explorado justamente na capacidade que as pessoas têm de mudar quando necessário. O médico mostra sua responsabilidade para com Prince e os outros enquanto Prince resolve se abrir mais uma vez. 

Também é importante mencionar a bonita relação entre Kuafah e Daonuea, desde o primeiro arco e aqui com mais força ainda vemos o quanto os irmãos se importam um com o outro e como ambos são um porto seguro para eles. Fah liga para Dao todas as noites, o que inclusive desperta ciúmes em Prince assim como Kluen ficou com ciúmes antes de saber que eles eram irmãos, e Dao é compreensivo e consegue enxergar no irmão o que os outros não conseguem, inclusive aconselhando-o quando necessário.

Com uma história de narrativa ágil, divertida e leve Sky in Your Heart não traz tanta tensão quanto o primeiro arco, que realmente trabalhou mais pro lado dramático do romance, aqui tendo destaque todo o jogo da conquista e a construção da confiança, compensando com um amadurecimento mais patente dos personagens. A trilha sonora também continua bonita, com a faixa principal sendo cantada pelo próprio Mek, não tão boa quanto a cantada pelo Joong no outro arco, mas ainda assim bem gostosinha de ouvir, ótima pedida para aquela playlist para momentos tranquilos. 

Nota: 9/10

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