segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Resenha TharnType - The Series

Atenção, o texto a seguir contém SPOILERS, leia por sua conta e risco.


Seja amada ou odiada pelo fandom BL inteiro no ano de 2019, TharnType deu muito o que falar. Boa parte das tretas e discussões envolvendo as séries Bls foram motivadas por ela, e não sem motivo, o que fez com que fosse uma das maiores produções de todos os tempos.

Pois bem, a série se passa no nosso querido universo de Love By Chance (mesma autora, a MAME), e conta uma história que aconteceu 3 anos antes daquela protagonizada por Ae, Pete e companhia... Dessa vez nós acompanhamos Type (amigo de Can, No e Champ) e Tharn. A saga começa quando os dois entram na faculdade e descobrem que são colegas de quarto, se dando muito bem no começo. Infelizmente Type logo descobre que Tharn é gay e, para horror do jovenzinho, ele simplesmente ODEIA OS GAYS com todas as suas forças, e começa a fazer de tudo para o outro se mudar. Daí o circo tá armado. Tharn, muito bem resolvido, bate de frente com Type e não aceita ser desprezado por sua orientação sexual. Claro que depois de muitos desentendimentos, muitos mesmo, o ódio acaba se transformando em amor e o resto é história... 

As tretas começaram logo no anúncio do elenco, que conta com Mew Suppasit como protagonista. Algumas pessoas não gostaram nem um pouco disso, não depois da confusão entre ele e o Art, onde Mew foi acusado de ter beijado Art à força e de ter sido bem inconveniente várias vezes, forçando um relacionamento a mais do que só amizade e fanservice, sepultando o que era um dos casais mais shippados do meio BL. Triste, muito triste. 

Logo no primeiro episódio temos também a exploração de temas um pouco fortes, em tempos em que relacionamentos abusivos e estupro são tão discutidos, com muita razão. A série foi acusada várias vezes de romantizar o estupro e o abuso. Por outro lado muitas pessoas também defendiam o ponto de vista da direção e da autora, que também foi acusada de fazer a mesma coisa em Love By Chance. Então o fandom ficou dividido em dois exércitos, aquele que estava amando a série e a defendia com unhas e dentes e aquele que a odiava, atacando desde a produção até os atores. Deixo de lado qualquer julgamento sobre quem estava certo ou errada, que cada um assista e decida por si. 

Voltando a série, vamos aos personagens:

Tharn é interpretado pelo gatíssimo Mew Suppasit, que fez What The Duck (aquela bomba) ao lado do Art e que, como já sabemos o casal não terminou nada bem, nem na série e nem na vida real. Tharn é músico, toca bateria numa banda com seus amigos, e é abertamente gay. Ele é bem seguro de sua sexualidade e enfrenta o colega de quarto sabendo que não ofende ninguém por ser quem é e por amar de um forma diferente dele. Tharn se mostrou um homem persistente, não desistindo até conquistar Type, por quem se apaixonou perdidamente. De fato o sonho de qualquer um... 
Type, o jogador de futebol, é um moço gentil e um amigo atencioso. É interpretado pelo Gulf Kanawut, que eu ainda não conhecia, e que fez um excelente trabalho. Desafio qualquer pessoa a assistir sem ter um crush nas carinhas fofas dele. Type tem um pequeno grande defeito, ele odeia os gays e fica absolutamente furioso quando descobre que seu colega de quarto gosta de meninos. A partir daí começa a fazer de tudo, tudo mesmo, para ele se mudar. O cara ficou full pistola, jogou as coisas do menino pelo quarto, comeu a comida dele, espalhou salgadinho na cama, além de ser extremamente grosso toda vez que Tharn tentava se aproximar dele. Não preciso dizer que ele gostou muito quando foi pra cama com o colega de quarto pela primeira vez. 

Techno (Mild Suttinut, de Love's Coming e The Best Twins), ou só No, é o melhor amigo de Type e a pessoa que mais aguenta o amigo estressadinho toda vez que ele brigava com o colega de quarto. É um ótimo amigo, engraçado e prestativo, que ficou até o fim do lado de Type, e fazendo amizade com Tharn também. Ele apareceu bastante aqui, não ficando tão de lado como foi em Love By Chance mas, como a história se passa anos antes da dele com o Kengkla não temos o romance dele explorado. Foi o alívio cômico da série e o Mild, aliás, tá de parabéns pela interpretação. 

Temos também os irmãos Tum e Tar (Hiter Natthad e Kokliang Parinya) que também aparecem em LBC. O primeiro era amigo de Tharn até o irmão começar a sair com ele e acabar terminando o namoro inesperadamente, ficando bastante recluso depois disso, com ataques de pânico e tendo sérios indícios de depressão. A história de Tar é muito importante pro arco final da série, muito embora a gente já saiba o que aconteceu porque em LBC já tinham contado tudo, mas é bom ver um pouco mais dos irmãos, desenvolvendo um amor delicado em meios as angústias da vida. 
Por fim, temos Lhong (Kaownah Kittipat), melhor amigo de Tharn e companheiro de banda dele. Um rapaz mega atencioso e prestativo que sempre faz de tudo pelo amigo. Também mega importante pro último arco, quando descobrimos que nem tudo é o que parece ser. 

Não é muito importante mas eu quero falar aqui do Thorn, irmão de Tharn, interpretado pelo Tong Thanayut, por quem me apaixonei perdidamente. É só isso. 
Enfim, a série tem um ritmo bem legal, não demora muito a entregar o jogo e consegue mostrar aquilo que nós mais queríamos: uma boa história, com atuações um pouquinho melhores e realistas. Esse último é, na minha nada humilde opinião, o ponto forte da série. A direção não teve medo de ser ousada, temos cenas de beijo aos montes, e elas são muito bem feitas. A fotografia é delicada e o roteiro, apaixonado, deu um tom bastante realista pra série. Nada de selinhos com careta ou simples jogo de câmera, aqui a coisa foi real e bem feita. 

O roteiro não é muito elaborado, afinal é baseada numa novel, mas ainda assim surpreende. Consegue prender o expectador e dá bastante espaço pra gente imaginar o que vai acontecer em seguida. Conseguiu se manter consistente a série toda, inclusive melhorando no final, o que não costuma acontecer com muitas séries que apresentam um plot legal mas não conseguem ir bem até o fim. 

A trilha sonora chama atenção, principalmente pela música tema, que gruda na cabeça por dias. A produção é bem feita e as locações são quase sempre as mesmas de LBC, dando consistência ao universo, mesmo os atores sendo diferentes. Defeitos? Ela termina, só consegui achar esse.
Temos então uma série ousada, muito bem escrita, com atuações acima da média e que equilibrou bem, o romance, a comédia e os momentos mais sérios. Uma excelente pedida pra quem queria alguma coisa no nível Together With Me. Mesmo com toda a polêmica é ainda uma das melhores do ano, para mim. Indispensável. Nota 10/10. Se ainda não viu, corre que dá tempo!

4 comentários:

  1. Eu não sei te dizer se TharnType foi a melhor série BL que vi em 2019, mas eu gostei bastante. Achei muito legal a quimica do Mew com o Gulf, principalmente nas fanservice que eles fazem nos eventos que acabo acompanhando pelo instagram. Não conhecia os dois, mas achei maravilhosos e quero ver mais coisas dele.

    O ator que interpreta o No é uma graça e vou te falar, não desmerecendo o outro ator, mas prefiro esse no papel de No do que o outro. Já o ator que fez o Tar em TharnType já não curti tanto, ainda prefiro o maravilhoso Earth, mas que bom que ele estará na segunda temporada de Love by Chance.

    A série é bem gostosa de ver. A trilha é incrivel, ouço a OST quase todos os dias. Enfim, se tiver uma segunda temporada estarei pronto para vê-la.

    P.S: Também fiquei perdidamente apaixonado pelo ator que interpretou o irmão do Tharn. Na verdade já queria os dois, pois sou um escorpiano bem safado hahahahahahahahahah

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    1. Parece que gostou tanto quanto eu kkkk Também acompanho o fanservice de MewGulf e parece que eles incorporaram mesmo o romance até fora das telas. A química deles é perfeita.

      Podemos ficar com todos? Difícil, impossível diria, escolher um só kkkkkk

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  2. Tenho um carinho muito grande por TharnType por ser o primeiro bl que eu vi
    O final da série confesso que me chocou, amo um plot assim
    A trilha sonora p min é um dos pontos mais fortes

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    1. Também tenho um carinho especial, tanto pela "segunda chance" do Mew quanto pelo carisma deles dentro e fora das telas. Ansioso pra season 2.

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