sábado, 8 de dezembro de 2018

Tudo isso

O meu corpo está cansado, das atividades, dos compromissos, dos problemas, das noites sem dormir direito. A minha mente está contente, pelos meus amigos, pelas risadas, pelas brincadeiras. O meu coração está triste, pelo abandono, pelo silêncio, pela razão. 

Como pode alguém viver em realidades tão distintas? Como posso viver com essa confusão dentro de mim? 

Eu olho ao meu redor, e vejo o quanto algumas pessoas me tem em mais alta conta, e ao mesmo tempo percebo que para outros, ocupo o mais desprezível dos lugares. E adivinha qual deles permito que me afete? 

É com um sorriso irônico no rosto que escrevo, e que penso ao fechar os olhos, que quanto mais desejo que pensem em mim, quanto mais desejo que me amem, quanto mais espero que me desejem, mais desprezível me torno aos seus olhos. E o mais que faço não vale nada, porque a minha existência não vale nada. 

Observo meu passado e vejo o quão desprezível tem sido minha caminhada por esta terra, e não fosse o sorriso dos meus amigos mais chegados já teria colocado eu mesmo um fim a esta existência patética.

Minhas vitórias são risíveis, minhas batalhas pífias, minhas lágrimas injustificáveis, minhas poesias são areia ao vento, se desfazendo no ar sem deixar uma marca. As únicas marcas que ficaram foram aquelas deixadas pelos outros, e não deixei nada em seus corações. Não há nada de bom em mim que possa servir ao outro, e prova disso é o absoluto desprezo que recebo daquele que amo. 

Mas e então, se minha continuidade é apenas para não deixar os outros tristes, mesmo estando triste sabendo que quem amo não me ama. Será que é só isso? É pra isso que eu vim ao mundo? 

E todo esse amor que há dentro de mim? Pra que serve essa porcaria? O que devo fazer com algo que tenho de monte mas que ninguém quer? De que adianta tudo isso? 

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