quarta-feira, 5 de abril de 2017

Ímpeto

De repente me veio um súbito impulso de falar com você, de ouvir sua voz, seu riso, de ver seus olhos brilharem... Mas ai eu lembrei que não posso fazer isso, e então vim escrever aqui... Pois, o que eu precisava te dizer, não pode voltar para dentro de mim sem que me mate, alguém precisa me ouvir... Mais fácil partilhar então com desconhecidos, do que arriscar quebrar nosso frágil equilíbrio.

Precisava ouvir de novo o timbre doce da sua voz, que ainda flutua entre o metálico e o aveludado, fruto das mudanças da sua idade, e que me divertem tanto... Timbre que me eleva em êxtase, que me acalma e que me aquece a alma. 

Precisava ver seus lindos olhos, e me deixar navegar novamente por suas águas frias e belas, deixar que me levem para águas inexploradas, terras longínquas. Dizem que os olhos são como janelas para a alma... Se isso for verdade, gostaria de mais uma vez poder observar sua alma através de seus olhos, aliás, olhos tão lindos apenas poderiam refletir uma alma ainda mais linda, que eu sei que passa também por tempestades. O mar, o belo mar, que vejo em suas cores, é as vezes revolto, mas ainda assim belo. 

Queria falar com você, como antes, mas não posso fazer isso, tudo o que posso fazer é externar aqui esse ímpeto, que com muito esforço tive de lutar para controlar.

Uma amiga disse-me que, as vezes, não devemos evitar dizer "eu te amo" para alguém, mas infelizmente essa situação exige que eu evite, afinal, você mesmo me disse que eu posso sentir, mas não preciso dizer. 

Enfim, acredito que já consiga me controlar, e voltar a andar pelas ruas... Já passou, por hora, aquela incrível vontade de te chamar. 

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