sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Um sorriso contagiante e um choro genuíno

Lembro que conheci o First Kanaphan quando anunciaram o seu papel como protagonista em The Shipper, e posspivel relação do personagem dele com o Ohm Pawat, antigo conhecido. Embora o final dele tenha sido particularmente triste eu fiquei absolutamente encantado com a atuação dele, que conseguia ir da comédia caricata até as cenas de maior dramaticidade com muita facilidade. Depois o vi também em Blacklist, repetindo o feito porém com menos destaque já que o elenco era maior e todo formado por estrelas da GMM TV.

Em Not Me ele ganhou um espaço maior e uma boa visibilidade numa série que tratou de importantes questões sociais. Ele eternizou um dos personagens mais incríveis dos BLs, o artista Yok, membro de uma gangue de justiceiros sociais. Delicado em sua obra e dedicado e fazer o que acha certo, capaz de entender e perdoar. Ele deu um baita show seja nas cenas de ação quanto naquelas mais intimistas mostrando muita química com o Fluke Gawin, que também estava incrível. O ponto alto deles foi a cena em que Yok desenha Dan que, estando nu, sente como se mostrasse todos os seus erros para o amigo que ele conheceu de maneira inesperada (Yok o resgatou de um incêndio que ele e seus amigos tinham provocado e, tendo se apaixonado, ele perseguiu o policial e inclusive roubou a sua carteira, até ser capturado, finalmente conhecendo-o). Dan tinha matado um homem durante uma missão anos atrás e nunca se recuperara da lembrança, lutando por meio da arte contra a corrupção das instituições desde então. Yok com incrível sensibilidade conseguiu capturar a angústia do outro no desenho com carvão e depois o consolou, num terno abraço que, para mim, é uma das cenas mais bonitas de que me recordo.

Agora em The Eclipse ele tem entregado outro trabalho espetacular como Akk, o chefe dos monitores de um rígido colégio para garotos. Ele precisa se destacar entre seus colegas pois, sendo bolsista, quer garantir uma bolsa também na universidade, encarnando por isso as regras injustas da escola que suprimem a individualidade em nome da excelência. Nesse cenário ele conhece Ayan, um novato rebelde que chega questionando todas as atitudes autoritárias da instituição mas que, por alguma razão, Akk não consegue se afastar dele. A princípio ele persegue o outro apenas para descobrir o que ele planeja fazer mas, ele logo percebe isso, tem algo mais no rapaz que o encanta e o faz ir atrás dele. 

Akk e Ayan criam então um laço complicado. O chefe dos monitores tem boas razões para tentar ser o mais disciplinado possível, ele não quer decepcionar seus pais e professores e nem os colegas que o admiram. Mas Ayan enxerga essa pressão que o faz agir assim e consegue superar a barreira que Akk criou com uma imagem de perfeição, vendo as lágrimas que ele esconde tão bem. E o mesmo Akk faz com Ayan, vendo por trás da sua aparência rebelde um garoto traumatizado e enlutado que tenta entender melhor o que aconteceu com uma pessoa importante em sua vida. E então vemos First entregando mais um personagem completo, com diversas nuances, que a princípio sorri de modo tímido e se revela só para os amigos mais próximos, mas com Ayan tem um sorriso especial, afetuoso e caloroso. Seu olhar também muda, o que antes tinha apenas a severa disciplina passou a ter confusão, medo e ansiedade, mas depois também mostra o carinho pelo garoto, um sentimento crescente que vem tomando conta dele. O sorriso na piscina e depois na cama quando Ayan lhe pede em namoro, ambos antecedendo dois beijos, são de uma sensibilidade artística ímpar. 

Outra coisa que me chama atenção são os bastidores e outros momentos dos meninos que foram registrados. Revelaram alguns vídeos de workshops onde First chorava copiosamente se declarando pro Khao, o mesmo em entrevistas e no evento de aniversário do amigo. Também as muitas declarações de amizade de ambos o First sempre se emociona e enche os olhinhos de lágrimas, e é bonito ver o quanto ele se entrega ao personagem, o quanto ele realmente sente aquelas emoções e como ele e o Khao construíram uma relação de companheirismo tão bonita juntos, tendo que entregar personagens com tantas nuances e tão complexos. conseguindo entregar um trabalho que emociona e aquece o coração em tantos momentos. 

É, é para coisas assim que eu vivo. Consigo me emocionar, sorrir, me sentir bem mesmo num dia cinza (e não me refiro ao céu sempre nublado de Joinville) que me ajudam nos momentos mais difíceis me dando um significado, ainda que pequeno e sutil porém de grande beleza e valor para minha vida. 

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