segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Filosofia, Amor e Trabalho

Me encanta estar inconsciente e distante de tudo, especialmente da frialdade, do desamor. 

Não há filosofia, 

não há amor, 

não há trabalho. 

Hoje amanheceu num frio intenso (nos meus parâmetros) e fui logo cedo pra missa, que foi em si uma confusão só, pela multiplicação exagerada e absolutamente desnecessária de homenagens aos dias dos pais. Voltei, assisti alguns episódios atrasados de BL e comecei o novo Monster Next Door, com o Big Thanakorn (GenY 2) finalmente como protagonista e o Park Anantadej (2Moons: The Ambassador) conseguindo sair do limbo depois do fracasso dessa série, feliz por eles. 

Dormi pouco depois do meio-dia, o sol brilhava claro mas ainda fresco, na sombra estava realmente frio. 

Zolpidem, Diazepan e Clonazepan, o trio perfeito. 

Acordei já às nove da noite, ainda bastante sonolento, só para tomar um pouco de água, responder uma ou duas mensagens, colocar outra playlist, virar e voltar a dormir. Nada e nem ninguém para me manter acordado. 

Não há filosofia, 

não há amor, 

não há trabalho. 

Só uma vida fria e vazia, e o silêncio de um domingo preguiçoso numa cidade cansado. Encaro e abraço esse doce sono como se fosse a doce morte, que me tiraria desse mundo de uma vez por todas, mas, se não é possível, pelo menos durmo um pouco, onde talvez sonhe com uma vida que valha ser vivida, pois essa, é apenas um amontoado de incômodos. 

Não há conhecimento que nos livre da dor. Pelo contrário: o conhecimento nos torna cada vez mais realistas e conscientes da miséria inerente ao espírito humano. O amor? Se foi há muito tempo. Hoje erguemos muros ao nosso redor para que ninguém se aproxime, todos estão doloridos, machucados, traumatizados de tal modo que o mínimo contato é um gatilho para lembranças horríveis, e ainda assim as pessoas insistem em querer me dizer como levar minha vida. Por isso não quero me aproximar de ninguém. Não há trabalho ou ocupação que torne a mente menos pesada, muito pelo contrário: as dificuldades de comunicação, as demandas urgentes, afinal tudo é urgente (o que significa, ipso facto, que nada é urgente), a falta de responsabilidade e, claro, falta de incentivo, isso aliado ao fato de que, quando acertamos, não passa de nossa obrigação, mas quando erramos, é um erro pessoal, de falta de comprometimento ou atenção, nunca é culpa da desorganização superior.

Não há filosofia, 

não há amor, 

não há trabalho.

Se ao que busco saber nenhum de vós me respondes, por qual razão deveria ainda lhes dar minha atenção?

E por isso me encanta estar inconsciente. 

Talvez se pudesse amar novamente isso mudasse, mas não sobrou muito em mim para isso. Talvez se conhecesse alguém que me encantasse de tal modo, seja com um sorriso doce, olhos brilhantes ou uma inocência simples, que me fizesse esquecer os fracassos passados, as muitas vezes que amei sem ser amado, as vezes que amei quem preferia morrer a me amar, talvez se o amor não fosse para mim algo traumático e doloroso, eu pudesse voltar a amar. 

Mas ao invés de voltar a amar, vou voltar a dormir. 

"Minha atenção tinha se tornado tão fragmentada. e meu mundo, tão barulhento, que eu não estava prestando atenção ao que eu prestava atenção." (antropoceno: notas sobre a vida na terra)

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