segunda-feira, 17 de abril de 2017

Dúvidas e pessoas

Uma pergunta que sempre me incomoda, e pelo que pude perceber, também incomoda muitos ao meu redor: se no mundo existem tantas pessoas, qual razão para apenas algumas despertarem em nós sentimentos especiais?

De todas as pessoas do mundo são poucas as que amamos, seriam elas especiais? O que torna essas pessoas tão diferentes de todas as outras iguais a elas? 

Nesse momento, meu coração se inquieta em pensar em três pessoas. Há no meu íntimo uma terrível batalha, onde três exércitos disputam pelo domínio total de meu amor.

Um amigo que se foi, um amigo que me odeia, e um estranho por quem estou apaixonado. 

Três pessoas diferentes, três sentimentos diferentes. 

Perda, saudade, desejo.

Apenas uma coisa eles tem em comum: partilham no meu coração um sentimento único, que ninguém mais no mundo tem em gênero e grau semelhantes... Esses amores consomem não apenas meu sentimento, mas também tempo, bem como o meu vigor físico. Fazem de mim um homem fraco, sempre prestes a desmoronar por onde quer que passe e cruze com algum deles. 

E justamente por ser tão intenso é que pergunto: Qual a razão para me sentir assim por conta deles, e não por outras dezenas de garotos que eu conheço? 

Será que por outro eu poderia sentir o mesmo? Será que o que torna esse sentimento único é o fato de eu o sentir, ou por quem eu o sinto? Pois no meu íntimo eu me pergunto se serei capaz de sentir o mesmo por outro alguém um dia... 

Gostaria de compreender melhor o que é o amor, pois as definições que costumeiramente encontro não traduzem corretamente o que sinto. O dicionário por exemplo, o define como afeto e/ou atração sexual. Isso é pouco, é pouco demais para tentar abarcar algo tão grande quanto o amor.

O que eu tenho não se pode resumir em afeto. Eu tenho afeto por muitas outras pessoas. Tenho afeto por alguns conhecidos, algumas pessoas que encontro as vezes apenas, outras que nunca mais vi, mas por quem ainda guardo certo carinho. Tenho afeto por elas, mas não as amo. Tenho também afeto por esses, mas é mais do que isso.

O que eu tenho não pode se resumir em atração. Eu sinto atração por eles, mas também por outras pessoas. Sinto por alguns estranhos que vejo na rua, ou nas fotos, e nem por isso pode-se dizer que eu os amo. 

O que eu tenho tampouco pode se resumir em afeto e atração. Eu sinto essas duas coisas também por muitas pessoas, mas nem por isso pode-se dizer que eu as amo. 

Quando penso neles, por outro lado, é como se algo dentro de mim se destravasse, e ficasse flutuando perigosamente por sobre um penhasco. Como uma delicada taça de cristal, onde me derramo em lágrimas cada vez que penso neles. Essa taça é o meu coração, frágil e delicado, onde derramo por eles o meu amor. O único destino dela é cair se destroçar, mas cada vez que ela cai ao chão, se dividindo em centenas de pedaços, virando poeira, ela torna a reaparecer acima do penhasco, para lançar-se novamente com mais força ao chão. 

Mas eu não sei se isso é amor. Temo que seja apenas um apego a dor, uma veia masoquista que tem me dominado de tal maneira que tem ditado por anos a forma como vivo e existo. 

Tudo o que eu sei, se é que posso afirmar saber de alguma coisa, é que preciso deles para viver. Preciso e não preciso ao mesmo tempo. Não os tenho comigo, e estou a viver, logo não preciso deles pra existir, mas eu quero precisar, e é ai que ta o problema, eu desejo precisar, eu desejo sofrer! 

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