Aos poucos acredito que a poesia retorna para minha alma árida.
Árida, seca, morta.
Meu coração seco sente a umidade distante retornar lentamente a esta terra onde há meses já nada florescia.
Sinto em minha mente o perfume doce das flores, e almejo aquela harmonia delicada. A natureza trabalha para manter sempre o seu equilíbrio, e o meu havia sido destruído pela aridez daquela alma dourada e branca, tornando a minha também árida.
Mas não é pela chuva da alma dourada e branca que a vida retorna a mim, e também não sei precisar bem de onde vem essa garoa delicada, que massageia minha face com sua bruma suave.
A imagem imponente daquele cavaleiro ainda se faz presente no meu ser, mas sua armadura abrasa minha alma, e me torna incapaz de viver ao lado dele, muito embora esse seja meu maior e íntimo desejo. Não consigo ver o seu rosto, pois o meu se encontra encostado ao chão, e o sol acima de nossas cabeças brilha de forma tórrida, me cegando. É o sol? Ou seria sua armadura brilhante?
Esse sol brilha até mesmo a meia-noite, e até ao meio dia sua armadura brilha mais que o próprio sol.
Meu amor, quando você olha para o céu, você consegue ver o sol da meia-noite?
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