domingo, 30 de dezembro de 2018

Quase Ano Novo

É quase Ano Novo, e eu estou aqui deitado, pensando no que vou fazer daqui pra frente, e chegando a conclusão de que não tenho ideia de como será meu futuro. É quase Ano Novo, e se for como no Natal eu temo por outra crise numa noite solitária, e se me arriscar assim pode ser que eu não saia de alguma dessas crises. 

É quase Ano Novo, e eu vejo que não fiz nada nesse ano, senão que me debrucei sobre mim mesmo e escrevi páginas e mais páginas sobre ele, sobre como me sentia com relação a ele, sobre meus sentimentos para com ele, sobre o que se passou com a gente e sobre como acabou. 

É quase Ano Novo e eu ainda não consigo escrever sobre outra coisa, como se somente ele habitasse minha mente. Ele roubou até a poesia que havia em mim. É quase Ano Novo, e eu não consegui me livrar dessa corrente ainda. É quase Ano Novo e eu já prevejo entrando no novo tempo preso a ele. É quase Ano Novo mas as prisões são velhas, e os pesos que trago comigo também. 

É quase Ano Novo mas eu só queria sentir a leveza de um novo amor. É quase Ano Novo e eu só queria poder olhar a janela e sentir a brisa amena sem que isso me traga lembranças dolorosas. Só queria poder dormir com um sorriso doce, sem as constantes lágrimas de pesar, sem as lembranças a apertar a garganta, sem a dor do abandono a me desconsolar. 

É quase Ano Novo e eu só queria ter certeza que não perdi a capacidade de amar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário