sábado, 22 de dezembro de 2018

Para nunca mais

Eu olho para ele indo embora agora, e não me levanto para correr atrás e impedir que se vá, antes disso, eu apenas observo, sem reação. Não vou chorar, não vou chamar por seu nome, não vou gritar. Eu não vou me mover daqui a menos que seja para percorrer meu próprio caminho.

Que vá embora, que vá com os diabos para o inferno! A distância que tanto amaldiçoei é agora a que me consola, estando longe não pode me fazer nenhum mal. Estando longe eu posso ver o que antes não podia por estar cego, por estar preso.

Você já tomou meu coração para si, o quebrou, reduziu meus sonhos a pó e os lançou aos quatro ventos. Você me despedaçou em tantos pequenos pedaços que não sou mais do que um pedaço de homem agora. E você sorriu. Sorriu da minha dor, sorriu do meu sangue derramado, sorriu do meu ser desnudado diante de ti. Você me incendiou, me transformou em cinzas, me soprou para longe, e depois se virou como nada ali existisse.

Portanto que se vá, que se vá sem se despedir, que se vá sem pestanejar, eu só peço que deixe o que restou de mim aqui, para que de alguma forma eu possa me reconstruir. Abandone-me, e me deixe só, como tantas vezes o fez, mas agora não volte para me humilhar mais uma vez. Que vá como se eu não existisse porque sei que para você eu nunca existi de verdade. Vá para nunca mais voltar!

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