segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Espírito de Natal

O espírito de Dezembro que me perdoe, mas minha noite de Natal será regada pelas lágrimas que escorrem de meu coração. 

Lágrimas vermelhas, lágrimas de solidão. 

Quando nos vemos, nos abraçamos, e o seu abraço tem mais poder sobre mim do que mil bombas atômicas. Quando então damos as costas e nos despedimos, fingimos que não existimos, é como se fôssemos dois completos estranhos. 

Nessa noite de Natal o meu espírito se quebrou, e eu pressinto a morte lenta se aproximando ladeada pelo fantasma do abandono que foi quem preparou a minha alcova. Não me mate lentamente, dê apenas um golpe, não seja cruel. Mas parece que você gosta de me torturar, e mesmo dizendo que não vai me deixar, sabe que se escolher ela, é isso que estará fazendo, pois não pode ter a ela e a minha amizade ao mesmo tempo, e eu não significo nada para você a ponto de que com isso você queira me escolher. 

Meu Natal será na solidão da noite escura de meu quarto. Com meus gemidos sendo abafados pelo som de seu sorriso, que passará esta noite ao lado de quem ama, e não serei eu. 

Meu Natal será chorar sobre as feridas que você deixou abertas em meu coração, onde você grosseiramente salgou com seu abraço. 

Meu Natal será fazer sair pelos meus pulsos o sangue do coração que bateu por você. 

Meu Natal será chorar a tristeza que é saber que não me ama, e que pra você deveria ser apenas mais um estranho no meio da multidão. 

Meu Natal será chorar o amor que sente pelas mulheres, e que eu nunca poderei tocar...

O espírito de Dezembro que me perdoe, mas minha noite de Natal será regada pelas lágrimas que escorrem de meu coração. Lágrimas que escorrem lentamente pela minha pele, fazendo arder os cortes que tracei para expurgar minha dor, fazendo com que me lembre que essas lágrimas são as lágrimas de um homem que vive contra sua vontade, amando sem ser amado pelo amado, derramando lágrimas de sangue pela sala.

Lágrimas vermelhas, lágrimas de solidão. 

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