Carta
vida
não se espera resposta.
(Orides Fontenela)
Dada a largada para a longa maratona da loucura. Nos próximos dias a demanda por atenção, simpatia, prestatividade, e boa dose de disponibilidade sem receber absolutamente nada em troca, atingirá o seu ápice. Logo o cansaço e a fadiga começarão a cobrar de mim uma boa taxa, e meu corpo, além da mente já exausta, será levado ao limite. Serão dias difíceis, onde pessoas sem nenhum senso das proporções me cobram o tempo todo por coisas sem nenhuma importância que, na mente distorcida delas, é o máximo que há para se fazer.
Estou cansado de todo, de toda cobrança, e a ansiedade voltou a ser um problema para mim. Sei que as pessoas não o fazem por maldade, mas todos entraram nessa espiral de loucura imediata, onde tudo precisa ser feito na hora, de qualquer jeito. E eu me vejo perdido, sem saber até quando aguentarei ser sacrificado desse jeito. Porque em verdade é isso que acontece: meu cansaço não importa, importa que as coisas deem certo, para todos, exceto para mim.
Eu, que me encontro à beira do abismo, talvez eu mesmo o tenha cavado, e já penso em dar um passo adiante. Para mim nada mais importa, apenas fecho os olhos.
"Adeus amor,
adeus raça,
adeus estirpe divina!"
Não há nada mais, apenas o silêncio absoluto da solidão.
Respostas, respostas, respostas. Todos querem respostas, o tempo inteiro. Que eu saiba resolver tudo. Da vida não se espera resposta, mas sempre as esperam de mim. Minha mente não consegue mais. Sobrou apenas o silêncio. Mas ninguém consegue ver isso não é?
Como queria a tranquilidade de que não me perguntassem nada... Doce sonho!
Só posso torcer para, nesses dias, conseguir pelo menos chegar em casa e ficar tranquilo, assistir tranquilo, dormir um pouco que seja, tranquilo.
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