domingo, 2 de outubro de 2022

Resenha - Vice Versa

Contém SPOILERS!

Tenho gostado muito das novas propostas ds séries tailandesas, com BLs de temáticas que fogem um pouco aos cenários aos quais estamos acostumados. Seguindo esses cenários improváveis como Not Me e KinnPorsche nós temos Vice Versa, que mostrou uma nova perspectiva e brincou com muitas possibilidades que provavelmente veremos também nas séries do ano que vem. 

A história acompanha a saga de Talay (Sea Tawinan), um colorista que finalmente conseguiu se juntar a uma grande empresa de cinema. Ele sofre um acidente e quando acorda é abordado por pessoas que dizem que ele é seu filho, e depois ele descobre que, na verdade, ele acabou trocando de corpo com um garoto chamado Tess (Ohm Thitiwat, de Bad Buddy) que simplesmente vive em outro universo. Uma enfermeira o ajuda levando-o até um grupo de pessoas na mesma situação e que precisam encontrar alguém nesse universo que funcione como um tipo de gatilho para que ele volte ao seu universo. Ele acaba conhecendo Tun (que na verdade se chama Puen e é interpretado por Jimmy Jitaraphol) um ator famoso que está no corpo de Pakorn (Nanon Korapat. também de Bad Buddy).

Eles precisam então aprender a viver a vida dessas pessoas enquanto tentam voltar para casa, ao mesmo tempo em que a amizade deles vai se tornando mais e mais forte, dando espaço para que eles se conheçam mais, compartilhem as dificuldades que tinham antes e que têm agora, bem como as perspectivas de futuro. Acontece que ambos precisam achar o que eles chama de "chave de portal" que pode permitir que eles voltem. Essa chave é uma pessoa especial do outro universo que, quando encontrada, pode fazer com que os corpos voltem ao normal.

Enquanto esperam por isso, já que tem pessoas no grupo deles que estão no outro universo há muitos anos, eles precisam dar um jeito de viver. Nesse mundo em que estão, Pakorn e Tess estavam envolvidos também com produção de filmes, sendo o primeiro um roteirista e o segundo o filho de o dono de uma grande empresa do ramo. Os dois se juntam então há alguns amigos e começam a desenvolver projetos juntos, enquanto vão enfrentando as dificuldades de viver a vida desses estranhos.

Talay é um garoto esforçado, que tinha se dedicado muito ao cinema no outro mundo e agora pode trabalhar com isso também, ao passo que Tun aproveita a vida anônima enquanto se compromete em ajuda os amigos. Os dois se aproximam rapidamente e logo se tornam inseparáveis, surgindo daí um sentimento mais forte. 

Cada episódio recebe o nome de uma cor, que se torna presente na paleta daquele dia e que dita também os sentimentos que os personagens vão experimentar ao longo do tempo. Sea e Jimmy fizeram um trabalho esplêndido e mostraram muita química juntos. As muitas cenas românticas são simplesmente lindas, enquanto mostram também um ótimo timing para a comédia e ótimo desempenho também nas cenas com maior carga dramática. Além de lindos, o que precisa ser exaltado porque ambos são um deleite pros olhos, conseguiram surpreender com um excelente trabalho. A série consegue prender com um humor leve e gostoso e um drama na medida certa, com uma ótima carga psicológica dos personagens, sendo bem equilibrada em todos os episódios. 

A turma de amigos dos protagonistas são um charme, temos Neo Trai (Fish Upon The Sky) como um grande comediante,  Aou Thanaboon, Pepper Phanuroj e Boom Tharatorn se dedicando a fazer filmes, se conhecendo melhor e mostrando bons amigos aos meninos que passam pelo perrengue da troca de corpos.

Temos também uma excelente trilha sonora, cantada pelos protagonistas, com destaque para a faixa tema, Have I Found, do Sea. Maravilhosa. Por fim, um charme também, tivemos várias participações especiais de atores que, naquele mundo, era apenas pessoas comuns. Tay Tawan como um entregador de comida convidado pra ser ator justamente pela semelhança com o Tay de nosso mundo, Mix Sahaphap como um veterinário (profissão do ator na vida real), Force e Book como recém-casados (no fim de Enchanté os personagens deles ficam noivos) e Gun Attaphan como Third (referência ao personagem de Theory of Love) além de outras referências de frases marcantes de SOTUS e 2gether, ou seja, a série foi como um multiverso da GMM TV.

Com uma obra equilibrada, cativante, uma história curiosa que desperta ansiedade e carisma de todo o elenco Vice Versa se tornou mais uma das gratas surpresas da famosa produtora de BLs da Tailândia (esse ano tivemos metade das séries da produtora com temática BL, além de personagens gays em várias outras também). o que mostra que, aos poucos, a empresa vem mudando um pouco seu alvo e, além de agradar as fãs já conquistadas, tem se aproximado mais do público gay com personagens com uma relação mais aberta sobre sua sexualidade. 

Nota: 10//10

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