Hoje foi dia de pensar num tempo difícil, de recordar palavras não ditas e palavras malditas...
De recordar um anjo dourado, que veio, me aqueceu com suas longas asas e depois voou para longe de mim, fazendo com meus olhos lacrimejassem ao fitarem o sol onde findou sua cerviz de luz.
Sumindo na mesma luz que um dia me envolvera.
Aquela luz não mais me aquecia, e parecia que ao longe se escondia, e mesmo ainda brilhando não mais brilhava. Aos poucos se apagava, se acinzentava, se esfriava. Até desaparecer totalmente após o horizonte, e um vento forte soprar o frio por sobre a minha pele.
O calor que ainda restava em mim se foi.
Restou apenas a frialdade, que combinava com a torrente que despencava sobre minha cabeça, maltratando-me o corpo e com a frialdade da terra, que pôs-se a clamar com os vermes imundos de seu interior pelos meus olhos, jurando deixar-me apenas os cabelos e a promessa de eternidade que se fora com o vento e o sol.
Minha carne putrefata se desfez em meio aquelas moradas, e dela vê-se apenas uma pequena medalha, marcada, ali deixada como sinal perpétuo de um pra sempre que se foi com o sol que se pôs.
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