segunda-feira, 18 de junho de 2018

O que me fazia sorrir

Percebi que tenho estado um pouco silencioso nos últimos dias. Não tenho escrito tanto quanto antes, nem conversado tanto com meus amigos. Tenho preferido os momentos de silêncio, sozinho, no escuro do meu quarto. Tenho preferido ouvir os outros a conversarem, do que conversar com eles... 

Busquei no meu interior um motivo pra isso. Busquei uma razão pro meu coração estar se protegendo dessa forma...

Notei que eu venho usando uma máscara. Notei que tenho me escondido por detrás de uma postura de autoestima, de felicidade. Tenho dito que não preciso de ninguém, e por um lado isso é verdade, mas por outro também é verdade que eu tenho sentido o vazio advindo justamente da solidão que é agir assim. 

Também percebi que o meu silêncio vem de ter expulsado ele de meu coração. Quando decidi que não mais iria demonstrar o meu amor, eu expulsei de dentro de mim aquela fonte de palavras doces e sonhadoras que era a esperança que tinha de que um dia ele pudesse vir a me amar. Mas isso não pode acontecer, e quando finalmente decidi não mais alimentar essa esperança ela morreu, e levou consigo a poesia que habitava o meu peito apaixonado. 

Sinto que não posso mais voar, mesmo nunca voado antes, e minhas asas doem como se tivessem sido perfuradas covardemente. Quem ousaria tamanha crueldade com um anjo que apenas desejava voar livre pelo céu azul, sentido o calor do sol do corpo de seu amado?

Será que não havia mais nada de belo em mim além de você? Não havia mais poesia em mim? Tudo o que me fazia sorrir era você? Mas eu não estava sorrindo, apenas chorava, mas sinto como se o riso tenha partido, como um velho amigo, para uma terra distante, e para nunca mais voltar... Será que não havia mais nada de belo em mim além de você? Não havia mais poesia em mim? Tudo o que me fazia sorrir era você?

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