terça-feira, 18 de abril de 2017

Doce areia

Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta 
em pétalas de amor. 

(Vinicius de Moraes)

Sua mensagem foi uma resposta simples, nada demais, nada poético, não era um soneto, nem uma canção de amor. Mas o sorriso que abri quando a vi, foi maior que o dos viajantes ao contemplarem o pôr do sol na mais bela montanha...

Nem a aurora boreal brilhou tanto quanto meus olhos ao ver que tinha te feito sorrir, e nem o azul do mar poderia ser mais cintilante do que seus olhos no doce paraíso da minha imaginação. 

Gosto de apreciar a bela vista da natureza, os mares, as flores, os céus, tudo é belo, tudo é bom, mas a maior inspiração de Deus ele teve ao plasmar a sua forma, e ele certamente também se apaixonou ao contemplar o seu olhar...

A dicotomia desse sentimento é contraditória. Pensar em você é doce como um cubo de açúcar, me faz rir e sorrir pro mundo como uma criança contente em ver a mãe. Me sinto calmo, estranhamente calmo, com uma pequena chama a crescer dentro de mim...

Pensar em você é sentir a brisa leve do fim de tarde, é como sentar ouvindo uma sinfonia de Beethoven numa noite fria tomando chocolate quente.

Ao mesmo tempo pensar em você é sentir um prenúncio do Apocalipse iminente que há de destruir o mundo. É como o soar dos alarmes das costa que anunciam a chegada do desastre. Não há o que fazer, nada pode evitar a grande onda de destruir tudo o que existe em sua frente...

Assim como nada pode evitar que eu me entregue totalmente a você, de corpo e alma, e depois me machuque por isso. Sou como a areia da praia que massageia os seus pés enquanto pisa em mim, e assim eu vou vivendo, sentindo o gosto doce do seu olhar, esperando o meu fim chegar... 

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